MATAR ESSA RAIVA

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Quando me levanto pela manhã, meu coração se alegra e se entristece quando penso que irei rever a Nik. Tomo um banho e na mesa da cozinha me sento ao lado de Val, ela está me evitando durante alguns dias e imagino que seja porque o Theo deva ter falando que me contou que eles estão ficando.

– Depois do café podemos conversar um pouquinho?

– Claro. – Ela tenta fingir que não está nervosa, mas eu a conheço e sei que deve estar querendo arrancar a cabeça do Theo.

De volta ao meu quarto pego um livro para ler e meia hora depois Val bate na porta e entra.

– O que você quer conversar? – Ela senta em minha cama de frente para mim.

– Quero saber se você tem algo novo para me contar.

– Acho que não, pois o bocudo do Theo já deve ter contado tudo.

– Não, ele não me contou nada além dos sentimentos dele por você.

– E quais são? – Ela se ajeita sobre uma das pernas exalando interesse.

– Segundo ele os melhores possíveis.

Ela solta um sorrisinho meio bobo.

– E você, o que está sentindo por ele?

– Sei lá, só adoro falar com ele, adoro ficar perto dele e odeio quando outra garota se aproxima dele.

É impossível não soltar uma gargalhada.

Ficamos conversando por um bom tempo e tenho a certeza que estes dois estão completamente apaixonados. Eu queria ameaçar o meu melhor amigo e chamar a atenção da minha irmã, mas no fundo quero mais que tudo é que eles se deem bem, então não banco o irmão chato e a deixo a vontade para me contar como rolou o primeiro beijo e como eles fazem para que os beijos continuem. Ela diz que ele deixa de voltar de escolar, só para acompanha-la até em casa e assim eles poderem se beijar no caminho, depois caminha até a lanchonete do pai. Fico feliz em saber que ele está se esforçando, pois caminhar todos os dias o tanto que eu caminho, podendo ir de escolar, é porque o amor está mesmo cravado em seu peito. Penso em dizer a ela para se prevenir caso eles transem, mas não tenho coragem de falar sobre sexo com minha irmãzinha, prefiro falar com o Theo, assim posso ameaça-lo mais uma vez.

Às 18:30 chego na mansão e sou recebido por Clara, ela me apresenta para os outros dois garçons que são bem mais velhos que eu. Troco-me de roupa e me sento na cozinha, Clara fala dos filhos, diz que são três e que Gabriela é a caçula e a única que ainda mora com ela, pois os outros já se casaram. A campainha toca e ela atende o interfone.

– Os convidados chegaram, podem começar a servir. – Os garçons preparam suas bandejas e vão para a sala. – A Milla me telefonou a pouco dizendo que irá chegar aqui as 19:30 com a Dominique.

Espero os garçons voltarem para depois eu ir. A sala está muito mais cheia que aquele dia, sirvo quem ainda não foi servido e sinto raiva quando vejo Fred descendo as escadas. Dá para se ver que ele voltou a ser o namorado da dona da casa. Meia hora servindo cada mulher mais linda que a outra e um bando de homens convencidos, Milla entra batendo palmas e todos fazem o mesmo e canta parabéns para Nik que entra sorrindo para os amigos. Todos a abraçam e lhe desejam feliz aniversário. Milla me vê e se apressa em vir em minha direção, sorrindo pega uma taça da minha bandeja e fala:

– Você fica lindo de garçom, na nossa primeira vez acho que quero você com esta roupa.

Nik cruza seu olhar com o meu e sorri, meu coração se alegra e sorrio de volta.

– Ouviu o que eu disse? – Milla quer a minha atenção. – Quero você vestido de garçom e você me quer vestida de que?

Alguém coloca no rádio a música que eu e Nik escolhemos para ser nossa. Ela está vindo até nós, mas Fred pega em seu braço faltando poucos passos para ela chegar.

– Dança comigo – ele a gira e a agarra pela cintura.

– Preciso pegar mais bebidas, depois a gente conversa. – digo a Milla e com as pernas fracas volto para a cozinha.

Espero tempo suficiente para a música terminar e volto para a sala com a bandeja reabastecida. Nik não está por aqui, procuro por Fred e ele também não está. Com certeza devem ter subido, tento fazer o meu melhor, sirvo até o último copo e volto para a cozinha. Já com vontade de sumir daqui, continuo fazendo o meu trabalho, os outros garçons estão servindo na sala e eu decido ir ver se há alguém na varanda precisando de uma bebida. Quase deixo a bandeja cair quando vejo Nik sentada no colo de um homem que não é o Fred e o beijando loucamente. Entro de volta na casa antes que eles me vejam, vou para a cozinha e deixo a bandeja sobre a mesa. Clara me pergunta se estou bem, a resposta seria bem mal, mas digo apenas que preciso ir ao banheiro e vou para a área dos fundos. Tento respirar e controlar todas essas emoções, minhas mãos estão trêmulas e estou com uma imensa vontade de socar a cara de alguém. Tiro meu óculos e o guardo no bolso, passo as mãos nos olhos, uma mão toca meu ombro e me viro de uma vez pensando que fosse a Nik, mas é a Milla.

– Está fugindo de mim, Bebê? Não precisa ter medo, eu só vou te morder depois que eu te beijar e chupar muito.

Dá para se ver que ela já bebeu mais do que o necessário, estou com tanta raiva que vou ignorar isso e o fato da Nik ter me pedido para manter distância dela, lhe puxo pela cintura e a impressiono na parede, enquanto minha boca devora a sua. Sua língua procura pela minha, sua mão agarra os meus cabelos e a outra vai para o meio das minhas pernas. Minha mão entra por baixo de sua camisa de seda e encontra seu seio, ultrapasso também o sutiã e encontro seu mamilo rígido. Ela aperta meu pau e dá uma gemida gostosa.

– Humm, estou vendo que você não é tão inocente quanto eu pensava.

Enfio a língua em sua boca, não quero conversa, quero matar essa raiva que estou sentindo. Meu pau corresponde ao beijo, ao seu seio macio e sua mão lhe apertando. O tesão se aflora em meu corpo e passo para ela o mesmo.

– Benjamin – a voz de Nik está alta. Eu e Milla lhe olhamos. – Eu estou te pagando para servir os convidados ou para trepar na área de serviço?

Nossos olhos se aprofundam um ao outro com ódio, não me afasto da Milla, apenas não seguro mais seu seio.

– Pode se trocar e ir para casa, eu não quero mais a sua presença nesta casa.

– Nik – Milla quer me defender, mas eu não espero nem um segundo e vou para o quarto dos empregados.

Pego minhas roupas e me troco, quando vou a cozinha, Clara me paga e diz sentir muito, apesar de não saber muito bem o que aconteceu. Agradeço sua preocupação e saio da casa sem passar pela sala. Milla se apressa para me segurar quando já estou chegando ao portão.

– Desculpe, Gatinho, eu nunca imaginei que a Nik fosse capaz de uma coisa dessa.

– Está tudo bem, não se preocupe, ela me pagou.

– Quer que eu te leve em casa?

– Não, quero que você curta a festa, depois a gente se fala.

Ela me dá um beijo na boca, mas eu não correspondo, mas me arrependo quando vejo a Nik nos olhando da varanda de seu quarto. Coloco a mão em sua nuca e lhe dou um beijo que nos deixa sem ar, depois ultrapasso o portão e vou para casa.

O APRENDIZOnde histórias criam vida. Descubra agora