O APRENDIZ

MORENA INCRÍVEL

Na escola esbarro com Darla na porta da sala de aula e depois de muito tempo nos olhamos novamente. Peço desculpas e ela diz que a culpa foi sua por estar distraída. No intervalo das aulas sento no meu lugar de sempre no canto do pátio, coloco em meu ouvido os fones do rádio que ganhei de minha tia a três anos. Fico imensamente feliz quando toca a música que eu e Nik escolhemos para ser nossa. Ou será que foi a música que nos escolheu? Penso em nossos momentos, mas sou interrompido por Darla.

– Oi.

– Oi. – Tiro os fones dos ouvidos.

– Eu queria lhe pedir desculpas, não deveria ter lhe chamado de gay.

– Sendo assim, eu também retiro o que eu disse. Eu não penso nada daquilo que eu lhe disse, apenas fiquei com raiva.

– Eu sei. – Ela estende a mão. – Amigos?

– Amigos. – Seguro sua mão e surpreendo comigo mesmo por não ter sentido nada.

– A turma está organizando uma festa de despedida, seria muito bom se você fosse. Vai ser em um sítio.

– Legal, eu vou ver se dá para eu ir.

– Depois eu te passo o dia e o valor, ainda não decidimos isso.

Falamos um pouco sobre esta festa e das notas finais. Darla me agradece mais uma vez por eu ter lhe ajudado na prova e antes de ir embora, diz:

– Eu ainda estou esperando você me levar ao cinema, confesso que nenhum cara me convidou antes para um programa desse tipo.

Eu sei muito bem para qual programa eles costumam lhe convidar.

Não digo nada, apenas sorrio e ela se vai.

Na lanchonete me encontro com Caren que me trata com muito carinho. Ela é linda, mas a lembrança da Nik com ciúmes me fazem querer recusar os seus beijos, porém eu não posso descarta-la assim. A Nik pode estar sentindo ciúmes apenas da Milla, não quer que outra mulher da sua idade me toque por enquanto, mas logo se cansará de mim e partirá para o próximo, que será um cara da sua idade e de sua classe financeira. Vou ao banco trocar o cheque e Caren me acompanha, depois passo em uma loja e ela me ajuda a escolher um celular, em seguida compro a minha tão sonhada bicicleta. Dou um beijo em Caren quando nos despedimos e seu sorriso me diz que ela está gostando muito de mim.

Quem me recebe na mansão é Nik e Jack, eles estão de roupa de banho. O sorriso dela é minha estrutura e minha perdição. Eles dizem que a bicicleta é bacana, eu a encosto perto do portão e Jack me abraça. Nik me surpreende quando beija meus lábios e sorrindo da minha incredibilidade, pega em minha mão e caminhamos assim, enquanto ela me pergunta se já almocei e eu respondo sim. Jack pega minha mão e quer que eu entre na piscina, lhe explico que preciso cuidar do jardim primeiro e ele se oferece para ajudar. Vou ao banheiro da piscina e coloco minha jardineira, quando volto dou de cara com Milla saindo da piscina. Seu corpo é tão lindo quanto o da Nik e seus cabelos ruivos molhados e jogado para trás é sexy demais. Mas eu não fico lhe encarando e nem deixo-a perceber o quanto achei seu corpo lindo, abaixo a cabeça e vou para o quartinho pegar a mangueira. Não sei onde foi parar a Nik e o Jack, pego a mangueira e quando saio, Milla se aproxima vestindo um roupão.

– Você pode me cumprimentar, a Nik não vai brigar com você por conta disso, não.

– Oi, Milla. – digo sem graça.

– Olha, Gatinho, você é um garoto de muita sorte por ter fisgado a Nik, agora eu sei por que você conseguiu me resistir tanto. A Nik me disse o que está acontecendo entre vocês e eu prometi respeitar.

Ela disse o que está acontecendo? Então me conta, porque eu não sei.

– É bom mesmo. – Nik chega com Jack que pula na piscina. Ela me abraça e me dá um singelo beijo nos lábios.