"Eu posso dar-te o que precisas."

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AVISO DE GATILHO: Este capítulo contém um cena, não muito explícita, de abuso sexual. Se forem sensíveis ao tema recomendo que a avancem, são apenas uns pequenos parágrafos.

Estão avisados. Boa leitura.

🌧

Aquele nome tocou num lugar sensível de SiCheng, que teve de conter para não soltar uma lágrima à frente do amigo. Apenas soltou um ‘Hum’ frouxo e deixou o silêncio instalar-se. Não queria que Minghao se magoasse como ele se magoou, mas também não queria ser ele a contar a fatídica história de Junhui e SiCheng. Que desgraça.

[Horas depois] 

O sol já não se fazia presente e a festa na praia continuava forte e alegre. Com corridas para a água ou na areia, jogos de todo o tipo e muitas bebidas o tempo passou como um furacão. Rápido e destrutivo.

Minghao estava mais animado, já não pensava em Junhui há umas quantas horas, aliás nem havia visto o mesmo desde a última vez que falaram.

Já Junhui estava num quarto da casa, agora vazia, a lutar contra os próprios demónios. Uma garota qualquer, cujo nome ele nunca ouviu na vida, encurralou-o naquela situação. Estava convicta de que não saíria dali até conseguir o que queria e Jun estava na berma do abismo, prestes a atirar-se.

Sem muito por onde escapar o chinês acabou por bater de costas na parede fria e ela aproveitou a deixa para o prender ali.

─ Vá, Jun. Eu sei que tu queres. ─ Ela enfiou a mão por de baixo da blusa do rapaz e arranhou o seu abdomen. ─ Todos sabem que és ninfomaníaco. Eu posso dar-te o que precisas.

─ Por favor, Nina… É Nina, certo? ─ Jun tentou escapar, mas estava nervoso demais. ─ Eu não estou com vontade.

─ O teu amiguinho não diz o mesmo.

Era impossível mentir. O seu corpo estava a responder aos toques de Nina, mesmo que Jun não quisesse. 

Suava frio e as suas mãos tremiam, como se tivesse cometido um crime, ou estivesse prestes a cometer. A sua vontade era atirá-la para aquela cama e fodê-la com toda a força que tinha. Mas ao mesmo tempo não queria fazê-lo.

Porém foi quando Nina colocou a mão dentro das suas calças e lhe tocou na ereção sensível que Junhui perdeu o controlo. Fez o que as suas hormonas mandavam e atirou a garota com força para a cama. 

Subiu para cima da mesma e quando viu já estavam desprovidos de roupa. "Ainda há volta atrás. Ainda posso parar isto. Pelo Minghao." Jun deu por si a lutar contra a própria vontade e paralisou no topo da moça. Não iria fazê-lo. 

Olhou profundamente nos olhos dela, como se passasse a mensagem clara de que sequer chegar perto dela foi um erro, e saiu lentamente do seu topo. Porém Nina não desistiu, empurrando Junhui que caiu duro de costas no chão.

─ Eu vou ter o que eu quero, docinho. 

E então o chinês perdeu as forças, sentiu-se um fraco e um estúpido e acima de tudo sentiu que mereceu tudo aquilo. Sem aviso prévio Nina penetrou o membro de Junhui em si, começando a movimentar-se sozinha momentos depois.

Já o rapaz estava quieto, melancólico e assustado. Não conseguia mexer um único músculo, nem sequer os olhos, que ficaram fixados no teto branco o tempo todo.

Junhui nunca imaginou que algo assim pudesse acontecer. Nunca imaginou ser tão frágil. E nunca imaginou precisar tanto de amor e carinho como precisou quando Nina terminou de se prazerar e o deixou abandonado e traumatizado naquele quarto frio. 

[No dia seguinte]

Já era domingo e todos os jovens já estavam prontos para ir embora da casa, bom, todos exceto Minghao e Jun. Esses dois ainda se encontravam na cama, Minghao a dormir como um anjo e Jun a apreciar a forma como a respiração do rapaz era tão calma e pacífica. 

Acarinhou a bochecha do mais novo e sentiu algo salgado escorrer-lhe pelo canto do próprio olho. Uma lágrima de tristeza. Continuou com o carinho, sem se importar com mais nada, sentia-se vazio e só Minghao o podia preencher.

─ Jun? Está tudo bem? ─ A voz sonolenta de Minghao tirou o mais velho do transe, que sorriu logo em seguida.

─ Bom dia, bela adormecida. ─ Jun rezou para que Minghao estive cansado demais para notar nos seus olhos inchados de choro. ─ O pessoal já está todo a ir embora.

─ Já? ─ O mais novo sentou-se na cama e baixou a cabeça. ─ Bebi tanto ontem…

Jun ficou em silêncio e Minghao não discordou. Ambos não sabiam o que dizer, ou apenas não queriam dizer nada. A tensão apoderou-se do ambiente e Jun já se sentia sufocado.

Levantou-se da cama e dirigiu-se para a porta do quarto, porém sentiu a mão de Minghao segurar-lhe a manga da sweater.

─ Fica mais um pouco. ─ Minghao pediu.

─ Para quê? ─ O mais novo apenas deu de ombros.

Jun fechou os olhos e suspirou baixo, não queria chorar à frente de Minghao. Não queria que ele soubesse que foi um fraco e que se deixou levar por alguém que não era o rapaz à frente dele.

Sentou-se ao lado do mesmo, sem o olhar, e apenas ficou ali a sentir o lado esquerdo do corpo de Minghao em contacto com o seu lado direito.

Tenho de te contar uma coisa. ─ O mais novo começou. 

Conta.

Não me odeies, por favor.

Sinto um deja vu. ─ Jun riu abafado, lembrando-se do dia em que se assumiu para Minghao. ─ Eu nunca vou conseguir odiar-te. Conta-me apenas.

Eu… Bem, eu… ─ Minghao tremia como se estivesse nu no polo norte. ─ Eu beijei o Wonwoo e o Mingyu. Ao mesmo tempo.

Junhui ficou sem reação, apenas se manteve parado ali. Não sabia o que sentir, muito menos o que dizer. Queria chorar e dizer a Minghao que não tinha problema, que ele tinha feito algo mil vezes pior.

Mais uma lágrima escorreu pelo rosto do de cabelos castanhos. E outra. E mais outra. E um rio de lágrimas brotou.

─ Jun? Ó meu G-Dragon. Perdoa-me, Jun.

O mais novo ajoelhou-se à frente dele e tentou ao máximo secar as suas lágrimas, mas elas apenas voltavam mais fortes. Sentia-se culpado, por fazer Junhui chorar. Queria bater em si próprio por magoar alguém tão precioso como o mais velho.

─ Jun, perdoa-me. Não chores. Eu amo-te.

─ Tu não tens cul… 

Jun parou de falar quando percebeu o que saiu da boca do mais novo. Subiu o olhar para os olhos do mesmo e não os largou por um segundo. Minghao ama-o? Minghao disse que o ama? Minghao é um louco por amar alguém como Junhui. E Junhui é louco por Minghao.

─ Eu também te amo. ─ Disse curto e simples, mas colocou todo o sentimento naquela frase.

🌧

Espero que entendam que foi a Nina que abusou do Jun. Vou deixar explícito aqui que ele não queria ter nada com ela, ela sabia e mesmo assim aproveitou-se.

Uma mulher violar um homem não pode ser ignorado apenas porque não parece comum. Mulheres também podem ser bichos escrotos.

╺ innocence. 𝘫𝘶𝘯𝘩𝘢𝘰.Where stories live. Discover now