treze

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ITÁLIA, SICÍLIA

VALENTINA MONTANARI

NOVE ANOS ATRÁS.

Esse era o momento que eu deveria estar feliz com tudo que vem acontecendo, felizmente faz quase uma semana que Petrus me pediu em namoro, mas junto com toda essa coisa, terminei esquecendo que ele é um homem muito ocupado e por isso teve que ir a Alemanha resolver alguns problemas que só ele podia. 

Conversamos por telefone a uns dois dias atrás, mas ele está tão ocupado que mal pode falar comigo, infelizmente isso está me deixando nervosa, será que ele se deu conta da furada que tava entrando e resolveu fugir? Isso é o que mais me preocupa em tudo. 

Minha mãe na noite em que ele me pediu em namoro me perguntou porque eu estava tão feliz, não pude contar porque eu e ele queremos falar juntos para meu pais tudo que está acontecendo. 

Em uma conversa nossa falamos que íamos marcar um jantar, para juntar as duas famílias e assim informar, desde então estou nervosa com isso, porque não sei se a reação de meu pai será boa. Mas a que mais me preocupa é a de minha mãe, ela sempre deixou claro que não apoiaria um relacionamento meu com alguém de dentro do submundo, ela queria algo diferente para mim, queria que eu pudesse fazer escolhas diferentes. Ao contrário de meu pai, claro.

Mas toda a minha felicidade parece ter ido embora junto com ele, já fazem a porra de uma semana e nada dele. 

Eu não sei mais sobre o que pensar, ou que fazer para tirar minha mente e meus pensamentos dele, tudo que eu penso envolve ele, nossos pequenos momentos... Tudo. 

Alina já tentou me levar para baladas e todo tipo de festa que envolvesse bebidas alcoólicas, homens sexys e dança, mas não fui a nenhuma, não só por ele, mas também porque estou cheia de trabalhos na faculdade, e comecei a fazer um trabalho voluntário então tudo está tirando minha atenção para festas, mas não dele. 

Mas hoje duas pessoas conseguiram me obrigar a ir a uma. 

Nem me lembrava mais disso, mas hoje é a festa de inauguração de mais uma das fábricas de vinhos de meu pai, bom, pelo menos é o que os civis do mundo acha, nessa festa também está acontecendo a comemoração de meu pai de 40 anos no comando da cosa nostra, ou seja, mafiosos do mundo todo estará aqui. Não gosto muito disso mas tenho que ir fazer a boa filha. 

×××

Quando termino de me arrumar, me olho no espelho e realmente fiz um bom trabalho, com um vestido preto, que deixa amostra meu busto e minhas pernas torneadas de fora na frente e atrás da um toque charmoso sendo um pouco maior. Optei por um salto também preto não muito grande, não sou fã de utilizar saltos, mas tem ocasiões que é necessário. Fiz uma maquiagem leve, dando destaque aos meus olhos azuis e deixei meu cabelo solto mesmo, as filhas dos capos morrem de inveja dele, por que não me exibir com lindos cabelos ruivos naturais? 

Desço as escadas indo atrás de meus pais, que provavelmente já devem estar me esperando. 

Ao chegar na sala vejo os dois conversando um pouco baixo demais. Amo a cumplicidade deles. Mesmo minha mãe não apoiando em nada os métodos de meu pai, ela sempre está do lado dele em qualquer decisão que ele toma. Sempre. 

— Vamos? — os chamo, informando que já estou aqui. 

Eles me olham com um olhar de admiração. 

— Minha filha, você está belíssima! — meu pai fala enquanto minha mãe fica me olhando com um olhar orgulho.

— Obrigada babbo... — digo, enquanto vou dar um beijo nele.

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