cinquenta e um

885 189 116
                                    

ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

A luz solar batendo em meu corpo me faz querer despertar.

Quando abro meus olhos sinto uma dor de cabeça infernal. Parece que quer explodir e com isso algumas memórias de ontem a noite vem com tudo. Eu não devia ter sido fraca. Eu não devia ter me drogado.

Sinto um calor humano em baixo do meu corpo. Puta que pariu! Eu não posso ter dormido com outra pessoa pensando que era ele. Não posso.

Merda. Mil vezes merda.

Estou sem coragem pra ver quem é a pessoa, então, opto por fechar os olhos novamente. A última vez que fiz isso também deu muito errado. Eu pareço me transformar em outra pessoa. Ou no antigo eu. Não sei.

Resolvo sair de cima da pessoa, começo a me mexer com a maior calma ainda sem o olhar. Mas infelizmente ele começa a se mexer também.

— Bom dia... — ele diz, e caralho, podia ser qualquer pessoa menos ele. Olho pra ele só pra confirmar mesmo.

Sim, é o meu marido. Droga!  

— Ehh... Bom dia! — falo, agora me levantando completamente da cama sem me dá conta que estou nua. Só quando o observo me olhando com os olhos desejosos que me dou conta desse fato. — Para de olhar pra mim assim, agora! — ele solta uma risadinha que me estressa mais, vou em direção ao banheiro, minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento e tudo que eu queria nesse momento era que nada disso tivesse acontecido. Não com ele.

Quando fecho a porta do banheiro e me olho no espelho. Meu corpo está todo marcado. Pelo menos aparenta ter sido bom.

Vou direto para o chuveiro com a intenção de tirar tudo de ruim que veio acontecendo.

Durante o banho, estou com o pensamento tão longe que nem percebo que estou me esfregando com muita força nos locais onde tem umas marcas bem visíveis.

Está na cara que ele fez de propósito. Mas não consigo me lembrar de muita coisa. Eu estava na boate dançando e alguém chegou por trás me agarrando, e o único rosto que eu lembro ter visto foi o dele.

Eu sei que isso só aconteceu porque eu achei que era ele. Eu já fiz isso uma vez. A anos atrás na Alemanha. E olha a surpresa, quando acordei não era ele. Como hoje.

É tipo uma válvula de escape. Adam me proibiu de chegar perto de qualquer tipo de droga. Por isso, ele ficou na frente de todos os carregamentos. Ele não queria que eu virasse uma viciada. Se não fosse por ele, com certeza eu teria mesmo.

Termino o banho me enrolando em uma toalha com os cabelos molhados, saio do banheiro.

Giovanni está na mesma posição com a porra de um sorriso no rosto. E sem roupa!

— Por que você ainda está sem roupa? — pergunto claramente com raiva. Ele sorrir. Já estou vendo que nunca mais esse sorrisinho sai do rosto dele.

— As lembranças de ontem ficam bem mais vívidas assim... Você não quer um segundo round? — ele diz, se levantando e vindo em minha direção. Dou um passo pra trás batendo na parede.

— Acho melhor você se afastar Giovanni... — falo, mas ele me interrompe colando seus lábios ao meu. Sua mão vai para minha cintura e sua língua pede passagem, ainda cogito em permitir, mas não não o faço.

O empurro pra longe, passando a mão em meus lábios.

— Nunca mais, escute bem, nunca mais isso que aconteceu entre nós irá se repetir! — falo indo em direção ao closet para me vestir deixando um Giovanni puto pra trás.

FRAGILE | ✓Where stories live. Discover now