quarenta e três

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.


Desde que mandei os capos armarem contra o tal traidor, não tive mais respostas, assim, como também não obtive nenhuma resposta de Adam, que está sumido a uma semana, sem contato algum. Só não estou mais preocupada porque ele foi bem claro em tudo no e-mail.

Ele sabe se defender bem. Com certeza não está em apuros, mas o que me preocupa é onde ele está e o que está fazendo.

Ele nunca foi de me esconder algo e agora vive cheios de mistérios.

Já passa das 8 da noite, resolvi vim mais cedo para casa, estou no meu escritório tentando mais uma vez falar com ele, mas como sempre, nenhum resultado.

Escuto uma batida na porta que mando logo entrar.

Vejo Pierre entrando e vindo em minha direção.

— Eu queria conversar com a senhora. — ele fala em um tom preocupado.

— Pode falar Pierre, não precisa ser tão formal, fomos criados juntos homem. Sente aí. — digo a ele que me obedece.

Estou sendo sincera. É importante para mim. Mesmo eu sendo sua chefe, as coisas não mudaram.

— Eu queria saber se eu poderia viajar? É por pouco tempo. Tenho algumas coisas para resolver. — ele diz, vejo que está um pouco incomodando e mal olha em meus olhos.

— Você está bem? Parece está nervoso. — pergunto e finalmente ele me olha.

Não sei exatamente como posso interpretar seu olhar.

— Claro, estou ótimo. Então... Você permite? É pouco tempo. Menos de uma semana estarei aqui. — ele diz, mas algo nele me deixa intrigada.

— Pode ir, você mal sai para algum lugar. Está liberado. Só não demore muito, preciso de você por aqui, afinal, você é o chefe da minha segurança. — digo a ele tentando descontrair.

Ele me da um sorriso e se levanta.

— É claro. Virei o mais rápido possível.  Obrigado! — ele fala e sai da minha sala.

Ele nunca foi de pedir para viajar assim, então, realmente ele deve está precisando de um descanso.

Nunca o vi com mulheres, o que me faz pensar que talvez ele vá com alguma, ele deve ter alguma, com certeza. Seria impossível não ter.

Paro de pensar sobre isso. É só uma viagem. Nada de mais.

Volto para meus documentos e passo a olhar as entregas que seriam feitas por esses dias, novos armamentos e carregamento de drogas.

São mais de 3 bilhões em jogo, nada pode dá errado. Os dois caminhões tem que passar pela fronteira sem que o FBI perceba, caso contrário, eu estarei muito fodida.

Monto uma rota para meus homens fazerem sem perigo algum quando vejo uma notificação de mensagem em meu e-mail.

Abro rapidamente, deve ser Adam, finalmente.

DE: FORCHHAMMER, ADAM
ASSUNTO: SEM ASSUNTO.

Desculpa não ter entrado em contato logo, estou voltando para Itália amanhã, conversaremos sobre tudo que aconteceu e que vai acontecer. Até.

Essa mensagem me deixa muito preocupada, não sei exatamente o que está acontecendo, mas algo está.

Se ele tem algo para conversar, é porque com certeza é sério. 

Resolvo não pensar muito sobre isso e saio para fora de meu escritório. Vou em direção a cozinha ver o que fizeram para o jantar.

Os empregados se assustam ao me ver mas logo me avisam que jantar será servido em instantes e que Giovanni avisou que não virá. Ninguém se importa. Pelo menos eu não.

Depois do jantar eu resolvo subir para meu quarto, preciso descansar e pensar sobre tudo que está acontecendo e que vai acontecer.

Depois de horas tentando dormir e não conseguindo, como sempre, saio da cama para pegar meu notebook e olhar novamente alguns arquivos.

Vejo uma notificação de Derek que me avisou que o plano foi posto em prática e que finalmente tivemos algum contato com o traidor, ou pelo menos achamos que é ele.

Antes de eu sequer responder seu e-mail e abrir o arquivo enviado por ele escuto uma movimentação na parte de baixo da minha casa e não gosto nada.

Vou até minha gaveta, onde guardo as minhas armas e as preparo para qualquer coisa que esteja por vir.

Resolvo olhar pela janela e vejo alguns carros desconhecidos por mim.

Puta que pariu! Isso não pode está acontecendo, nesse momento não! Como caralho eles conseguiram passar pelos portões? Eu não consigo aceitar que meus homens estão nessa.

Estamos sendo invadidos, e o pior, não sei o que fazer para sair dessa. Algo me diz que foi ele. E dessa vez, posso afirmar que seu plano foi esperto demais.

Sigo para porta do meu quarto mesmo sabendo que não tenho como chegar no esconderijo, por ser lá embaixo, no meu escritório. Inferno.

Escuto alguns tiros enquanto desço as escadas e logo em seguida avisto alguns homens vestidos formalmente de preto. Não consigo identifica-los, me escondo atrás de uma parede e os observam.

Um deles está dando ordens para subir para parte dos quartos, isso significa uma coisa: ele conhece bem a casa e isso significa que ele anda muito por aqui.

Pela contagem, tenho 12 balas e 10 homens, se eu não errar nenhum tiro, fico com duas balas sobrando. Pego meu colar e beijo pedindo para ele me ajudar a sair dessa.

Resolvo sair de onde estou atirando nos homens que estão a minha vista.

Não paro de atirar até que aparecem em minha visão mais alguns e não me surpreendo ao ver que são os meus contra mim. Minhas balas acabam, então resolvo partir para a luta corporal.

Quando um homem vem em minha direção, não hesito em dá um chute no ar, tirando sua arma de suas mãos, vamos os dois juntos para o chão, a diferença é que eu tenho técnica e não caio como um saco de batatas.

Subo em cima dele sem dó, desferindo socos em seu rosto.

Quando me dou conta de outra presença na sala, tento ser rápida saindo de cima dele...

— Ora ora se não é quem eu vim visitar. — Alguém fala, me fazendo virar em sua direção, a máscara em seu rosto me impede de ter clareza sobre quem é. — Será uma pena ter que machucar esse corpinho tão lindo chefe. — ele diz, manuseando sua arma pra cima e pra baixo.

Pela lateral vejo alguém entrando na sala e antes de eu conseguir pensar sinto um impacto na minha cabeça.

E tudo que consigo visualizar antes de ver a escuridão são olhos bem conhecidos por mim.

FRAGILE | ✓Where stories live. Discover now