setenta e cinco

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

Quando atirei na direção de Giovanni, não na intenção de o matar. O tiro pegou em sua mão de raspão, já o que ele deu em mim, pegou em meu ombro. Uma dor do inferno. Mas nada que já não tenha sentido.

As coisas foram acontecendo de forma automática depois disso.

Quando acordei, vi que todos os chefes estavam ao meu lado, porque no fundo foram prejudicados de alguma forma por tudo que aconteceu na máfia.

Como não temos mais a sede aqui, tive que mandar levar Vitali para o nosso outro esconderijo, no outro lado da cidade.

A sensação de saber que em poucas horas irei matar o culpado por tudo de ruim que aconteceu na minha vida me deixa feliz, como não venho me sentindo a muito tempo.

Ele matou minha mãe. Destruiu a minha vida e quase tentou matar Petrus novamente. Tá na hora desse desgraçado morrer.

Quando o médico da família termina de fazer o curativo em meu ombro, ele sai sem dizer nada, me deixando sozinha, vou em direção ao closet atrás de uma blusa. Opto por uma sem alça. Me deixará mais confortável.

— Vi o médico saindo do seu quarto... Queria saber como você está... — Me viro na direção dele assim que escuto sua voz. Tão lindo.

Só queria que tudo voltasse a ser como era. Só queria que ele me olhasse da forma que olhava antes, apenas.

— Estou bem... Já passei por coisas piores. — O respondo indo em direção ao lado onde tem algumas jaquetas, mesmo que eu não vá usar.

Sinto seu olhar seguindo meus passos.

— Eu sei... Mas eu me preocupo. Não era pra você ter feito aquilo, e se ele tivesse acertado o tiro Valentina? — ele diz se aproximando, viro em sua direção o olhando.

— Eu não poderia deixar ele acertar você! Só isso importa. — falo olhando em seus olhos confusos.

— E perder você estava tudo certo? — ele me pergunta. Como se ele fosse sentir algo. Ele nem sequer se lembra de mim.

— Você nem se lembra de mim! Com certeza não ia fazer muita falta. — digo exaltada, saindo do closet.

Eu estou cansada de tudo isso. Estou cansada de olhar pra ele e não poder fazer nada. Estou cansada de ser forte!

— Ei, não diga isso! — ele diz me puxando pelo braço. Fico poucos centímetros longe dele. — Eu realmente não conseguir me lembrar de nada sobre a nossa história... Mas eu vou, eu sinto isso. Cada vez que eu olho pra você, é como se eu estivesse vendo meu mundo inteiro. — fala tocando em meu rosto. — Você é importante pra mim, mesmo você achando que não... Você esqueceu do que eu disse quando você estava indo atrás do Vitali? Eu não estava mentindo! Eu preciso de você para se lembrar de tudo! — Ele aproxima seu rosto do meu, ainda fazendo carinho com suas mãos. — Você vai me ajudar? — Me pergunta sorrindo. Seus olhos são tão verdadeiros.

A vida está me dando uma segunda chance e eu não posso deixar ela passar, não mesmo.

Olho pra ele com um sorriso triste, olhando para a razão de toda minha felicidade. Minha mãe iria querer que eu tentasse ser feliz. Eu sei disso.

FRAGILE | ✓Where stories live. Discover now