quarenta e nove

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

"Eu nos vejo dançando com nós mesmos
Nós fazemos melhor com
Ninguém por perto, sim
Só você na minha imaginação, sim
Na minha imaginação, oh."

Foster the people | imagination.

(PS: não façam nada disso em casa crianças, obrigada!)

Ao chegar no galpão, avisto meus homens próximos aos caminhões de drogas. Desço de meu carro, fechando minha jaqueta de couro escura.

Ao me aproximar deles, vejo que estão começando a testar as drogas.

Sempre que um novo carregamento como esse chega, chamamos alguns dos associados drogados para experimentar e dizer se a mercadoria realmente é boa.

Também é uma forma de os incentivar a comprar cada vez mais. A maioria dos nossos compradores são playboys, ou seja, ganhamos muito dinheiro. Os pontos de encontro sempre dão muito dinheiro. Ou seja, quanto mais eu incentivar, mais dinheiro entra.

Nosso carregamento é dividido entre ecstasy, cocaína, crack, heroína anfetaminas e entre outras variadas.

Desde a minha adolescência eu sempre fiquei longe disso, nunca se quer tiver curiosidade, mas uns anos atrás eu provei o ecstasy e ele me deu a sensação que eu queria no momento.

Fugir da realidade.

E é disso que estou precisando no momento.

Depois de verificar tudo, eu pego um pacote de ecstasy dizendo a meus homens que irei levar para a boate que estou indo. Não posso deixar entender que irei usar.

Sigo direto para meu carro onde meus seguranças abrem a porta traseira pra mim entrar.

Já no banco de trás aperto no botão que faz a parede negra subir dentro do carro, os impedindo de ver o que irei fazer.

Engulo três comprimidos de uma única vez. Deito minha cabeça no encosto do banco do carro já me arrependendo de ter feito isso.

Meu pai sempre me disse que um chefe só é respeitado quando se é sóbrio. Estou indo contra todos os seus mandamentos e conselhos. Não duvido que ele também esteja decepcionado comigo lá na sua tumba.

Fecho meus olhos sentindo os efeitos começarem. A sensação de prazer e euforia me toma. Me levando pra fora da realidade.

Sinto quando o carro para. Acho que chegamos na boate.

Abro meus olhos e puxo a maçaneta da porta saindo logo em seguida. O barulho de música eletrônica alto chega em meus ouvidos e uma vontade absurda de dançar me vem.

Termino esquecendo completamente o que vim fazer aqui.

Sigo em direção a porta da boate, onde o barulho se torna bem mais alto me deixando mais alegre.

Vou em direção ao bar, pedindo uma dose de tequila ao barman que me olha estranho. As pessoas não estão acostumadas a me ver em minhas boates.

Ele me entrega o copo que tomo de uma vez só sem fraquejar. Pedindo logo em seguida outro, e mais outro...

Olho para a pista de dança e consigo visualizar as pessoas dançando, se beijando e se divertindo. Por que eu também não posso?

Vou em direção a pista de dança mandando meus homens ficarem onde estão.

A letra da música me deixa nostálgica. Porque era exatamente isso que eu queria, conseguir senti-lo mais uma vez. Só uma única vez.

Danço seguindo o ritmo da música, rebolando e sensualizando como a anos atrás, quando estive com ele, em uma pista de dança. Sendo feliz, sem se quer imagina o que iria acontecer.

Fecho meus olhos pra sentir melhor a música, sigo dançando com essa música que me leva para memórias boas.

Sinto quando uma mão pega em minha cintura. Não consigo mandar quem quer que seja se afastar, só continuo dançando com meu desconhecido com um cheiro tão conhecido por mim. Whisky e menta.

Viro na direção dele abrindo meus olhos, e não sei exatamente como reagir. Mas tudo que vejo na minha frente é ele.

Olho dentro de seus olhos tão hipnotizantes. Não resisto em chegar mais perto rebolando de costas pra ele. Sinto sua ereção em minha bunda e isso me faz rebolar mais. Desço até o chão rebolando. Ele me puxa pra cima juntando nossos lábios logo em seguida. Não ouso o impedir.

Como eu senti falta disso. Seus beijos. Seu toque. Tudo.

Sua língua entrando em contato com a minha é uma sensação tão deliciosa.

O beijo tem gosto de saudade.

Seu corpo se cola mais ao meu e minhas mãos voam para seu cabelo sedoso e macio. Sua língua e a minha parecem está brigando por espaço. Nenhuma das duas querem perder essa briga.

Infelizmente precisamos de ar. Nos afastamos. Olho no olho. E tudo que consigo pensar é que preciso dele agora. Meu corpo inteiro está pegando fogo.

— Seu gosto é divino principessa. — ele diz, sorrindo pra mim.

— O seu fica cada vez melhor... Eu preciso de você agora! — falo avançando em sua direção mais uma vez.

Suas mãos em minha cintura e as minhas em seu pescoço nos fazem ficar cada vez mais ligados um ao outro.

Eu só preciso dele mais uma vez.

— Vamos embora! Vou te dar o que você tanto quer principessa. — ele diz dando beijos molhados em meu pescoço. Isso me faz arrepiar e ficar sedenta por mais...

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