setenta e sete

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ITÁLIA, PALERMO

PETRUS FORCHHAMMER

ATUALMENTE.

Eu não achei que eu fosse gostar tanto de fazer parte da morte de uma pessoa como hoje. Foi como se eu tivesse terminando um ciclo naquele momento.

Quando saímos do galpão, eu estava todo sujo de sangue, então seguimos em direção ao hotel de Valentina.

Ela disse que não queria mais voltar para aquela casa, porque as lembranças não eram boas. E eu entendo.

Sorrio ao lembrar dela. Eu não sei nada sobre nós, nem sobre o que eu sinto por ela, mas eu só sei que quero viver isso.

Quero fazê-la feliz. E quero ser feliz.

Eu esperei pelo momento em que finalmente me sentiria bem ao lado de alguém. E eu sinto isso. Com ela.

De banho já tomado, coloco uma calça de moletom e vou até a janela olhar a cidade.

Não consigo me lembrar de nada do que vivi até agora por aqui, mas eu espero conseguir.

Depois que parei de tomar os "remédios" tive uns dois flashes de memórias, mas não comentei nada com a Valentina ou Adam para não dá muita esperança.

Falando nisso, agora que a coisas se acalmaram, Valentina falou com o médico da família para fazer uma nova bateria de exames em mim para poder ver como eu estava e se tinha chance de minha memória voltar.

O jeito como ela se preocupa comigo, me deixa feliz, saber que alguém se importa comigo dessa forma.

Escuto uma batida na porta e vou logo abrir, deve ser ela.

— Pela sua cara de decepção, você achou que era a Valentina. — Adam diz sorrindo.

— Entra logo. — falo um pouco chateado, realmente achei que era ela.

Ele entra no quarto indo buscar uma bebida.

— Queria conversar com você sobre como as coisas vão ficar a partir de agora... — ele diz se sentando na poltrona. Faço o mesmo. — Eu sei que você está sem memória, mas agora que o mundo sabe que você está vivo, você precisa começar a treinar com urgência e tomar seu posto de volta. — Joga tudo em cima de mim de uma vez.

— Ok... Não sei se estou preparado para ser um chefe novamente... — falo a verdade.

Todos os meus homens precisam ver um homem seguro.

— Não está, mas vai ficar! Amanhã vamos começar os treinamentos bem cedo, e é por isso que eu vim, não seria melhor se fossemos para Alemanha? Nossa casa tem tudo que precisamos. — ele diz isso me deixa pensativo, ir pra longe da carona depois de tudo. Me levanto indo até a janela novamente.

— Não queria me afastar agora cara... Melhor fazer por aqui mesmo não? — pergunto.

— Você que escolhe... Fico feliz em ver que você e a Valentina estão se entendendo, de verdade. Ela merece isso. Ela merece ser feliz. Os dois merecem. — ele fala, se levantando e vindo até onde estou. — Talvez ela goste de treinar você também... — Sorri ao concluir isso.

— Me sinto bem com ela... Preciso recomeçar minha vida. — digo olhando o mundo lá fora. — Seria interessante ver ela me treinando... — Sorrio ao finaliza essa imagem.

— Bom... Já que você não quer ir para Alemanha, amanhã começaremos logo cedo. — ele diz se virando para sair.

— Ok... — falo assim que ele sai pela porta.

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