quarenta e seis

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ITÁLIA, PALERMO

VALENTINA MONTANARI

ATUALMENTE.

"Eu sou maior do que o meu corpo
Eu sou mais fria do que esta casa
Eu sou mais cruel que meus demônios
Eu sou maior do que estes ossos."

Halsey |control.

A vida realmente é uma merda, mesmo em uma situação como essa eu consigo visualizar tanta coisa

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A vida realmente é uma merda, mesmo em uma situação como essa eu consigo visualizar tanta coisa. Seu olhar brilhando com um ódio que nunca vi e com um sorriso sarcástico no rosto. Tudo que sempre esteve lá e eu nunca percebi. Como fui tola em achar que ele era fiel a mim. Como fui tola em deixar tudo isso passar por de baixo do meu nariz.

- O que foi? Está surpresa? - ele pergunta vindo na minha direção.

- Não dê mais um passo ou descarrego essa arma toda na sua cabeça de merda. - falo apontando uma para ele e outra para o saco de merda que está gemendo de dor próximo a porta.

- Você acha que realmente vai conseguir sair daqui? Agora que eu te tenho em mãos... Não irá sair mais. - ele fala chegando mais próximo. Ele olha para mim e depois para seus homens. - Você acha que consegue matar todos eles e eu facilmente? Acha que é boa o suficiente pra isso?

Olhando pelo ponto de vista, ele está certo, mas se tem uma coisa que aprendi com meu pai é que não deixe seu inimigo te ter nas mãos, se for pra se entregar, melhor a morte.

- Sabe... - Destravo a arma - Eu sempre tive curiosidade em saber como é matar um traidor. - falo friamente - Não me importo de sair morta daqui Pierre, contando que saímos os dois para o inferno, com certeza eu não me importo. - ele me olha e sorri.

- Sempre gostei de você por isso... Seu deboche é excitante, sabia que foi ele que levou o seu queridinho a morte? - ele fala e isso me deixa com mais ódio ainda. Avanço em sua direção, mas paro quando ele levanta sua arma também. - Mais um passo e eu mando todos os meus homens atirarem. - ele fala e me dou conta que todos eles estão com as armas levantadas em minha direção.

Olho pra ele. Ele me olha. Dois olhares opostos. O meu, de vingança, o dele, cético. Com certeza sem acreditar que eu não irei abaixar minha arma.

- Como eu disse... Daqui só sai eu ou você vivo. Ou talvez os dois mortos! - digo ameaçadoramente, mas antes de qualquer outra ação sua, escutamos muitos tiros do lado de fora e ele vem em minha direção. Não hesito em atirar em sua perna fazendo-o cair no chão.

Seus homens correm para os arredores e eu fico aqui com os dois ratos traidores. Vou na direção onde ele está caído. Me abaixo em sua direção apertando o cano de minha arma em sua ferida.

- Eu vou acabar com você Pierre... - falo olhando dentro de seus olhos. - Bem lentamente... - Logo escuto quando a porta sendo aberta, viro na direção dela com minha arma em punho e me surpreendo ao ver ele ali na porta.

- Como você me achou? - pergunto a ele me levantando e indo em sua direção.

- Seu celular tem rastreador. Os idiotas nem isso sabem olhar. - ele olha para Pierre no chão e volta seu olhar para mim. - Então ele é o rato filho da puta dentro? Não me surpreende muito, nunca fui com a cara dele. - ele fala me olhando.

- Ele é um dos ratos, mas sei que tem outro. Não pode ser ele. É alguém com mais cacife para tal e algo me diz que ele sabe quem é, ou seja, minha noite será longa. Ele vai pagar por tudo, sabe por que? Minha vingança está apenas começando. - falo olhando de Giovanni para Pierre. Esse filho da puta irá sofrer. E muito.

- Vamos embora... Você precisa descansar, depois você resolve isso. - ele fala tentando me puxar para fora enquanto seus homens levam os dois desgraçados para fora.

- Me solte! Eu não vou pra outro lugar que não seja o sub10. De hoje esses dois não passa, não é possível que eu não consiga uma única pista com eles. - Olho para Pierre - Esse filho da puta irá começar a sofrer de agora, eu preciso aliviar o meu estresse... Nada melhor que com ele. - digo voltando para ele.

Seguimos em direção aos carros estacionados na porta do casarão e tudo que fico pensando agora é que ele era a pessoa que menos esperava me achar. E principalmente, onde meu subchefe está. Por que ele não veio atrás de mim?

Olho novamente para Giovanni, ele está com o olhar longe.

- Você está bem? - pergunto. Ele me olha e sorri.

- Eu que deveria perguntar isso pra ti. - ele diz chegando mais perto, suas mãos vão para meu rosto. - Eu fiquei muito preocupado... Achei que fosse te perder. - Olhando dentro de seus olhos não consigo identificar o que vejo neles. E isso me preocupa. - Se você não se importar, queria participar da tortura de Pierre. - ele fala fazendo um carinho em meu rosto e tudo que consigo pensar é que pela primeira vez eu não estou incomodada com seu toque.

- Você não iria me perder Giovanni... Porque você não me tem! Agora respondendo sua outra pergunta... Posso pensar sobre isso. - falo me soltando de seu toque. Odeio essa proximidade e o que senti agora.

- Por que você é assim? Tão difícil? - ele fala nervoso. - Eu tento ao máximo demonstrar que me importo com você e você sempre me ignora. Cansei.

Olho para ele e entro dentro de meu carro sem esperar por ele.

A viagem é longa e isso faz meus pensamentos ficarem confusos. Eu não sei exatamente como me senti com sua afirmação. São quase três anos juntos e eu nunca senti o que senti hoje. E eu não gosto disso.

Não gosto da ideia de sentir algo por ele porque pra mim é como se eu estivesse traindo Petrus... Isso é tão errado. E ao mesmo tempo tão certo.

O que senti por Petrus Forchhammer é insubstituível e incompreensível. Era amor. E eu sinto que ainda é. E eu não posso traí-lo.

FRAGILE | ✓Where stories live. Discover now