Capítulo 5

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Pego Jeep, blindado, traçado e chipado, uma verdadeira máquina de guerra. O carro do patrão, um dos motivos pelo qual não me apaixono, o cara fica um bobo.

Léo Martínez, embora ficasse mais tempo na frente dos negócios lícitos, quando precisava ir para o combate era um verdadeiro comandante. Ditava ordem e estava sempre na linha de frente. Agora vejo em Léo, um homem assombrado pelo medo de perder a mulher amada.

Eu não o culpo, a ruiva dominou o coração do nosso chefe, e carrega no ventre dois filhos dele, eu surtaria, nada nem ninguém chegaria perto de Olívia... quero dizer, de uma mulher que eu venha a amar.

- Onde vocês estão? - pergunto pela escuta a um dos homens que estão em perseguição.

- Senhor, é uma armadilha. Dois dos nossos homens foram atingidos, os carros capotaram. Ele está se dirigindo a estrada estadual. A cada momento aparece um carro diferente, nosso carro está bastante danificado. Por hora, acho melhor recuarmos antes que percamos mais homens.

- Só me espere chegar. Aí vocês podem sair.

- Entendido senhor.

Nem morto eu vou recuar, esse filho da puta não vai me fazer sair com o rabinho entre as pernas. Pego um atalho que me levará mais rápido para a rodovia estadual. Vou jogando quem eu vejo pelo caminho para fora da pista. Quando chego na rodovia, um carro preto surge com os faróis apagados, e bate na lateral do meu carro. Luto para equilibrar o veículo na pista para que ele não capote.

O carro gira, inúmeras vezes, seguro com toda força o volante e consigo aprumar a direção, outro carro surge atirando no para-brisa, por sorte essa merda é blindada. Puxo minha pistola e tecido aos tiros. Eles são muitos, Jorge estava certo, era uma armadilha. Mas eles não me acertarão, dou marcha ré e um cavalo de pau e volto pela estrada que vim, arrastando dois carros que queriam me fechar.

Essa máquina tem qualidade, essa adrenalina me deixa doido, meu sangue ferve de emoção, não consigo viver sem essa vida louca.

Deixo os carros batidos e corro como um louco.

- Jorge, realmente era uma emboscada. Perdemos muitos homens. - Falo pela escuta, mas ele não me responde. - Jorge!

- Ele foi atingido senhor. - um dos homens falam.

- Levem todos os feridos para o hospital.

- Sim senhor.

- Merda! Filho da puta é mais esperto que nós pensávamos.

Soco o volante com ódio e passo as mãos pelos cabelos. Não podemos perder nossos melhores homens. Eu fui burro, agi pela emoção, e coloquei minha equipe em perigo.

Ligo para Léo, e explico a situação, ele fala baixo, Sara ainda dorme, ele resmunga um palavrão e diz que vai deixar tudo preparado.

A dificuldade é grande em enxergar com o para-brisa cravado de balas, a blindagem de excelente qualidade não permitiu que me atingisse, mas eles estavam armados para uma guerra. Preciso descobrir quem são os aliados desse bastardo.

Chego no hospital, junto com os feridos, já tem uma equipe nos aguardando. Léo já está vestido como um bom traficante, tenho que admitir, o filho da puta mete medo com a cara de mal que ele tem.

Alguns feridos já estão sendo socorridos, eu paro meu carro, e Olívia que estava socorrendo os feridos, larga tudo o que está fazendo quando vê meu carro destruído. Corre em minha direção quando abro o carro, ela praticamente me puxa de uma vez de dentro do veículo e me olha dos pés à cabeça procurando por algum ferimento, os olhos dela de preocupação e eu como um bom pervertido que sou, estou de pau duro.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now