Capítulo 8

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Já faz quinze dias que saímos do hospital. E nesses dias Léo tinha virado praticamente um pai para mim. Atencioso, protetor e controlador. O problema é que eu não quero um pai, eu quero um homem! Eu quero O homem, no caso ele, Leonardo Martínez.

Ando irritada pela área da piscina enquanto Rebeca tem aula de natação com sua professora. Óbvio, vale ressaltar que na nossa residência só entra mulher, é claro devidamente investigada.

Disso eu não o culpo, vindo de Diogo, tudo é possível. Ele é um psicopata, ardiloso e sanguinário.

Mas todo esse excesso de zelo, proteção e cuidado tem me deixado bem nervosa.

Os hormônios da gravidez estão aflorados. Sinto muito sono, durmo o dia quase inteiro, cansaço, mal estar pela manhã, sem contar que Olívia me recomendou repouso total. O que Léo entendeu, zero sexo!

Acho que eu ainda não o ataquei por pura resistência dele. Gente do céu, aquele homem era o caminho inteiro para o pecado. Vê-lo de manhã se arrumando para o trabalho me deixavam excitadíssima, mas o beijo casto que ele me dava era um balde de água fria. Não sei mais o que fazer, já me esfreguei, me ofereci descaradamente de toda forma e ele fazia o que? Simplesmente dava um longo suspiro e dizia que não podíamos por causa da ordem médica.

Ordem médica é a puta que pariu! Que me perdoe a mãe de Olívia, mas hoje acordei mais atacada que o normal.

- Mamãe, por que você não para de andar? - Rebeca me tirou dos meus pensamentos. Ela estava na fase do "portunhol" misturava português com espanhol frequentemente, também estava tendo acompanhamento psicológico, aqui em casa claro, para poder entender o que aconteceu com seu pai.

Fico pensando na cabeça da minha filha, ela não entende muito bem, mas sabe que o pai está de volta, e que não é uma pessoa "legal".

Eu também tenho passado por acompanhamento psicológico, mas no meu caso, perdão às psicólogas, eu não gostei da minha.

Finalmente eu respondo a indagação da minha filha.

- Estou pensando boneca, não consigo pensar quieta. A água está boa? - Dou meu melhor sorriso à ela.

- Tá bem quentinha mamãe. Vem tomar banho comigo.

- Vou já, ja.

- Sara. - Maria vem ao meu encontro. Ela tem sido uma excelente companheira, não sei o que teria sido de mim sem ela e a minha mãe aqui presente.

- Por que esse palmo de língua pra fora Maria? - Brinco com ela, que sorrir da brincadeira.

- Menino Léo ligou.

Só de mencionar o nome dele já fico irritada, será que estou enjoando o "maledeto" de tanto que ele vem me desprezando?

- Ah foi... - Finjo surpresa.

- Não faça isso com ele menina. Ele tem seus motivos para estar preocupado, você também tem que se recuperar. - Claro, ela sempre defende seu queridinho.

- Não me venha com as suas defesas Maria, não quero papo com ele, não por enquanto. O que ele queria é urgente? - Vou até a espreguiçadeira e finjo desinteresse, mas na verdade estou morta de curiosidade. Deve ser algo importante, para Maria aparentar esse nervosismo.

- Ele avisou para fazer um jantar especial que teremos visitas.

Não me faltava mais nada! Irritada, com abstinência sexual, terei que fazer sala para visitas! É muito castigo! Certeza! Coloco os óculos escuros para que ela não veja meus olhos flamejantes de ira.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz