Capítulo 50

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Leonardo Martínez

Sinto fraqueza e a escuridão me levando depois que vi Sara matar Diogo, um misto de sensações me dominaram, raiva por ver minha mulher grávida, tão descontrolada, humilhada, sofrendo pelas mãos daquele filho da puta. Mas também eu senti um orgulho absurdo em vê-la por fim na vida dele. Ele merecia morrer da forma mais cruel possível, torturado, castigado ao extremo. Mas acredito que não houve castigo maior para ele, do que morrer pelas mãos da mulher que ele jurou amar.

Sara estava furiosa, ao descarregar a arma no corpo daquele maldito. Ele mereceu cada bala, eu mesmo queria ter o matado.

Sara caiu quando terminou de atirar, eu tentei tranquiliza-la, nenhuma mulher merecia passar por aquela situação, principalmente uma mulher grávida.

Acredito que a perca de sangue foi determinante para que eu tivesse apagado. Eu já não sabia o que era sonho ou realidade. Eu ouvia a voz de Sara chorando, se lamentando, eu queria tanto conforta-la, mas minha voz não saía, eu só queria dizer que tudo ia ficar bem, e que eu ia voltar para ela.

Tive pesadelos horríveis, ouvir da boca de Diogo que ele foi o responsável pela morte do nosso pai foi a revelação mais macabra que eu pude presenciar, ele não tinha limites, à loucura já tinha o dominado por completo, ele não sabia distinguir mais nada, Sara estava correndo risco de vida, ela e nossos filhos. Vi nos seus olhos de psicopata que o plano dele era matar Sara e depois se matar, tudo isso na minha frente, para que eu pudesse conviver com a dor de perder a mulher que eu amo e os meus filhos.

Mas tive sorte, nunca rezei tanto para que Deus protegesse minha mulher e meus filhos, se algo acontecesse a eles, eu não conseguiria viver, eu não seria forte suficiente para perder tanta gente... Diogo sabia disso, ele queria me punir, tudo por um ciúme idiota de irmão.

Fora os pesadelos, eu escuto vozes desconhecidas de homens e mulheres, um bip constante. Consigo também reconhecer a voz a voz de Amadeo, mas não consigo compreender o que ele fala.

*************

— Ele está bem, está fora de perigo, já está no quarto. O médico disse que é questão de horas para ele acordar. - Amadeo faz uma pausa, acredito estar falando com alguém ao telefone. — Eu não vou sair daqui, eu quero ver a hora que esse viadinho vai acordar. Ele vai acordar desnorteado, sem saber o que está acontecendo, e eu preciso situa-lo. Como está Sara?

Ele pergunta e fico tentando falar, mas não consegui, minha língua está pesada.

— Ele vai ter que ter paciência com ela? Claro que ele vai ter Oliver, Léo é louco por essa mulher, isso é apenas uma fase.

O que ele está falando? Sara vai deixar?

— S-sara... - O monitor começa a fazer um barulho estranho. Sinto um aperto no meu peito, e ouço a voz de Amadeo.

— Um médico! A paciente está passando mal! — Amadeo está desesperado e a única coisa que eu quero é a minha mulher. Sara não pode me deixar, eu não posso viver longe dela...

*************

Tudo está silêncio, de novo os benditos bips ritmados ecoam pela sala, nenhuma voz. Abro os olhos vagarosamente, está tudo claro. Tento me sentar, mas estou com tantos aparelhos pelo corpo, que acredito ser impossível.

— Merda...

Uma enfermeira passa pelo meu leito e arregala os olhos quando me ver acordado.

— Senhor Martínez.

— Me tirem daqui. Preciso sair. Cadê minha mulher? Cadê o Amadeo? Onde eu estou?

A mulher fica apavorada, sou um cara educado, mas quando estou nervoso consigo colocar medo em qualquer pessoa.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now