Capítulo 48

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Eu continuava chorando abraçada a Oliver, Amadeo retirou o colete à prova de balas que Léo estava usando.

— Mas como... - Oliver completou antes que eu terminasse a pergunta.

— A nossa arma é de alta projeção, o tiro a queima roupa, o ângulo... tudo isso deve ter favorecido que a bala penetrasse no colete. Mas deve ter amortecido o impacto também, ele vai ficar bem Sara, vamos torcer...

— Ele vai... ele não pode me deixar...

— Não vai.

— Cadê a bebê?

— Está trancada no quarto. A babá está com ela.

— Ela está bem?

— Sim, já chamamos a ambulância e a polícia. Eles já devem estar chegando.

— Eu vou ser presa Oliver? Eu matei um homem, meu marido perante a lei.

— Legítima defesa Sara, ele já era procurado, um foragido, registramos um b.o contra ele por sequestro.

No mesmo instante ouvimos barulho de sirenes e os minutos que se seguiram foram cruciais. Léo foi levado por uma equipe médica, Silvia estava abalada com Isa no colo, chorava a todo instante. Eram tantos homens, eu sentia nojo de todos eles, tudo começou a girar... tantos acontecimentos de uma vez... o corpo de Diogo mutilado no chão... o delegado fazendo mil perguntas, e eu não conseguia formular uma frase... o medo de perder Léo...

— Cuida da bebê para mim...

Desmaiei mais uma vez...

******************

Acordo, mas permaneço de olhos fechados, isso tem se tornado um hábito constante. O medo faz com que meus olhos não abram na hora que desperto, é uma especie de proteção...

Pela primeira vez na vida eu não sinto nada... nem dor, nem medo, tristeza, nem alegria... nada... me sinto oca... vazia... como se eu fosse nada.

Abro os olhos vagarosamente, o quarto é claro e pequeno, olho para o meu braço direito e vejo um acesso com soro. Tento levantar, mas me sinto tonta, alguém me toca, meu corpo se retrai.

— Não toque em mim! - Minha voz sai como um grito.

— Calma Sara, sou eu. - Reconheço a voz de Oliver, mas não consigo encara-lo.

— Desculpa, mas por favor, não me toque...

— Sinto muito Sara, eu não vou te tocar.

Viro-me e fico de frente com ele, o loiro está abatido, com olheiras, com aspecto que não dorme há dias.

— Cadê Léo? - Murmuro.

— Foi transferido para a capital, mas não se preocupe, ele está bem. Teve que passar por uma pequena cirurgia, a ilha não dispõe de bons recursos. Amadeo foi com ele, eu fiquei para resolver os trâmites.

— E Rebeca?

— Está na Austrália com a minha irmã, na casa de nossos pais, é o lugar mais seguro possível, meus pais estão encantados com ela, e também é bom, para tentar amenizar tudo o que ela passou, também está passando por ajuda psicóloga. — Uma lágrima cai, tanto sofrimento por causa de um louco...

— Cadê minha bebê?

— Está no hotel com a babá e os seguranças, também temos que resolver a documentação, já que a criança foi registrada no seu nome e do Diogo e é óbvio que não é sua filha.

— Não de sangue...

— Sim, claro.

— Eu dormi muito tempo?

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Där berättelser lever. Upptäck nu