Capítulo 41

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Bônus Diogo Martínez parte 2

Fui parar numa ilha no meio do nada, fui esgotado por pescadores locais, em cima do que tinha sobrado do iate.

Quando acordei não tinha ideia de quem eu era, perdi totalmente a memória. Foram meses vivendo uma vida simples, as vezes me arrependo amargamente de ter recuperado a minha memória e ter que lembrar o quão desgraçado e filho da puta eu sou.

E adivinhem como a memória voltou? Uma bela noite, depois de transar com uma das nativas, eu dormi e sonhei com Sara, no sonho ela sorria e ia embora com outro homem, acordei angustiado, suado, coração palpitando acelerado, gritando por ela! Minha obsessão voltou mais forte do que já era.

Olhar para todas aquelas pessoas e lembrar que convivi com elas por bastante tempo, me despertou um misto de emoções, uma parte minha gostou bastante de viver com a natureza e com pessoas simples. A outra parte, aquela que dona Isobel tanto moldou, odiou, sentiu repulsa, são pessoas inferiores.

Eu pedi para ir até a cidade, pois precisava tratar de assuntos relacionados ao artesanato local. Óbvio que nunca mais voltei, entrei em contato com a minha mãe, e pela primeira vez na vida, eu vi algum sentimento na voz daquela mulher.

Ela me deixou a par de tudo que estava acontecendo, o ódio gratuito que eu já sentia de todos, foi multiplicado por mil. Primeiro claro, ela chorou bastante por todo meu patrimônio ter ido parar nas mãos da minha "viúva", isso fez com que ela tirasse Miguel do internato, e o colocasse no orfanato. Se eu não tinha coração, minha mãe era mil vezes pior.

Eu jamais ficaria com aquele moleque insolente novamente na minha casa! Ele não é meu parente. E mesmo que fosse eu faria a mesma coisa, eu não suporto aquele moleque!

— Mãe, aquele menino é o que me garante todas as informações da vida do bastardo. Sem ele, eu estarei sempre no escuro, é isso que você quer? Que o bastardo me pegue?

— Não! Mas de qualquer forma você estava "morto" não era minha obrigação mais cuidar dele!

— E por que não avisou para o Roberto, mãe? A senhora não sabe o quão maléfico ele pode ser, acabaria com a sua vida num piscar de olhos!

— Você me toma como tola de fato não é Diogo de Bourbon Martínez? Óbvio que ele entrou em contato comigo, eu disse que tinha tirado o menino por falta de dinheiro e que ele estava morando comigo! Aquele ser sem um pingo de classe que é aquele Roberto. - Podia imaginar a cara de nojo que ela fazia. - mandou dinheiro, muito dinheiro para que Miguel voltasse ao internato. Mas eu deixei o moleque no orfanato por um tempo, para ele aprender o que é a vida.

— Mãe a senhora não tem um pingo de noção! Não mexa com Roberto ele é pior que a gente!

— Nunca me ponha no nível desses desclassificados! Aquele moleque do Miguel, me tratava como se eu fosse ninguém! Aquele bastardo, se não fosse a nossa generosidade ainda estaria mofando num internato mequetrefe daquele país desqualificado e subdesenvolvido que é esse México! Nojo desse país.

— Eu sou mexicano!

— Simplesmente porque o brutamontes do seu pai não permitiu que eu viesse para a Espanha ter você, mas suas veias correm o verdadeiro sangue nobre.

— Seu sangue azul não ia lhe livrar de uma morte violenta pelas mãos de um mexicano truculento mãe, tenha mais tato na hora dos negócios.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now