Capítulo 17

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Amadeo

Jogo de cão e gato. É assim que me sinto no relacionamento que tenho vivido com Olívia. Ela me enlouquece em todos os sentidos,  o jeito calmo, meigo e doce na frente de todos,se transforma numa verdadeira demônia na cama.

Um mês que estamos para incendiar esse hospital e os nossos carros. Era quente, éramos vulcão em erupção. Eu a queria mais que tudo, mas eu tinha minhas reservas, ela igualmente a mim. Também me queria assustadoramente, mas tinha receio de assumir uma relação.

Chego no hospital por volta das vinte e uma horas, nesse horário o fluxo de gente é menos intenso, já que ainda é dia de semana. Vou direto a sala dela, na parte administrativa, o consultório provavelmente deve está fechado dado o horário.

Preciso tomar jeito na minha vida, uma decisão, do jeito que as coisas estão não podem continuar. Tinha certeza que depois que eu a tivesse nos braços esse desejo insano que sinto por ela ia diminuir, mas o que aconteceu foi completamente o contrário, cada dia que passa mais eu a quero.

Ela me faz querer coisas que eu nunca senti antes, coisas que eu abominava como dormir juntos depois de transar gostoso, sair para jantar, ir ao cinema...

São tantas sensações diferentes que ela despertou em mim que a cada dia que passa mais confuso eu fico. Não vejo outra alternativa senão propor um pequeno relacionamento entre nós, que seja aos poucos, até que ambos estejamos preparados para assumir que acabou, que foi bom enquanto durou.

Conforme me aproximo da porta do escritório, quase vazio a essa hora da noite, com exceção de alguns funcionários da limpeza terminando seus horários, o barulho de risos e vozes são escutados.

Travo o maxilar na mesma hora, quem se atreveria a fazer uma visita tão tarde de noite? Eu era um, mas nós tínhamos bem, um caso talvez? E essa pessoa que está com ela quer o que?

Ouço voz masculina, meu coração dá um salto pelo peito, nunca senti uma porra dessas na vida. Sempre que imaginei que algum dos meus casos estava ficando com outro, eu sempre saia fora, fazendo-as chorar atrás de mim arrependidas, então por que agora eu quero matar esse filho da puta que está conversando com ela?

Recuso-me a acreditar na resposta, acelero os passos e sem aviso abro rudemente a porta, a cena que me deparo só não é pior porque não tem sexo, mas tirando isso, me sinto traído, coração pesado e despedaçado, que porra é essa?

Olívia sentada ao lado de um loiro alto, confesso era boa pinta, que sorria para ela com um olhar de bobo apaixonado. Ela retribuía o sorriso. Mas o que deixou-me ainda mais intrigado foi o fato de vê-la tão feliz, tão leve. Eu nunca a vi assim, essa Olívia eu não conhecia.

Eles me olharam assim que entrei abruptamente, o homem ficou assustado e ela sem graça, parecia uma criança quando é pega pelos pais fazendo algo errado. Os dois levantaram-se sem jeito, eu parecia a porra de um marido traído.

- Atrapalho alguma coisa? - Minha voz saiu estrangulada, estou tentando me controlar o máximo possível para não demonstrar que estou me corroendo de ciúmes.

- Quem é ele Lili? - "Lili?" Como assim? Então são tão íntimos assim? Abri a boca para responder, mas prevendo que eu não falaria boa coisa, ela tomou a frente.

- Um amigo. - Apenas isso que sou para ela, uma porra de um fodido amigo que a come todos os dias. - Amadeo, este é meu amigo Dr Andrew.

Então o engomadinho é médico? Puta que pariu, prevejo merda futura.

- Ex-noivo dessa belezura. - ele estende a mão para mim mas não tira os olhos dela, aperto sua mão com mais força que deveria, fazendo o mauricinho fazer uma careta.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now