Capítulo 5

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Sem Revisão*

Ansel Devonshire

Fazia tempo que eu não entrava em combate. Tenho os melhores homens quando alguma ameaça era eminente. Só que hoje eu estava em guerra, uma guerra para capturar o estúpido que teve a ousadia de sequestrar minha filha.

Duas horas atrás recebi a ligação. A voz manipulada dizia que minha filha estava na posse deles, e que ela iria sofrer caso eu não pagasse sete milhões de dólares. Sem polícia envolvida, eles disseram. O que não sabiam era que a ligação era rastreada naquele mesmo momento. Encerrei a chamada e segundos depois recebi outra, era Lukas informando que os soldados que mandei para escoltar Becca estavam todos mortos.

Havia um traidor, fiquei fascinado com a informação. Eu teria o prazer de punir quem tinha feito aquilo.

Reuni cerca de cinco homens, os melhores atiradores e Lukas também. Mexer com Becca atiçava a raiva de qualquer Devonshire.

O endereço de rastreio era em uma fazenda no sul. O carro derrapou na estrada de cascalho e saltei do mesmo. Com a arma empunhada caminhei até a entrada da casa. Uma construção antiga mas em bom estado.

Uma chuva de disparos soa de todas as direções. Eu me agacho e ouço balas zumbindo pela minha cabeça. Procuro por algum tipo de movimento e quando vejo disparo várias vezes. Lukas corre para trás da casa junto com mais três homens. Acenei para os dois que restaram e eles se dispuseram ao meu lado.

Troco o pente, empurro o carregador para trás e fico em pé, caminhando direto para a porta da frente.

Erguendo minha perna chutei a porta, sinto uma pequena satisfação quando a porta se abre, arrancada das dobradiças. Ao passar pela única barreira entre eu e minha filha, entro fervendo de fúria.

Homens vem de todas as direções. Tiro minha glock e disparo três vezes contra os que me atacam. Girando em meu calcanhar e levanto meu braço socando um que se esgueira por trás. O grito dele ao receber um soco na garganta é abafado por um tiro na cabeça.

Tirando minha faca do coldre eu a balanço  para a esquerda, apunhalando um direto nos olhos e puxando o gatilho com a mão direita, um tiro no meio dos olhos de outro.

Derrubo homens à esquerda e à direita, mal tendo tempo para verificar meus soldados. Eu posso ouvir seus grunhidos ao meu lado, estão lutando.

— Evacuar!

Escutei alguém gritar. Passo por cima da massa de corpos no chão. Ignorei a dor no maxilar e segui por um corredor.

— Achei ela!

Parei. Respirei várias vezes antes de seguir. Minha pequena não podia ver o monstro que eu me tornava, de mim ela só merecia o pai amoroso que ela conhece. Retirei o paletó ensanguentado e dei para Oliver, que seguia atrás de mim.

Becca está deitada em um colchão velho. Ela está tão imóvel que por um momento meu coração erra uma batida, com a possibilidade de ela...

— Está respirando. — Lukas diz medindo o pulso dela. Cheguei mais perto e me ajoelhei. Várias escoriações pelo corpo, o vestido rosa suja de manchas escuras. Peguei ela nos braços e levantei.

— Injetaram alguma substância nela.

Lukas mostra uma pequena marca na curva do pescoço de Becca. Filhos da puta! Minhas narinas inflam tamanha minha raiva.

— Vejam se restou algum vivo, e sabem o que fazer.

No caminho de volta para a cidade liguei para o médico da família e ordenei para que fosse imediatamente para meu apartamento.

O celular de Lukas tocou. Movi minha atenção para Becca, que ainda continua adormecida.

— Encontraram algumas garotas no celeiro. — ele diz.

— Ligue para Patrick, ele dará um jeito na situação.

Patrick é nosso contato na polícia. Leal até a morte, nunca deixou de fazer os trabalhos solicitados. Foi ele que limpou as provas sobre a morte da mãe de Becca.

— Feito. — guardou o celular. — Há um vivo, já foi mandado para o seu "matadouro".

— Ótimo.

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Servi uma dose de uísque e sentei na poltrona na sala de estar. Vi o médico surgir no corredor e acenei para ele.

— Peguei uma amostra do sangue, o exame deve ficar pronto até amanhã. Ela está bem, somente algumas escoriações leves.

— Algo mais?

— Por enquanto só. Volto amanhã.

— Certo, obrigado. O pagamento será feito como sempre. — falei.

— Tenha um bom dia, senhor.

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Becca acordou algumas horas depois. Ela não se lembrava de nada, e parte minha agradeceu por isso.

Ajudei ela no banho, ainda se sentia um pouco tonta. Desgraçados, iriam pagar pelo que fizeram.

— Quer comer alguma coisa? — perguntei. Becca assistia um desenho de fadas, parecia concentrada.

Sorri, ficando na frente da televisão.

— Papai! Não faz isso.

— Então responda minha pergunta.

— Que pergunta? — Ela levanta e tenta me contornar.

— Se você quer comer alguma coisa.

— Doritos com chocolate!

Torci os lábios. Minha filha gostava de combinações nada interessantes.

— Um bolo talvez?

— Doritos e chocolate. — disse firme.

Vencido, eu fui até a cozinha e fiz o que ela pediu. Passamos alguns minutos assistindo as fadas tentando ajudar o rei mago, e a combinação de Doritos e chocolate não era nada bom.

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Kalie só chegaria no dia seguinte, então pedi para Daryl ficar com Becca até que eu terminasse com o infeliz, que infelizmente Lukas disse que não iria durar muito tempo.

— Estarei de volta em algumas horas. — falei para Daryl. Ele apenas acenou entrando no apartamento. Fui fechar a porta, porém a ponta fina de um sapato interrompeu o ato.

Ergui os olhos e me deparei com uma visita nada agradável, e pela cara de merda eu teria alguns problemas.





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Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now