Capítulo 41

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SURPRESAAAAA 😍😍😍 mais um pra vcs

Sem revisão.

Danielle

Acordar após uma cirurgia é algo horrível, o modo como ficamos moles e boca seca. Ainda mais quando você é deixada sozinha e boa parte da dormência vai embora. Os pensamentos surgem do nada, lembranças e momentos. As lágrimas nunca foram tão dolorosas como agora. Meu pai. Minha doce Ellie. A fofa e incrível Amy. Todo se foram, deixando um vazio enorme.

 Senhor Johnson sempre dizia uma frase depois que perdeu o pai: " Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós." Hoje entendo o que ele dizia.

Dois dias depois de todos os acontecimentos que marcaram não só a minha vida, mas também como a de todos que estão ao eu redor, eu estava em um jatinho voltando para Nova York. O clima de comemoração para o novo ano que começou ontem não existe mais.

Lukas segura Victor como se o bebê fosse sair voando, isso é algo bonito de se ver. Eu queria saber o que ele pensa sobre tudo isso. Lukas até podia não amar Amy, mas havia carinho na relação deles. Seus olhos azuis encontram os meus e ele sorri de lado, eu sorrio de volta. Foram diversas as vezes que ele veio e me agradeceu por salvar Victor. A decisão de Amy foi algo tão lindo que sempre que penso no modo firme como ela disse para eu salvar o bebê, lágrimas caem. Ela sempre estará no meu coração.

Minha perna lateja um pouco, a cirurgia foi bem e agora só preciso de repouso. Estou cansada, não só física, mas mentalmente, emocionalmente, todas as formas possíveis. As vezes queremos sumir, deixar todos os problemas de lado. Contudo preciso seguir firme, não demonstrar fraqueza.

— Precisa de algo? — Ansel pergunta. Ele se acomoda na poltrona ao lado da minha.

— Não, estou bem.

Ele coloca a mão sobre a divisória das poltronas, a palma para cima. Eu olho para ele e Ansel faz algo que raramente faz, ele sorri.

— Sei que esta doloroso. Todos sentimos muito isso, até mesmo eu. Só não... fique sozinha, por mais bom que seja. Estamos todos aqui.

Coloco minha mão sobre a dele.

— Obrigado.

***

Como eu não podia ficar por muito tempo em pé, Daryl providenciou uma cadeira de rodas para mim, é estranho, porém necessário.

O velório de Amy aconteceu há duas horas atrás. Os pais dela foram avisados, e acredite se quiser, eles não vieram e nem quiseram saber sobre o neto. Como uma mãe, ou até mesmo um pai age dessa maneira?  Deus não me permitiu ser mãe, gerar um filho, mas isso não me impede de adotar, então aí está a questão; eu não abandonaria um filho jamais! Independente de qualquer situação. A atitude dos pais dela só demonstra que existe muitas pessoas más no mundo.

— Podemos conversar com você?

Viro o rosto encontrando Ansel e Daryl. Aceno para eles e ambos sentam nas cadeiras disponíveis na cozinha do apartamento de Alisson. Viemos todos para cá após o enterro.

— É sobre o Marlon? Ele está bem? — questiono.

Saber que ele sobreviveu, e ainda consegui tirar Amy da casa antes que tudo pegasse fogo foi ótimo, eu não iria aguentar saber que ele morreu tentando nos salvar, Marlon pode até não saber, mas faz parte da minha família.

— Ele está bem, fora de risco. É sobre a Ellie. — Daryl diz. Prendo a respiração por breves segundos e solto-a devagar.

— Pode dizer.

— Sabemos quem mandou explodir a floricultura. — Ansel fala. — Foi Lucy, a mando do Julian.

— Espera. Lucy? A loira que era sua amante? E quem é Julian? — lá no fundo da minha mente algo surge. — Seu irmão gêmeo? Mas ele está morto!

— Todos pensamos isso, mas ele está vivo e preso, junto com Lucy. Antes de dar um fim neles, precisamos saber se você irá tomar a vida dela. Uma vida por outra.

— É assim que agimos. — Daryl completa.

Olho para ambos sem saber o que dizer. Se eu quero matá-la? Quero, e muito. Não só pelo fato de a vagabunda ter mandado matar Ellie, mas também pelo ódio que sinto em relação a sua atitude no dia que a amiga empurrou Amy. O que me deixa com um pé atrás, é a morte dela. Tirar vidas para eles é algo comum. Ficarei bem, sabendo que alguém morreu porque eu mandei? Isso tudo é tão confuso.

— Pense nisso por essa noite. Lucy está nas últimas e cabe a você decidir como ela morrerá.

Daryl afaga meu joelho e sai. Ansel ainda permanece, o olhar distante.

— Um tostão pelos seus pensamentos. — eu digo.

— Estou pensando na minha mãe, em como ela vai ficar depois que souber sobre Julian e tudo isso.

— Você vai matá-lo?

— Eu... Não sei. Julian está fora de si, será uma ameaça para todos nós. Se ele ficar livre, teremos que viver sempre alertas.

Seguro em minha coxa e tiro a perna ferida do puff. Ando com a cadeira de rodas até onde Ansel está.

— Primeiro fale com sua mãe, e depois pense no que fazer. Tome seu próprio tempo. Como você disse, todos estamos aqui.

Ansel apenas me olha. Desconfortável com sob seu olhar intenso eu solto um pigarro.

— Vou deitar com as meninas, preciso descansar.

— Eu levo você. — ele diz e levanta.

— Não precisa, ficarei nessa cadeira pelas próximas semanas, tenho que me acostumar. Até mais, Ansel.

— Até mais, Danielle.

Vou conduzindo a cadeira até o meu quarto, ainda sentindo o olhar dele.

Coloco a cadeira ao lado da cama e me ergo, sentando. Deito no meio e rapidamente Becca e Livy me abraçam.

Me perco em meus pensamentos e logo adormeço.

Beijos e até mais  😍

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now