Capítulo 10

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Sem Revisão*

Danielle Marshall

O sol nasceu, e com ele mais um dia de angústia. Levei duas horas para me recompor, para acalmar o pranto. Enquanto Livy dormia eu fiz suas malas, seis no total, em sua maioria tudo vestidos rosas. Sorri com esse pequeno detalhe. O mesmo com os sapatos, laços e faixas para o cabelo.

Existe mudanças em nossas vidas, sempre tem, mudanças Boas e ruins. E parece que a vida escolheu que minhas mudanças seriam ruins. De uma hora para outra tudo desabou. Eu era a garota boazinha do colegial, fiz boas ações nos últimos anos, vou a igreja todo domingo. Mas é tudo culpa daquele desgraçado. Farei a vida dele um inferno.

O taxista buzinou. Abri a janela e gritei que já íamos. Primeiro peguei as malas e levei para o táxi, depois tirei Livy da cama que ainda dormia. Tranquei a porta, desci os dois degraus da varanda.

— Vai viajar, menina? — sr Jonhson perguntou. Ele está com um chapéu de palha enorme e o costumeiro macacão de jardinagem.

— Ah não, só a Livy que vai passar uns dias fora. Como o senhor está?

— Eu deveria perguntar isso, menina. Sinto muito pelo seu pai.

— Obrigada. — meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não vou mais chorar, faria isso pelo meu pai, o homem que não gostava de lágrimas.

Conversei mais um pouco com o sr Jonhson, até que o taxista buzinou dizendo que tempo é dinheiro. Entrei no carro e dei o endereço. Acariciei os cachinhos de Livy, o cheiro de morango idêntico ao de Marissa. Olhei a cidade passando como um borrão.

No fundo cogitei a possibilidade de fugir com Livy, um lugar longe o suficiente para esquecer tudo. Porém lá no cantinho da minha mente o nome daquele monstro piscou em um letreiro vermelho néon.

Casamento? O que ele queria com isso? Existe milhões de mulheres por aí, com certeza ele tem alguma amante, afinal, ele é um Sombras da Noite! Depois que vi Lukas e Ansel fiquei curiosa, o Google me ajudou e descobri que eles são de Nova York, os três irmãos, ainda tem outro.

Não pesquisei mais, tudo o que era da vida de Ansel eu fazia questão de não saber. Poderia haver um jeito de fugir dele, era só achar a oportunidade certa.

O táxi  parou de frente para a bela casa. O típica casa americana, só que na Austrália.

— Acorda princesa.

Balancei ela suavemente, percebendo que ela não dá indícios que vai acordar eu começo a fazer cócegas nela. A risada contagiante fez até o taxista rir.

Saímos do táxi, ele pôs as malas na calçada e o paguei.

— De quem é essa casa? Parece de boneca. — Livy diz com a voz sonolenta.

— É a casa da nossa mãe.

Abaixei até ficar do tamanho dela. Segurei em suas mãozinhas.

— Lembra que eu disse que seria você, papai e eu para sempre?

— Sim, eu com saudade dele.

Prendi Livy em um abraço caloroso. Como era difícil, por mais que eu amasse ela, por mais que eu queria estar com ela, eu não podia. Doía demais, e eu não sabia o que o casamento com Ansel traria, estou no escuro com essa situação!

Não sei que tipo de homem ele é, tenho uma prévia e não é nada agradável.

— O papai agora não está mais aqui.

— A vovó Ellie disse que ele é uma estrela.

— Sim, uma linda estrela. — digo. — Mas agora você vai morar com a mamãe. Ela vai te amar e cuidar de você.

— Eu gosto de morar com você! Não quero ela.

— Livy, eu vou te visitar todos os dias, só não vamos ficar na mesma casa todos os dias. E outra coisa, ela tem cachorro, dois!

A expressão triste se foi, e um largo sorriso surgiu em seu rostinho. Com três anos a menina as vezes me deixa perplexa!

— É só por um tempo, depois voltamos a ser como era antes.

— Tudo bem, mas cadê os cachorrinhos?

Gargalhei alto. Segurei em sua mão e caminhamos até a cerca branca. Abri o pequeno portão e instiguei Livy a andar. Voltei e com muito custo consegui pegar as seis malas.

Livy já tinha batido na porta. Megan, nossa mãe abriu a porta, ao ver a pequena pessoa a sua frente ela se emocionou.

— Uma ajudinha?

— Claro que sim!

Ela veio e pegou três malas. Entramos na casa e rapidamente coloquei as malas no chão. As paredes brancas combinam com os móveis escuros, tudo bem espaçado.

O grito agudo de Livy me assustou. Olhei ao redor e vi ela, os olhinhos arregalados ao fixar nos dois grandes golden retriven.

Okay... Não são dois cachorrinhos.

Eu tinha conversado com Megan há horas atrás sobre ela ficar com Livy por algum tempo, fiquei surpresa quando ela disse que sim.

Não dei muitas explicações, quanto menos ela soubesse, melhor seria.

— Deixei os horários dela na bolsa da escolinha. Ela tem alergia a atum.

— Tudo bem. Pode ficar tranquila, vou cuidar bem dela. Farei tudo certo dessa vez. — Megan diz. Seus olhos claros encontram os meus. — Não fui uma boa mãe, mas saiba que posso te ajudar no que quer que você esteja passando.

— Eu agradeço, não quero que mais ninguém sofra.

— Bom... almoce conosco, fiz lasanha de frango.

Como se saísse das trevas, o monstro na minha barriga roncou alto. Se eu pudesse corar seria desastroso.

— Seria ótimo.

As horas passaram, rimos muito, e me despedir de Livy foi difícil, contudo minha irmã estava feliz, e é  isso o que realmente importa.

Megan colocou Livy para dormir, toda a energia dela foi gasta com os cachorros. Me despedi delas e sai.

Do lado de fora um carro luxuoso está parado. De dentro sai um homem de terno.

— Estou aqui para te levar até o senhor Devonshire.

Merda.

Peço desculpas por não ter postado os dois capítulos ontem :( mas tive meus motivos.

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Bjs e até o próximo

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now