Capítulo 40

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Sim, a Amy morreu. Todas as mortes que faço, sempre são necessárias, não a matei por matar, foi preciso para dar seguimento na história de Lukas.

Esse é o capítulo de ontem, que só consegui terminar agora pouco.

Sem revisão.



Ansel

O grito veio de Lukas. Ele esbarrou em nós enquanto corria até Amy. Passei as mãos pelos cabelos, o peito apertado, um bolo na garganta. A passos curtos eu o ajudei a pegar Amy de Marlon. Lukas caiu de joelhos na neve, ele chorava com Amy contra seu corpo.

Marlon mau se aguentava em pé, havia vários pontos escuros na camisa preta. Daryl passou um braço pelo ombro dele. Olhei para Lukas, meu irmão não estava bem.

— Danielle e Becca, onde elas estão? Estão vivas? — Daryl questiona. Marlon solta uma respiração, que vem acompanhada por sangue.

— S-sim... cavernas... leste...

Mais sangue sai de sua boca. Grito para que o levem para o hospital urgente.

— Lukas... — Marlon ainda tem forças para dizer. Meu irmão levanta o rosto.
 — O bebê... e-está vivo...

Bob é mais rápido e o pega antes que Marlon caia. Sou informado que logo uma tempestade virá. Foi difícil tirar Amy de Lukas, expliquei que o bebê dele precisava de ajuda, isso o deu um ponto de apoio.

Fomos para o leste, o frio castigando nossos corpos. Andamos por algum tempo, atentos a qualquer detalhe.

Havia um pouco de sangue na neve, me abaixei o toquei, pela textura ainda era fresco. Era uma trilha com pequenos pontos vermelhos. Uma delas estava ferida, isso doeu em mim. Apressamos nossa caminhada. Um 4x4 vinha atrás de nós.

A entrada de uma caverna surgiu na mesma direção do sangue. Rezei para que elas estivessem ali e principalmente, que estivessem bem.

O chorinho foi a primeira coisa que ouvimos. Lukas ofegou e correu, segui o mesmo ritmo.

Becca tinha um pequeno embrulho contra o peito, ela também chorava, mas era baixo. Descemos um barranco. Então eu vi Danielle. Porra! Meu coração bateu feito um louco ao vê-la ali, os lábios roxos, a respiração era quase inexistente.

— Eu cuido da Becca. — Daryl diz.

Tiro o casaco que uso e coloco sobre Danielle, olho para todo  seu corpo, a um ferimento um pouco abaixo da parte de trás do joelho. Toco ali e sinto que a bala ainda está alojada, removo o projétil e ela nem se mexe. Passo meu braços ao redor dela e a pego. Ela está muito gelada.

— Vamos lá.

Becca está grudada no pescoço de Daryl, Lukas tem o bebê nos braços, parece fascinado. Saímos da caverna e Bob traz o carro para perto. Três dos homens que vieram conosco tiram seus casacos e oferecem para mim. Entro com Danielle no carro e aceito os casacos, preciso manté-la aquecida até chegarmos no hospital.

Quando todos estamos no carro peço para que sigam o mais rápido possível para o hospital.

Um pouco da cor da pele que Danielle voltou, mas ela ainda não se mexia. Becca dormia, o bebê chorava alto. Deveria estar com fome.

Uma hora depois chegamos no hospital, a tempestade em breve aconteceria. Vários enfermeiros vieram, com mantas térmicas Becca e o bebê foram envolvidos e levados para fazer exames, os dois estavam menos críticos do que a situação de Danielle.

Preenchi algumas papeladas, e aguardamos por notícias. Eu estava aflito, o medo de perder Danielle corroendo minhas entranhas. A morte de Amy também pesava, não convivi com a garota por muito tempo, mas eu sabia a alegria dela sobre o bebê, meu irmão tinha o olhar perdido. Eu não sabia quais eram seus sentimentos por Amy, isso seria difícil para ele.

Daryl surgiu com dois copos grandes de café. Peguei um, Lukas não quis. Ele levantou e saiu. Deixaria ele ter seu momento.

— Notícias de Marlon? — pergunto.

— Ainda em cirurgia. Ele levou cinco tiros porra, o cara é forte.

— Algo sobre Taylor?

— Ainda não. — Daryl senta na cadeira ao meu lado. — Sabe que isso agora é uma vingança do Lukas.

Aceno. Taylor era um problema meu, por tentar atentar contra a vida da minha esposa. Mas agora que ele foi o mandante do assassinato de Amy, agora é Lukas que tem a vida e morte de Taylor nas mãos. Não posso mais interferir nesse caso. Esse rato vai precisar de muita coragem pra sobreviver, pois Lukas não dará tempo a ele.

Alguns minutos depois Lukas voltou, no mesmo minuto que um médico disse que poderíamos ver o bebê. Lukas sorriu ao saber que era um menino, Victor.

Nome escolhido por Amy durante uma das muitas brigas bobas entre ela e Lukas. Mais um Devonshire para a família.

Entramos no quarto em que Victor está. Uma mulher canta para algo enquanto dá a mamadeira.

— Não fomos informadas sobre a mãe da criança, então demos leite materno que temos aqui no hospital. Esse campeão está faminto. — a mulher diz, ela é loira e aparenta estar na casa dos cinquenta. — Quem é o papai?

Instigo Lukas a ir até lá. A mulher levanta e deixa a mamadeira vazia sobre o cômoda. Victor está com um macacão azul, luvas e meias brancas. Ela enrola e ele em uma manta e entrega a Lukas.

— Ele passará a noite aqui, para sabermos se esta tudo bem. Vou deixá-los a sós.

Me aproximo e vejo o rostinho dele. O cabelo é negro como o de Lukas, não consigo ver a cor dos olhos, pois ele ainda dorme.

— Só espero que ele não seja chato como você. — Daryl diz. Lukas sorri e mostra o dedo para ele.

— Meu garoto vai ser igual o pai, anotem isso.

Nós sorrimos. Seguro na pequena mão de Victor.

— Seja bem vindo garoto.

Olho para Lukas e aceno. Ele retribui.

Deixo-os e procuro por notícias de Becca e Danielle. Soube que minha pequena comeu um pouco e voltou a dormir. Já Danielle teve que passar por uma cirurgia, a bala atingiu um nervo de ligamento no joelho. A cirurgia seria para remodelar o nervo, para que quando ela recuperasse não precisasse mancar.

Um pouco mais calmo me permiti pensar.

Esperaria minha mulher e minha filha ficarem bem, depois resolveria a questão chamado Julian. Ele pagaria caro.

Beijos e até sábado 😉

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Onde as histórias ganham vida. Descobre agora