Capítulo 11

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Ansel Devonshire



As portas do escritório abriram, para Danielle Marshall entrar. Seus olhos escuros pousaram diretamente em mim. Analisando, pensando nas formas de me matar. A mulher não é feia, bela digamos assim. Pele escura, cabelos cacheados e cheios, boca carnuda. Desejosa.

— Sente-se.

Ela cruzou os braços na altura do peito e me olhou firme. Ótimo. Um joguinho por enquanto.

Stuart entrou abaforado no escritório. As roupas amassadas, cabelo bagunçado. Olhou para Danielle soltando um assobio de apreciação. Fiz um som com a boca, saindo do transe ele olhou para mim e ficou mais pálido que o normal.

— Perd-dão, Ansel. — diz.

— Fez o que eu pedi? — perguntei.

Em resposta ele deposita alguns papéis na mesa. Um completa bagunça, tremendo ele consegue organizar tudo. Bufei com tamanha falta de postura. Conheço Stuart há anos, mas anos de convivência parece ter sido em vão. O homem treme quando mal abro a boca.

Ele gagueja uma série de palavras. Contrariado com essa merda toda eu o seguro pelo colarinho.

— Se controla porra!

Pelo canto do olho vejo Danielle se mover de um pé para o outro. Soltei Stuart e voltei a sentar na cadeira.

— Vocês só precisam assinar os papéis. — ele murmura quase inaudível. — Preciso resolver outros assuntos, volto depois.

E saiu do escritório rapidamente. Apoiei a mão no queixo. Meu olhar correu pelo corpo dela até chegar em seus olhos. Ódio contido, ela me odeia, isso é palpável.

— O casamento será registrado em um cartório amanhã. Terá uma pequena celebração, essa merda de casais felizes. — O desdém em minha voz não passa despercebido. — Não faço isso por mim, minha filha é o real motivo.

— A garota é órfã de atenção do pai querido? Esta tão ruim assim, Ansel?

Quando menos esperava eu a tinha contra a parede. Minhas mãos envolvendo seu pescoço, apertando forte.

— Pessoas que você gosta e ama vão morrer se não colaborar comigo, senhorita. Quer isso?

Ela segurou minhas mãos que ainda estão em seu pescoço.

— Vai se ferrar! — grunhiu ofegante.

Soltei ela, que deslizou o corpo pela parede até chegar ao chão. Tossiu algumas vezes, os olhos enviando faíscas na minha direção.

— Vamos ficar juntos por um longo tempo. Então seja razoável, não me enfrente.

Caminhei até a mesa. Peguei uma caneta e assinei os papéis.

— Tem três minutos para assinar.

Então sai do escritório. Um problema a menos. Por enquanto.

* *

Danielle Marshall

O homem de aparência fechada não falou comigo durante o caminho. Nem quando chegamos ao elegante edifico no centro. Entramos no elevador e subimos para a cobertura. Fui empurrada para dentro de um apartamento e a porta fechou-se atrás de mim.

Ao entrar na sala onde a empregada disse que Ansel estaria me deparei com ele. Senti muitas coisas, ódio, repulsa, vontade de matá-lo.

Muita gente teme ele. O que parecia ser advogado quase desmaiou, a empregada ficou pálida quando perguntei sobre Ansel.

E quando falei da filha senti a fúria do homem. Ele saiu, fiquei no chão por alguns segundos. Mil vezes merda! Um louco.

Fiquei em pé, passei as mãos pelo pescoço e segui para a mesa. Um contrato de sigilo, onde específica que estarei casada com Ansel por tempo indeterminado, e se algo vazar para a mídia ou qualquer pessoa eu pagarei, porém não escreveram que tipo de pagamento. Mas eu imaginei qual seria.

Suspirei fundo, a caneta pesando em minha mão. Tudo dependia de uma assinatura, tudo poderia mudar, de forma boa ou não. Assinando minha sentença eu deixei uma lágrima cair, a última.

Deixei o escritório. Ansel saia de algum outro cômodo com um copo de uísque.

— Pronta para conhecer sua futura morada?

Posso esganar ele?

Sem ter o que fazer eu o segui pelo gigante apartamento. Sala de vídeo, academia, quatro quartos, uma biblioteca. Tudo muito bonito.

— Esse é o quarto da Becca, ela deve chegar em alguns minutos.

Indicou uma porta branca. Ele tirou uma chave do bolso e abriu a porta ao lado.

— E esse será nosso quarto.

Alcei uma sobrancelha.

— Não vou dormir com você.

— Você vai dormir comigo, querendo ou não. — agarrou meu braço, puxando meu corpo contra o dele. — Sabe o que está em jogo aqui, e não será eu quem vai perder.

Empurrei ele. Entrei no quarto, uma cama king, poucos móveis e tudo preto e cinza. As janelas de vidro iam do chão ao teto, cortinas claras, duas outras portas, provavelmente o closet e o banheiro.

Senti Ansel atrás de mim. A repulsa contagiou meu corpo.

— Ficaremos aqui por três meses, até eu resolver algumas pendências. Depois iremos voltar para Nova York.

Virei ficando frente a frente com ele. Os cabelos negros penteados para trás na altura do pescoço, nariz um pouco torto. Olhos azuis, olhos frios que não demonstram nada.

— Como assim, iremos para Nova York? Minha vida está aqui.

— Sua vida agora me pertence. — ele tocou meu rosto. Inspirei fundo. — Você é minha, até quando eu quiser.

Ansel sorriu minimamente e saiu do quarto. Sentei na beirada da cama. Meu coração batendo freneticamente, minhas mãos suadas.

O que seria da minha vida agora?

Por quanto tempo eu aguentaria toda essa situação?

Tantas perguntas sem respostas. Mas de uma coisa eu sabia, eu seria luz até mesmo na pior escuridão.

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Bjs e até o próximo ;)

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now