Capítulo 6

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Sem Revisão*

Ansel  Devonshire

— O que está fazendo aqui? — indaguei. Não temendo a morte ela entrou.

Genevive levou a mão à boca quando viu Becca. Acenei para Daryl e ele pegou minha filha, a retirando da sala.

— O que aconteceu com ela?! Exijo uma explicação.

— Você não deve exigir nada! Vá embora.

— Ela é minha neta. — gritou. — Você...

Interrompi ela quando eu apertei minha mão contra a garganta dela. Fiz pressão o suficiente para ela notar minha raiva. A pele branca rapidamente ficou vermelha.

— Se eu me lembro bem, você sugeriu o aborto quando Mare disse que estava grávida. — Genevive gemeu, tentando me arranhar na falha tentativa de se soltar. — Então não venha na minha casa insinuando ser uma boa avó.

— Seu... infeliz...

Soltei Genevive. Ela andou para trás tossindo. A mulher mesmo na situação que se encontra ainda me olha com ódio.

— Farei de tudo para ter a guarda dela. Você é um monstro.

— Monstros devoram mulheres indefesas, sua filha era uma dessas mulheres, e você conheceu o final dela. Quer o mesmo? Posso te dar uma visita definitiva para o inferno. — ajeitei o paletó. Meu celular vibrou, mas ignorei. — Você tem meia hora para ver Becca e se mandar daqui, não teste minha paciência, Genevive, ela está no limite ultimamente.

Uma pedra no meu sapato, é isso que Genevive é. Saí do apartamento antes que estourasse a cabeça dela. No estacionamento escolhi um SUV prata, o motor rugiu alto quando deixei o edifício.

Em menos de vinte minutos cheguei na casa, ou como Lukas diz, meu matadouro. Quem olha por fora vê uma simples casa de tijolos, e realmente é, aqui mora uma família que me salvou há alguns anos. Eles sabem que no porão acontecem coisas macabras, e não se importam. Foi o acordo.

Cumprimentei o dono e segui para a despensa, onde as portas de aço já estavam abertas. Levei meu polegar direito até o scanner de digitais e as portas fecharam, impossibilitando qualquer um de entrar.

Desci os degraus da pequena escada em espiral. As paredes continham isolamento acústico, ninguém ouvia os gritos que vem daqui debaixo.

Essa é a parta que mais gosto da minha vida criminosa. É doente, totalmente distorcido, mas este sou eu.

A morte.

O derramamento de sangue.

A tortura.

Eu vivo isso, eu prospero com isso. Fazer alguém sangrar e implorar pela vida faz parte de mim.

E é exatamente isso que farei com esse merda. Amarrado na cadeira de ferro ele está pálido, sangue brota da ferida no abdômen. Seus olhos escuros torna-se  arregalados quando focam na minha direção.

— Quem é você? Responda rápido.

— Garrett. — diz em um sussurro.

— Garrett, faz parte de alguma máfia?

A cabeça dele tomba para trás. Agarrei os fios escuros e sacudi a cabeça dele. Ele grita, o som inebriando meu lado sádico.

— Não...

Ele respondi minha pergunta. As máfias, principalmente a italiana, tem alguns problemas comigo, a competição é assídua entre nós.

— Quem mandou você? — perguntei.

Ele sabe, porém não está disposto a cooperar sem um incentivo. Soltei o cabelo dele e fui até a parede atrás dele, minha digital abriu a porta, revelando muitos dos  meus apetrechos. Escolhi a furadeira.

Voltei a ficar de frente para Garrett. Segurando a furadeira, assisto com diversão enquanto seus olhos se arregalam de medo. Sem aviso, enfio a broca na carne do ombro dele e, com um toque no dedo, a ferramenta elétrica inicia sua rotação. Aquilo rasga sua pele, o músculo, o tecido e rala contra o osso.

Garrett grita se remexando loucamente na cadeira, sangue flui para todos os lados. Ele treme. Só paro quando não sinto mais pressão contra a broca. Olhando mais de perto posso ver a broca saindo pelo outro lado.

Puxei a furadeira e ele urrou. O idiota se mijou todo.

— Quem mandou você?!

— Não sei! — chora. — Eu não sei, só contrataram nosso serviços.

— Está mentindo, Garrett? — falei girando a furadeira em minha mão.

— P-por Deu-us. Não! Eu juro.

Bati na cabeça dele. Ele não mentia, e isso me deixou irritado.

— O que injetaram nela?

— Sangue... — Garrett tosse várias vezes. Puxo o cabelo dele até que ele fique totalmente exposto.

— Que porra você disse? RESPONDA CARALHO!

O pânico nubla seus olhos.

— Sangue contaminado. Eles disseram que era HIV.

Porra. Foi como se uma bala atravessasse meu peito. O ódio dominou cada parte do meu corpo.

Ele abre a boca para falar, mas em vez de palavras, tudo o que ele faz é gritar quando enfiei a broca de metal na órbita do seu olho e apertei o botão de ligar.

O grito gorgoleja em sua garganta e se expande pelo porão enquanto seguro o botão até não restar nada de seu olho, sangue e partes dele voam em mim, mas não me importo.

Quando ele para de gritar e se debater e jogo a furadeira no chão.

Silêncio.

Um silêncio pesado, minha mente trabalhando no que ele disse. Minha filha...

Meu celular vibra outra vez. Atordoado pego o aparelho no bolso interno do paletó.

— Senhor?

— Diga.

— Temos um problema aqui na boate.

— Onde está o Lukas, ninguém pode resolver essa merda? — perguntei. 

— O Lukas saiu há alguns minutos. O problema é que uma funcionária roubou, colocamos ela em uma sala, mas ela está destruindo tudo. Não achei sensato chamar a polícia.

Merda. Mais essa agora.

— Estou indo.

Desliguei o celular e respirei fundo. Olhei para o morto. Estúpido.

Fui até o banheiro anexado e lavei minhas mãos. Liguei para o médico, informei sobre o sangue e ele disse que o exame seria terminado amanhã e teríamos a resposta.

Saí do porão e segui para a boate. Se havia algo que eu não tolerava é roubo. E a infeliz pagaria por isso.

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Bjs e até o próximo :)

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now