Sem Revisão*
Ansel Devonshire
— O que está fazendo aqui? — indaguei. Não temendo a morte ela entrou.
Genevive levou a mão à boca quando viu Becca. Acenei para Daryl e ele pegou minha filha, a retirando da sala.
— O que aconteceu com ela?! Exijo uma explicação.
— Você não deve exigir nada! Vá embora.
— Ela é minha neta. — gritou. — Você...
Interrompi ela quando eu apertei minha mão contra a garganta dela. Fiz pressão o suficiente para ela notar minha raiva. A pele branca rapidamente ficou vermelha.
— Se eu me lembro bem, você sugeriu o aborto quando Mare disse que estava grávida. — Genevive gemeu, tentando me arranhar na falha tentativa de se soltar. — Então não venha na minha casa insinuando ser uma boa avó.
— Seu... infeliz...
Soltei Genevive. Ela andou para trás tossindo. A mulher mesmo na situação que se encontra ainda me olha com ódio.
— Farei de tudo para ter a guarda dela. Você é um monstro.
— Monstros devoram mulheres indefesas, sua filha era uma dessas mulheres, e você conheceu o final dela. Quer o mesmo? Posso te dar uma visita definitiva para o inferno. — ajeitei o paletó. Meu celular vibrou, mas ignorei. — Você tem meia hora para ver Becca e se mandar daqui, não teste minha paciência, Genevive, ela está no limite ultimamente.
Uma pedra no meu sapato, é isso que Genevive é. Saí do apartamento antes que estourasse a cabeça dela. No estacionamento escolhi um SUV prata, o motor rugiu alto quando deixei o edifício.
Em menos de vinte minutos cheguei na casa, ou como Lukas diz, meu matadouro. Quem olha por fora vê uma simples casa de tijolos, e realmente é, aqui mora uma família que me salvou há alguns anos. Eles sabem que no porão acontecem coisas macabras, e não se importam. Foi o acordo.
Cumprimentei o dono e segui para a despensa, onde as portas de aço já estavam abertas. Levei meu polegar direito até o scanner de digitais e as portas fecharam, impossibilitando qualquer um de entrar.
Desci os degraus da pequena escada em espiral. As paredes continham isolamento acústico, ninguém ouvia os gritos que vem daqui debaixo.
Essa é a parta que mais gosto da minha vida criminosa. É doente, totalmente distorcido, mas este sou eu.
A morte.
O derramamento de sangue.
A tortura.
Eu vivo isso, eu prospero com isso. Fazer alguém sangrar e implorar pela vida faz parte de mim.
E é exatamente isso que farei com esse merda. Amarrado na cadeira de ferro ele está pálido, sangue brota da ferida no abdômen. Seus olhos escuros torna-se arregalados quando focam na minha direção.
— Quem é você? Responda rápido.
— Garrett. — diz em um sussurro.
— Garrett, faz parte de alguma máfia?
A cabeça dele tomba para trás. Agarrei os fios escuros e sacudi a cabeça dele. Ele grita, o som inebriando meu lado sádico.
— Não...
Ele respondi minha pergunta. As máfias, principalmente a italiana, tem alguns problemas comigo, a competição é assídua entre nós.
— Quem mandou você? — perguntei.
Ele sabe, porém não está disposto a cooperar sem um incentivo. Soltei o cabelo dele e fui até a parede atrás dele, minha digital abriu a porta, revelando muitos dos meus apetrechos. Escolhi a furadeira.
Voltei a ficar de frente para Garrett. Segurando a furadeira, assisto com diversão enquanto seus olhos se arregalam de medo. Sem aviso, enfio a broca na carne do ombro dele e, com um toque no dedo, a ferramenta elétrica inicia sua rotação. Aquilo rasga sua pele, o músculo, o tecido e rala contra o osso.
Garrett grita se remexando loucamente na cadeira, sangue flui para todos os lados. Ele treme. Só paro quando não sinto mais pressão contra a broca. Olhando mais de perto posso ver a broca saindo pelo outro lado.
Puxei a furadeira e ele urrou. O idiota se mijou todo.
— Quem mandou você?!
— Não sei! — chora. — Eu não sei, só contrataram nosso serviços.
— Está mentindo, Garrett? — falei girando a furadeira em minha mão.
— P-por Deu-us. Não! Eu juro.
Bati na cabeça dele. Ele não mentia, e isso me deixou irritado.
— O que injetaram nela?
— Sangue... — Garrett tosse várias vezes. Puxo o cabelo dele até que ele fique totalmente exposto.
— Que porra você disse? RESPONDA CARALHO!
O pânico nubla seus olhos.
— Sangue contaminado. Eles disseram que era HIV.
Porra. Foi como se uma bala atravessasse meu peito. O ódio dominou cada parte do meu corpo.
Ele abre a boca para falar, mas em vez de palavras, tudo o que ele faz é gritar quando enfiei a broca de metal na órbita do seu olho e apertei o botão de ligar.
O grito gorgoleja em sua garganta e se expande pelo porão enquanto seguro o botão até não restar nada de seu olho, sangue e partes dele voam em mim, mas não me importo.
Quando ele para de gritar e se debater e jogo a furadeira no chão.
Silêncio.
Um silêncio pesado, minha mente trabalhando no que ele disse. Minha filha...
Meu celular vibra outra vez. Atordoado pego o aparelho no bolso interno do paletó.
— Senhor?
— Diga.
— Temos um problema aqui na boate.
— Onde está o Lukas, ninguém pode resolver essa merda? — perguntei.
— O Lukas saiu há alguns minutos. O problema é que uma funcionária roubou, colocamos ela em uma sala, mas ela está destruindo tudo. Não achei sensato chamar a polícia.
Merda. Mais essa agora.
— Estou indo.
Desliguei o celular e respirei fundo. Olhei para o morto. Estúpido.
Fui até o banheiro anexado e lavei minhas mãos. Liguei para o médico, informei sobre o sangue e ele disse que o exame seria terminado amanhã e teríamos a resposta.
Saí do porão e segui para a boate. Se havia algo que eu não tolerava é roubo. E a infeliz pagaria por isso.
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Bjs e até o próximo :)
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Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️
RomanceROMANCE DARK! PARA MAIORES DE 18! "Um Devonshire jamais cairá" Esse é o lema dos irmãos Ansel, Lukas e Daryl. Conhecidos como os Sombras da Noite, eles são cruéis e implacáveis. Ansel é o mais velho. Tem a fama de ser um assassino impiedoso. Temido...