Capítulo 31

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Sem Revisão*

Algumas já sabem, meu celular estragou e fiquei sem poder escrever. Consegui outro, mas ele não é muito bom e é difícil escrever nele, pois eu estava acostumada com o outro modelo. Até eu me acostumar vai demorar, então dêem umdesconto pra mim.

Bjs e boa leitura 😍




Ansel

Ela acorda confusa, os olhos vidrados na minha direção. Levanto e ajeito a gravata, algo que não uso, mas no jantar desta noite foi necessário. Quando vim para Brisbane não imaginei que seria tantos problemas assim, meu primeiro intuito seria resolver os assuntos sobre a fabricação de metralhadoras e o contrabando de cocaina. Então mais merda foi surgindo de todos os lados. Danielle está sendo a pior de todas. Sinto muita coisa por ela, vontade de fodê-la, vontade de matá-la. E há algo pior, esse sentimento que cresce. Estúpido, é isso que sou. Estou me tornando algo que não sou, e custe o que custar, voltarei a ser quem sempre fui.

- O que fez comigo? - ela pergunta ríspida. Seu corpo cede brevemente quando tenta ficar de pé, se apoiando no braço do sofá de couro ela se ergue.

- O necessário. Vamos, preciso resolver alguns assuntos.

Avanço até a porta, ouvindo seus passos atrás de mim. Saímos dali, o corredor crescendo a cada passo. Uma música de batida sensual vibrando por todos os lados. Danielle anda ao meu lado, e por dentro sinto vontade de segurar em sua mão. Repreendo-me rápido.

O cheiro de álcool é forte, assim como o de sangue. Ouço o som abafado vindo dela, seus olhos arregalados para a imagem perfeita que temos.

Corpos e mais corpos espalhados pelo chão da boate, muitos decapitados, outros com cabeças estouradas. Um carnificina.

- Que merda é essa? V-você fez isso? - ela grita.

- Eu fiz.

- Eu estava naquela sala apagada enquanto você fazia isso?

Balanço a cabeça positivamente. Seu olhar assustado se torna incrédulo. Sua mão bate forte contra meu rosto, que vira bruscamente pelo impacto. Movo meu maxilar, a pele queima. Devagar eu olho para Danielle.

Seguro em seu pescoço e a empurro para trás, suas costas batendo contra o balcão. Ela ofega pela dor.

Algo que admiro nela é sua coragem, em momento algum ela vacila.

Então faço algo que venho pensando há dias.

Eu a beijo.

***

Danielle

Seus lábios alcançam os meus e sem entender eu correspondo. Seu beijo é urgente e forte, a língua invadindo minha boca. Ofego, minha mente uma confusão.

Segundos atrás pensei que ele iria me agredir. Inferno, ele me deixou sozinha em uma sala, enquanto se divertia matando pessoas. Eu corria perigo, e se alguém entrasse lá? Me pegasse vulnerável?

Foda. E agora estou beijando Ansel de forma intensa. Meus lábios movendo-se com fome. Estou há tempos sem sexo. Meu clitóris pulsa, minha respiração irregular.

A mão dele entra por baixo da minha blusa, uma pegada forte em meu seio.

Mordo o lábio dele até sentir o gosto metálico do sangue, Ansel se afasta, luxúria dominando seus olhos.

Meu olhar segue para os corpos no chão e todo o desejo se esvai.

Merda.

Isso é tão fodidamente errado. Me afasto dele, passo a mão em meus lábios, limpando qualquer vestígio. Nunca mais, não posso deixar acontecer outra vez.

Ansel suspira fundo, os olhos azuis brilhando.

Pelo canto do olho vejo alguém se aproximar.

- ANSEL!

Eu pulo sobre ele, caindo sobre um corpo. Somos uma mistura de pernas e braços enquanto tentamos nos arrastar para detrás da mesa tombada. Tiros vem de todas os lados, toco meu braço, a dor irradiando. Fui atinginda de raspão.

Sei que a mesa não vai aguentar por mais tempos, a madeira grossa rachando pelas balas.

- O que vamos fazer?! - questiono aflita.

Ansel tira uma arma de dentro do paletó e me entrega. O peso traz um frio pelo meu corpo.

- Atira nele. Serei a distração.

Uma bala passa zumbindo sobre minha cabeça.

- Não posso fazer isso!

- Você tem que fazer porra! Ou nós dois vamos morrer.

Com as mãos trêmulas eu seguro na arma. Olho para Ansel e ele acena para mim.

- Aperta no gatilho e dispara tudo!

Então ele se levanta e corre. Rapidamente, com o coração disparado eu fico de pé e disparo as cegas. A vibração no meu braço é intensa.

Ouço o som que a arma faz, assim como nos filmes sei que as balas acabaram. Ainda continuo a apertar o gatilho, até sentir mãos calorosas sobre as minhas, abaixando devagar.

- Pronto. Acabou.

Não sei se matei alguém, há tantos corpos espalhados pelo chão que fica difícil saber. Ansel não disse nada, somente tirou a arma da minha mão e a jogou no chão. Suas mãos foram para o meu rosto, uma carícia leve. Ele me pegou nos braços, suas mãos firmes segurando-me enquanto saímos daquele lugar. Alguns homens passaram por nós, fiquei tensa, porém nada eles fizeram. Devem ser soldados de Ansel.

Ele me pôs dentro do carro, e entrou comigo atrás. Um homem negro sentou no banco do motorista e deu partida no carro.

Ainda em choque eu não falei nada. O que dizer? O que mais me intriga é Ansel não ter me usado como distração, levando todo o risco de ser morto para si. Que diabos está acontecendo com esse homem?

Alguns minutos depois estou sentando na pia do banheiro, Ansel fez um curativo no meu braço, não foi nada grave. Mas dói.

- Não quero ser envolvida nas suas merdas. - digo firme.

- Esta atolada até o pescoço nisso tudo, Danielle. Acostume-se.

Guardou as ataduras no armário debaixo da pia e saiu.

- Eu odeio você.

Ansel parou, seus ombros tensos.

Mas ele não disse nada.

Apenas se foi.



Até o próximo.

Ps: o próximo capítulo terá cenas fortes, peço por favor que tentem entender, e não tire conclusões precipitadas.

Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now