Capítulo 30

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Sem Revisão *

Danielle

O Shopping está lotado. Ao passar no novo apartamento de Ansel e tomar um banho rápido, seguimos para o Shopping. Amy está silenciosa.

Passamos em algumas lojas para bebês, compramos algumas roupinhas de cores neutras, faltava pouco para saber o sexo da criança.

— Vai dizer o que aconteceu? — pergunto quando paramos na praça de alimentação. Amy morde o lábio e cruza as mãos. Pelo vestido claro eu consigo perceber o leve volume da barriga. Ela não vai engordar muito.

— Estou muito sensível e enjoada ultimamente. Lukas... ele não tem paciência. Vomitei algumas vezes em cima dele. Joguei coisas contra ele.

Coloco a mão na boca, tentando evitar gargalhar.

— Mas como é a relação de vocês?

— Ele está mais presente nesses últimos dias. Sempre perguntando se preciso de algo. Até conversou com o bebê!

Sei que existe um "mas", sua expressão entrega tudo. Então ela diz:

— Mas eu acho que estou gostando dele. Nunca me apaixonei sabe, e toda essa situação... É errado? Eu gostar dele depois de tudo?

Eu sabia o que era amor não correspondido, por três anos eu amei um homem que só me tratava como uma foda diária, um caso passageiro. Ele por muitas vezes não era um bom homem, eu sabia que ele se envolvia com coisas erradas. Mas não mandamos em nossos corações ou sentimentos. E por fim terminei aquilo. Depois disse nunca mais o vi, ou tive notícias. Seria melhor assim.

Amy e eu fomos para uma loja, experimentamos diversos vestidos e sapatos diferentes. Ela é uma mulher muito bonita e tímida, e com boas roupas poderia ser facilmente apontada como uma modelo. As nove e quinze da noite paramos mais uma vez na praça de alimentação. Fui no McDonald's e comprei dois hambúrgueres pingando cheedar, com muito bacon, porções de batata frita com muito bacon também. E mais dois copos grandes de Coca Cola.

Equilibrando as duas bandejas eu voltei para a mesa. Amy me olhou surpresa.

— Você chamou mais alguém?

— Se não conseguir comer, faço isso por você. Estou faminta!

Amy não conseguiu comer metade do hambúrguer. Comi tudo por ela, o treino com Ansel pulou o café da manhã e almoço. Com Ellie comi dois bolinhos de morango. E agora finalmente estou satisfeita.

Um dos soldados já havia levado nossas sacolas. O cartão que Ansel me deu era ilimitado, ou seja, comprei muitas coisas. O dinheiro é dele mesmo.

Passo meu braço sobre o ombro de Amy e caminhamos pelo shopping, eu sentia falta disso. Da normalidade.

— ... e sabe o que ele disse? Que o bebê tinha cara de joelho e bunda de velho. Metade das enfermeiras queriam bater nele!

Amy gargalha sonoramente. Até a risada dela é fofa.

— Que idiota.

— Digo o mesmo. — Sorrio. Noto que ela faz uma careta, e depois segura firme na minha mão. — Amy? O que...

Não tenho tempo de completar a frase, Amy se vira para trás e jorra todo o hambúrguer e batata. Nunca vi tanto vômito na minha vida.

Rapidamente eu seguro ela, no caso de ela desmaiar.

O que não notei foi a situação das mulheres que vinham atrás de nós. Uma loira e outra morena, ambas com vômito nos sapatos caros. Elas dão um gritinho sonoro, e olham furiosas para Amy.

Olho para a loira e sinto o desagrado. É a mesma loira que flertava com Ansel no dia do jantar e a mesma que tentou falar comigo. Acho que ela também me reconhe, pois o asco surge em suas feições.

— Filha da puta! Olha o que fez nos meus sapatos novos! — a morena diz, ou melhor, grita a plenos pulmões.

Amy tenta se explicar, coitada, esta tremendo mais que tudo.

— Acho melhor você ficar calma. Ela está grávida, o vômito foi um dos sintomas. — eu digo.

— Foda-se essa vadia grávida e você!

A loira continua a me olhar, vejo ódio em seus olhos verdes. Qual o problema dela?

Pessoas começam a surgir do nada. Bando de urubus.

— Podemos resolver isso de forma civilizada. — eu falo, minha paciência esgotando aos poucos.

— Gente preta é civilizada? — ela ri. — Eu vou acabar com vocês duas. Começando com essa porca grávida.

Eu vejo tudo vermelho quando a mulher empurra Amy, sem ter onde se apoiar ela cai de bunda no chão. Solto um grito, me ajoelho ao lado dela e seguro em seu rosto.

— Você está bem? Amy?

Ela solta um gemido baixo e acena com a cabeça. Algo em mim explode. Me ponho de pé e pulo sobre a vagabunda que empurrou Amy. Ela poderia ter perdido o bebê! Isso me deixa furiosa.

Dou um soco no nariz dela, sangue colorindo minhas mãos enquanto soco sem parar o rosto dela. Pessoas gritam ao nosso redor, mas pouco me importo com isso.

Essa vadia vai pagar.

***

Ansel

Meus passos ecoam pelo corredor, dois dos meus homens me seguem. Em tantos anos no mundo do crime e essa é a primeira vez que ponho meus pés em um departamento de polícia. Receber uma ligação tarde da noite sobre minha esposa estar detida foi uma surpresa. Amy foi levada para Lukas e eu segui para buscar Danielle.

Paro no corredor quando vejo Danielle caminhar algemada na minha direção acompanhada de uma policial.

— Tira essa merda dela. — exijo. A mulher faz como o ordenado, Danielle mexe os pulsos e olha para mim. Aceno para que a policial se retire. O mesmo para meus homens. — O treinamento que lhe dei era para usar em situações importantes.

— Aquilo foi importante! Lukas já sabe o que aconteceu? Espero que sim, quero que ele destrua aquela desgraçada. Arranque cada pedaço...

Coloco minha mão sobre a boca dela, os olhos faiscando em raiva pura.

— Calma. Você está fora de si.

Retiro minha mão.

— Sabia que sua amante também estava lá? — grita exasperada. — Aquela loira, essa mulher será um problema, ela vai fazer de tudo para me atingir...

— Danielle...

— Eu quero ver a Amy, saber se tudo está bem. E quero ver aquela puta que empurrou minha amiga...

Seguro em seu pescoço e faço pressão na veia certa. Danielle fica mole e a pego em meus braços. Toda essa raiva que ela sente não seria bom.

Carrego ela de volta para o carro. Coloco o cinto nela e a ajeito no banco. Fico olhando para seu rosto. Balanço a cabeça e fecho a porta.

Não. Isso não seria possível, jamais.

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Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Where stories live. Discover now