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D A N I E L
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Antes

               Por que sempre o que nunca podemos ter, é o que nós mais queremos?

Eu não sei quando começou. Não me lembro qual foi o momento exato que comecei a olhar para ela de maneira diferente. De uma maneira que eu sabia que não poderia contar á ela, porque eu era o babaca do Daniel.

É tipo, eu jamais poderia contar para ela também apenas pelo fato de que uma simples declaração seria o puro alvoroço na minha vida, e não seria nada bom.

— E o joelho, cara? — quis saber Liam, enquanto meus pensamentos começaram a evaporar. Apoiei os cotovelos no joelho e balancei a cabeça, logo a levantando para ver o rosto de Liam. — Está ruim ainda?

— Cara, relaxa! O jogo é daqui sete meses! — levantei e dei leves tapinhas nas suas costas. — Vou estar melhor.

— Não podemos jogar sem você. — ele deu de ombros.

Eu gostava da forma que Liam não tinha receio em elogiar alguém. A maioria dos caras do time jamais diriam isso de uma forma tão leve, e tão normal. Eles não tratariam isso como algo normal. Jamais.

— Claro que vocês podem! — encorajei. — Eu tenho certeza que o treinador vai colocar você como capitão do time se acontecer de eu sair.

— Está brincando? — ele fez uma careta e gargalhou. — O treinador já deixou claro que vai colocar o Tracey.

— Agora quem está brincando é você. — acusei, franzindo a testa. — Aquele cara só quer pegar garotas. É apenas para isso que ele quer ser o capitão.

— Vai me dizer que você não gosta que as garotas fiquem em cima de você? — Liam revirou os olhos. Mesmo eu não tendo dito nada, ele não iria acreditar se eu dissesse.

— Elas vem atrás de mim de qualquer maneira Liam. Eu não gosto disso, mas não tenho muita coisa para fazer. — balancei os ombros. — Além do mais, estou ficando sério com uma garota.

Aquela garota? — Liam pareceu animado. — Qual é cara? Até hoje você não me contou quem é. — ele lembrou-me, se fingindo de ofendido.

— Não — neguei sobre a sua pergunta. — Aquela garota, eu não posso ter. Você sabe. — fiquei olhando para o nada por um tempo, até que Liam bate nas minhas costas.

— Já tentou? — balancei a cabeça negativamente. — Então como pode afirmar algo que não viveu?

Fiquei em silêncio. Liam era um idiota! Sabia muito bem como me deixar sem argumentos.

— Cara... — chamei, estendendo a mão para ele. — Vai se ferrar. — disse lentamente. Liam balançou os ombros sabendo que tinha razão.

Eu não vou julga-lo por isso. Ele tinha mesmo.

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Naquele treino que eu fiz, meu joelho pirou mais um pouco. Minha mãe não poderia nem sonhar que eu estava jogando com todos os problemas que o exame mostrou.

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora