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           Assim que o carro parou na rua aonde seria a festa pós-jogo, eu desejei voltar para casa sozinha e deitar na minha cama. Eu desejava não ter contato daquela maneira para Amaya que eu iria para Londres. E também, desejava mentalmente para que ela não ligasse para o Daniel e lhe desse essa notícia.

No caminho para cá, enquanto Angeline berrava as letras das músicas do carro, meu celular vibrava nas minhas mãos á cada um minuto, e em todas elas, no caminho todo para cá, eram mensagens da Amaya e da minha mãe.

Eu não me dei o trabalho de responder os vários pontos de interrogação que Amaya me enviou. E nem as suas perguntas como: por que você vai fazer isso? E o Daniel? Quando você decidiu fazer isso?

Eu precisava, e queria, esquecer de tudo aquilo.

Apenas o meu corpo estava sendo arrastado pela Angeline. Porque a minha mente estava literalmente em outro lugar. Mas ela voltou rapidamente quando a música alta preencheu meus ouvidos. No jardim da frente, gritavam em volta do barril e seguravam um garoto de cabeça para baixo, o incentivando a continuar a beber com gritos.

— Você já quer uma bebida? — Angeline perguntou, perto do meu ouvido. Mesmo estando no jardim ainda, a música estava extremamente alta. Eu balancei a cabeça e torci o nariz.

— Eu vou conversar um pouco com o Liam. — Amy avisou, dando uma piscadela para todas, como se o conversar não fosse bem isso. Antes que ela pudesse sair da roda, vi que Angeline agarrou no seu pulso.

— O que você quer com o Liam? — perguntou ela. Olhei para Macy e Livia, que tinham os olhares surpresos assim como eu. — Quer dizer... É que... — ela travou, percebendo o quanto estávamos surpresas com a sua ação.

— Não é o Liam Patterson, Angeline! — Amy se soltou do seu aperto, a encarando de testa franzida. — É o Liam Carson.

— Eu... — não deu tempo de Angeline terminar de se explicar, já que Amy deu as costas. — Nada aconteceu aqui. — avisou seriamente, apontando o dedo para nós três. Demos uma breve risada e balançamos a cabeça.

— Só se prometer que quando eu quiser ir embora, você não vai me impedir. — ergui as sobrancelhas, esperando pela sua resposta.

— Tudo bem. — suspirou e revirou os olhos. — Mas só depois que você beber um pouquinho.

Não tive tempo para protestar que eu não iria beber mais do que um copo para experimentar. Eu já estava sendo arrastada para dentro da casa, enquanto, Angeline mal entrou e já estava saltitando e levantando a mão livre para cima.

Aquela festa estava bem diferente da festa da Universidade que eu fui com April uma vez. Ela estava bem mais agitada e isso me assustava um pouco. Porque todos ali eram da escola, e eu não faço ideia do que pode acontecer, ou do que pode dar errado.

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             Eu estava consideravelmente mais animada do que o normal. Todos os copinhos pequenos que eu havia bebido, não pensei que fossem causar esse tipo de coisa.

Eu sempre tinha a sensação de que eu estava esquecendo alguma coisa. Que era como se meu pensamento girasse em torno disso. Mas eu não estava conseguindo me lembrar bem do que era. E alguma coisa me dizia que eu não deveria mesmo me lembrar.

— Então você vai mesmo para Londres? — Angeline perguntou. Quando eu estava prestes a levar mais um copinho de vidro até a boca, que continha uma bebida verde, ela o tirou da minha mão e deixou em qualquer lugar da bancada. — Quando me referi que você só ia embora se bebesse um pouco, não estava dizendo do estoque inteiro.

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora