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SAMANTHA

          Na manhã seguinte eu acordei no sofá.

Meu pescoço estava doendo pela maneira como estava meio torto antes que eu me mexesse. O apartamento, talvez todo, estava com um cheiro de café. Acho que pelo fato de a cozinha ser ao lado da sala de estar o cheiro estava mais forte para mim.

- E ai, bela adormecida! – April praticamente gritou, e foi ai que eu me dei conta de que a minha cabeça estava doendo. Fiz uma careta e torci o nariz. – Esqueci que você encheu a cara ontem.

- Não exagera. – resmunguei e coloquei os pés no chão, sentindo o piso frio. – E fale baixo.

- Coma algo que depois vou te dar um remédio para dor de cabeça. – avisou, jogando uma roupa na minha direção. – Você tem sorte de eu ter comprado calcinhas novas essa semana. Caso contrário, você não teria o que usar. – apontou, deixando uma xícara na mesa de centro. – Tome banho e vista essas roupas.

- Está parecendo que eu estou em um hotel. – falei, forcando meus braços contra o assento do sofá para me levantar.

- Estou sendo uma boa colega de quarto? – perguntou em um tom brincalhão. – Fiquei conversando com a sua mãe depois que você dormiu. Ela ficou bem preocupada, mas eu mandei uma foto sua dormindo e babando ai no sofá. Ela ficou mais tranquila. – balançou os ombros. – E o Daniel te enviou várias mensagens mais cedo.

Daniel.

- Obrigada. – disse baixo, caminhando para o corredor do banheiro.

- E ela disse que você vai ficar de castigo. – April disse alto o suficiente para mim ouvir. Balancei a cabeça. Meu primeiro castigo vai ser por eu ter ficado "bêbada"?

Mas além do mais, eu não fiquei tão louca assim. Não me lembro de vomitar, ou passar vergonha na pista de dança. Não me lembro de ter feito algo de errado. Então, consideravelmente, eu acho que não fiz nada de errado. E eu espero mesmo que eu não tenha feito.

Quando tirei aquele pijama de April e entrei no box, deixando a água morna cair sobre meus ombros e depois para o meu corpo inteiro, me lembrei da minha conversa com Amaya. Eu esperava, do fundo do meu coração, que ela não tivesse contado á ele sobre Londres.

Eu contaria para ele, mas apenas depois que ele voltasse de viagem.

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DANIEL

         Faziam, pelas minhas contas, apenas trinta minutos que havíamos chegado em frente a casa e logo depois ter tocado a campainha. Nesses trinta minutos, a mãe e o padrasto de Giulia haviam nos ajudado com as malas e deixado com que eu colocasse meu carro na garagem.

A mãe de Giulia, cujo seu nome era Lolla, não parava de me encarar. Em meios a segundos que ela me encarava, eu consegui ver os traços que Giulia havia puxado dela. Os olhos castanhos e o contorno do rosto. Elas tinham, literalmente, o mesmo olhar intimidador.

Quando nos sentamos no sofá, Giulia disse que iria ao banheiro. Eu até acho que ela fez isso pelo seu nervosismo. Ela queria um tempo para poder relaxar. Nem que fossem apenas cinco minutos. E com todas essas observações, eu conseguia ver o quão a pequena Chloe gostar dela era importante.

- Vou pegar um café para vocês. – avisou Patrick, padrasto da Giulia.

Fiquei um tanto nervoso por Lolla ficar me encarando quando ficamos sozinhos na sala. Minhas mãos ficavam se mexendo uma com a outra a todo instante, o que transmitia meu nervosismo.

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now