34

7.5K 786 389
                                    

                Aquela segunda feira poderia ser completamente diferente de todas as que eu tive. Eu não iria mais conseguir evitar o Daniel, como consegui fazer ontem o dia inteiro.

Mamãe deixou um bilhete no meu criado mudo enquanto eu tomava banho, avisando que chegaria mais tarde em casa hoje, e, se eu estivesse acordada ainda ela queria conversar comigo.

Fiquei curiosa para saber o motivo da conversa, mas não deveria ser algo muito sério. Então, não deixei que aquilo ocupasse minha mente.

— Sam... — Logan me chamou, quando eu sai do meu quarto pronta para ir para o colégio. Dessa vez, eu teria que sair mais cedo por não ter a minha carona. Na verdade, eu acho que até tinha, mas não queria espera-lo. Poderíamos conversar mais tarde.

Quanto mais eu conseguisse evitar a conversa com Daniel, melhor para mim.

— O que você quer? — olhei para ele, friamente. Eu estava tentando ser muito firme com Logan. Eu queria ver como ele se sentia quando eu o respondia sem interesse algum. Pois quando éramos menores, ele quem sempre fazia isso comigo e eu ficava extremamente chateada. — Preciso ir para o colégio.

— Você ainda está brava comigo? — perguntou, parando a minha frente. Cruzei os braços e ele suspirou. — Droga, Samantha! Já deu, não acha?

— Não. Eu tenho direito de ficar brava com você. — franzi a testa. — Não tente me fazer pensar o contrário.

— Tudo bem então, me desculpe. — pediu, com a voz serena. — Por favor.

— Eu preciso ir. — respondi engolindo seco.

Descendo a escada, eu estava com a respiração tão pesada que quase voltei e abracei Logan, dizendo que já havia o perdoado faz tempo. Mas eu simplesmente não poderia ser tão fraca assim. Porque apesar de tudo, eu estava magoada.

A minha fome que eu estava quando acordei já havia passado. Resolvi que apenas comeria no colégio, então não me dei ao trabalho de passar na cozinha.

Quando já estava quase na porta de entrada, lembrei que estava esquecendo meu livro de história.

O que me fez parar bruscamente foi Daniel parado no vão da porta do corredor que se dirigia para a cozinha. Inspirei o ar e logo o soltei completamente, ainda achando que todo o esforço de manter a calma não estava dando certo.

— Nós precisamos conversar. — sua voz rouca ecoou entre as paredes da sala. Eu pisquei várias vezes querendo que aquilo fosse apenas coisa da minha cabeça, mas quando ele começou a se aproximar de mim, eu percebi que não era a minha mente querendo tirar uma com a minha cara.

Mordi o lábio inferior tão forte, que por um momento, pensei que iria começar a sangrar.

— O que aconteceu? Eu fiz algo errado? — quis saber, franzindo a testa e analisando meu rosto.

Naquele dia, ele usava uma camiseta de botões escura. Eu, se não reparasse muito, pensaria que era até uma camiseta social. Mas ela combinava muito bem com ela. Tão bem que parte do ar que faltou quando o vi, foi por perceber o quão bonito ele estava naquela manhã.

— Mentiras são consideradas erradas. Não são? — questionei, querendo que ele já matasse a charada para que eu não precisasse explicar tudo o que aconteceu sábado à noite.

Quando eu fui embora correndo da sua casa, tive sorte de a senhora Collins, o Clarkson e o cara da pasta não estarem na sala de estar. Eles deveriam ter ido resolver aquele assunto em outro lugar.

Agradeci tanto por isso.

— Do que você está falando? — ele pareceu confuso.

Sem querer que a situação se estendesse por longos segundos, olhei no fundo dos seus olhos que me encaravam com atenção e me deixavam um pouco desorientada e intimidada. Passei a língua nos lábios e sem desviar o olhar dele, tirei a mochila dos ombros.

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora