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— Deixa eu ver se entendi — diz Angeline de boca cheia. — Você ficava com o Trevor, mas beijou o Daniel enquanto estava com o Trevor? E agora você se sente culpada por ter magoado o Trevor?

— Bom resumo — elogiei, erguendo as sobrancelhas. Eu passei quase quinze minutos falando sobre essa história.

Mesmo as palhaçadas de Angeline me distraindo, uma parte de mim ainda queria que meu vibrasse e mostrasse o contato do Daniel na tela. Ou pelo menos que ele me enviasse alguma mensagem. Mas pensar nisso era em vão, porque não aconteceria.

— E de quem você gosta? – perguntou, ainda parecendo ter dúvidas.

— Do Daniel?! – falei juntando as sobrancelhas, como se não fosse óbvio.

— Sabe o que eu acho? Que pode ser que seja um pouquinho, bem pouquinho mesmo – disse, enquanto quase juntava seu dedo indicador com o polegar, deixando um espaço pequeno no meio deles. – Que você, Samantha Sanders, talvez, ainda possa gostar do Trevor.

—Você disse que o seu primeiro beijo foi com ele, não disse? – perguntou e eu balancei a cabeça positivamente.

—Mas eu também disse a você que não foi bom – me apressei em lembra-la.

—Logo, você me disse que depois ele foi completamente fofo com você. – ergueu as sobrancelhas, como se estivesse querendo me dizer algo com o seu olhar. – E disse também que ele confessou que te ama.

—O que você está querendo dizer com tudo isso? – questionei zangada, porque ela estava me deixando com dúvidas.

—Eu não estou querendo dizer nada que você já não saiba – deu de ombros. – Você sabe que eu super apoio você ficar com o Daniel, mas você não pode fazer isso se estiver sentindo algo por outra pessoa. Se for para você ficar com o Daniel não pode ter dúvidas sobre o que sente por ele.

—Eu já lhe disse que o amo.

—Disse. Disse sim – balançou a cabeça positivamente. – Vamos assistir algum filme. – sugeriu ela, mudando completamente de assunto.

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— Eu não estava muito afim de ir – disse para a minha mãe, que me olhou logo em seguida.

— Eu posso pedir o dinheiro de volta, não se preocupe – disse ela, me deixando aliviada que eu não seria obrigada a ir para aquele acampamento.

—Fala sério, Sam! – reclamou Angeline. – Já estava pensando no que eu diria para o diretor me deixar no mesmo dormitório que você.

—Por que você não quer ir, querida? – perguntou minha mãe.

— Eu só prefiro ficar em casa mesmo. – dei de ombros. 

— Tudo bem. Sábado não se esqueça do jantar com o Jorge — lembrou-me, depositando um beijo na minha testa e apertando levemente o ombro de Angeline.

A garota ruiva logo lançou um olhar furioso para mim.

— Nem vem — aviso rapidamente, para que ela não começasse a falar porque eu deveria ir ao acampamento.

— Se você não vai, então eu também não irei — deu de ombros. — Além do mais, não ia ser tão legal assim.

— Se você quiser ir não tem problema.

— Você não quer minha companhia? — quis saber, me fazendo encara-la.

— Não tem nada a ver com isso, doida — disse depressa, acalmando-a. — Você prefere ir andando ou quer que eu peça para o Logan nos levar?

— Você não dirige? — perguntou ela, franzindo a testa. — Eu jurava que você tinha carteira.

— Eu não me sinto confortável ficando no banco do motorista — expliquei, não querendo entrar no assunto da morte do meu pai naquele momento. — Eu estava afim de ir de carro, está muito sol para ir andando.

— Vou chamar Logan.

— Enquanto isso vou lavar os pratos — disse ela, pegando as louças que usamos para comer.

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— Como assim você não vai? — perguntou Amy, parando de passar seu gloss, encarando Angeline com surpresa. — Pensei que todas iríamos.

— Eu acho melhor eu ficar por aqui com a Sam — disse a garota ruiva, torcendo um pouco o nariz.

— Virou babá dela? — questionou Amy, olhando para mim parecendo estar zangada.

— Eu só não estou afim mesmo de ir Amy, por favor, não começa. — pediu Angeline, fazendo-a voltar a passar seu gloss com uma cara nada boa. Enquanto isso, Macy e Lívia estavam conversando sobre algo que eu não estava prestando atenção.

Rolei meus olhos pelo corredor e vi Daniel virar a direita. Meu coração acelerou por vê-lo pela primeira vez naquele dia, pois não tínhamos nos esbarrado no início dos horários.

Liam estava passando com dois meninos que estavam com uniforme do time de vôlei, logo puxei a sua jaqueta do time, fazendo-o parar na minha frente.

— Bom dia, Sam — cumprimentou ele. — Angeline, gatinha. — enviou um sorriso de lado para a garota, que revirou os olhos e deu as costas, abrindo seu armário e ignorando Liam.

— Você sabe aonde o Daniel foi? — quis saber.

— Ele me contou que vocês não estão muito bem — comentou. — Você quer que eu te ajude em alguma coisa?

— Eu só quero saber aonde ele foi. Vi ele virando o corredor.

— Se você quiser falar com ele é melhor ir rápido porque ele avisou que iria para casa. Parece que o pai dele vai ir para o Texas e ele vai se despedir, mas meio que foi obrigado a fazer isso — explicou calmamente.

— Tudo bem, obrigada! — falei antes de andar com passos acelerados pelo correndo e virar a direita, vendo o céu azul sem nuvens pela porta de vidro que dava para o estacionamento.

Corri um pouco até chegar a porta e empurra -lá com força, rodando os olhos pelo estacionamento o vi andando em direção ao seu carro que não estava tão distante assim.

Parecendo sentir minha presença, ele levantou o olhar para a minha direção e meu coração pareceu errar uma batida. Respirei fundo e senti vontade de ir abraça-lo, mas percebi que isso não seria possível de acontecer porque ele desviou o olhar de mim como se não fosse nada de importante e entrou no seu carro.

Observando-o sair do estacionamento, meu celular vibrar foi o que me fez desviar o olhar, e o que evitou minhas lágrimas também.

Era uma mensagem de Trevor.

Você está bem?

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Curtinho, eu sei... Mas espero que tenham gostado.

Xoxo

(Se estiverem interessados em outro clichê, dêem uma olhadinha na história da minha friend, orbitado , SUPER recomendo!).

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora