42

5.9K 488 67
                                    

      Depois de alguns minutos quando Daniel foi embora, eu fiquei mais um tempo naquele canto, em silencio, absorvendo toda aquelas coisas que estavam acontecendo e me deixando culpada. A cada vez que pensava em dizer a ele que iria embora, eu ficava mais desesperada em pensar na sua reação. Na história da minha mente, ele não reagia da melhor forma possível. Eu já tinha presenciado seu olhar triste uma vez, então eu tinha certeza de que agora seria mil vezes pior.

Quando estava subindo as escadas da arquibancada para pegar um lugar, vi que Amaya estava na oitava fileira, me observando subi as escadas. Segui para a sua fileira, me perguntando o que ela estava fazendo ali.

- Pensei que não te encontraria. – ela disse, quando cheguei perto o suficiente para ouvir. Pedi licença para poder passar e parei no lugar vago ao seu lado. Ela abriu os abraços e me abraçou.

- O que faz aqui? – perguntei, ao me separar do seu abraço.

- Daniel me disse que não ia ficar para o jogo, e perguntou se eu poderia te fazer companhia. Só não chamei mais gente do grupo, porque não sei com quem você está de bem.

- Todos. Menos Trevor. – resmunguei. É claro que ainda estávamos na mesa, Amaya deve pensar que essa minha informação foi tosca. Eles devem conversar muito sobre isso. Da mesma forma que April me disse de quando saiu para conversar com ele. – Mas não tem problema. Que bom que está aqui.

Angeline não iria subir até a bancada. Ela precisava torcer pelo time junto com as outras torcedoras. Eu não tinha contato o suficiente com mais ninguém daquele colégio.

De repente, muitos alunos começaram a gritar, mas era apenas o diretor e o treinador dos times entrando até o campo. Olhei em direção ao meio do campo, e sentei no banco, assim como vários alunos. Amaya fez o mesmo.

- Está tudo bem? – perguntou ela, chamando a atenção do meu olhar. Balancei a cabeça e ela inclinou a sua para o lado, parecendo não acreditar muito nas minhas palavras. – Estou sentindo que você está tensa.

Pensei por alguns segundos sobre contar á ela da viagem para Londres. Mas lembrei sobre estarmos em um jogo mega barulhento, e não daria para prestar muita atenção ou ouvir muito bem o que ela me diria, já que os outros alunos iam estar gritando e torcendo pelo nosso time no campo. Assim, como as pessoas da outra escola, estava no lado oposto do nosso da arquibancada, e também fariam um barulho e tanto.

- Não é nada. – menti, tentando passar uma boa confiança para ela. Eu não sei se deu certo, até porque eu não tenho essa confiança.

- Tudo bem. – deu e ombros. Olhei para frente novamente e me senti aliviada. Eu acho que ela havia acreditado.

- Som, som! – disse o diretor, para testar o microfone. – Caros alunos de Webster – ele apontou para o nosso lado da arquibancada, e os alunos começaram a gritar e levantar as suas cartolinas cheias de glittler, combinando com o uniforme das torcedoras e bem provavelmente dos garotos também cinza, vermelho e preto. – E também de Sinclair! – apontou para o outro lado da arquibancada. Todos gritaram e começaram a também levantar suas cartolinas. – O treinador de Webster, O'Donnell, irá falar algumas coisas. – ele avisou, passando o microfone. O treinador agradeceu e começou todo o seu discurso.

Ele dizia que independentemente de quem ganhasse, ele iria ficar orgulhoso dos seus garotos. Ele mencionou os nomes dos garotos e que não foram escalados para estar neste jogo, mas deixou claro o quanto todos esses são bons. Por fim, ele me deixou surpresa, dizendo o nome do Daniel e comentando sobre a sua lesão, que o tirou do jogo.

- O Daniel é um panaca mesmo! – Amaya se inclinou para o lado, para que eu pudesse ouvir. – Se ele não tivesse treinado naquela vez, estaria ai jogando. Sei da historia toda e se eu estivesse aqui, daria um soco nele. – sorri com a sua declaração e balancei a cabeça, logo, voltando a prestar atenção nas palavras do treinador.

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora