Capítulo 5

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↞ Slytherin part.1. Capítulo 5 ↠

– Sua... minha?

– É, minha velha e querida mamãe, sua avó – confirmou Sirius. – Faz um mês que estamos tentando tirá-la daí, mas achamos que ela pôs um Feitiço Adesivo Permanente atrás do quadro. Vamos descer, depressa, antes que os outros acordem novamente.

– Mas o que é que um retrato de sua mãe está fazendo aqui? – perguntou Lucida, espantada, quando passaram por uma porta do corredor que dava acesso a uma escada, acompanhados de perto pelos demais.

– Ninguém lhe contou? Esta era a casa dos meus pais, seus avós. Mas somos os últimos Black vivos, por isso ela agora é nossa. Eu a ofereci a Dumbledore para usar como sede: acho que foi a única coisa útil que pude fazer até o momento.

Lucida, que esperara uma recepção mais calorosa, reparou que a voz de Sirius parecia dura e amargurada. Ela acompanhou o pai e, ao fim da escada, passaram por uma porta que se abria para a cozinha do porão.

Não era menos sombria do que o corredor acima, um aposento cavernoso com paredes de pedra bruta. Quase toda a iluminação vinha de um grande fogão ao fundo. Fumaça de cachimbo pairava no ar como a névoa escura sobre um campo de batalha, e nela avultavam as formas ameaçadoras de tachos e panelas penduradas no teto escuro. Muitas cadeiras tinham sido amontoadas no aposento para a reunião e no meio havia uma longa mesa de madeira, coalhada de rolos de pergaminho, cálices, garrafas de vinho vazias e algo que parecia uma pilha de trapos.
O Sr. Weasley e seu filho mais velho, Gui, estavam conversando em voz baixa com as cabeças juntas a uma ponta da mesa. A Sra. Weasley pigarreou. O marido, um homem magro, óculos com aros de tartaruga e cabelos ruivos que começavam a ralear, olhou para os lados e imediatamente se levantou.

– Harry! Lucida!– exclamou o Sr. Weasley, apressando-se a cumprimentar os garotos, cujas mãos apertou com força. – Que bom ver vocês.

Por cima do ombro dele, Lucida viu Gui, que ainda usava cabelos longos presos em um rabo de cavalo, enrolar as folhas de pergaminho deixadas sobre a mesa.

– Boa viagem? – perguntou Gui, tentando recolher doze pergaminhos de uma só vez. – Então Olho-Tonto não obrigou vocês a passar pela Groenlândia?

– Ele bem que tentou – respondeu Tonks, se aproximando para ajudar Gui, e, logo em seguida, virando
uma vela em cima do último rolo. – Ah não... me desculpe...

– Aqui, querido – disse a Sra. Weasley, exasperada, consertando o pergaminho com um aceno da varinha. No lampejo de luz produzido pelo feitiço, Lucida vislumbrou algo que parecia a planta de uma construção.

A Sra. Weasley a viu olhar. Recolheu com violência a planta da mesa e meteu-a nos braços sobrecarregados de Gui.

– Essas coisas deveriam ser retiradas assim que terminam as reuniões – disse com rispidez, antes de se dirigir em grandes passadas a um armário antigo de onde começou a retirar pratos de jantar. Gui puxou a própria varinha e murmurou “Evanesco!”, ao que os rolos desapareceram.

– Sentem-se, Filha, Harry – disse Sirius. – Vocês já conhecem Mundungo, não?

A coisa que Lucida pensara ser uma pilha de trapos soltou um ronco prolongado, em seguida acordou
com um estremeção.

– Alguém falou meu nome? – resmungou Mundungo sonolento. – Concordo com Sirius... – E ergueu a
mão encardida no ar como se estivesse votando, as pálpebras pesadas e os olhos vermelhos fora de foco.

Gina abafou umas risadinhas.

– A reunião terminou, Dunga – avisou Sirius, enquanto todos se acomodavam ao redor da mesa. –
Eles chegaram.

↞ sℓyτнєriท ⵢ Harry Potter↠『3』Where stories live. Discover now