Capítulo 33

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↞ Slytherin part.1. Capítulo 33  ↠

Os pés de Lucida bateram em chão firme; seus joelhos se dobraram ligeiramente e a cabeça dourada do
bruxo caiu com um baque metálico no chão. Ela olhou ao redor e constatou que chegara ao escritório de Dumbledore.

Tudo parecia ter se consertado na ausência do diretor. Os delicados instrumentos de prata se encontravam mais uma vez sobre as mesinhas de pernas finas, soprando e zunindo serenamente. Os retratos dos diretores e diretoras cochilavam em seus quadros, as cabeças caídas molemente no encosto das poltronas ou apoiadas nas molduras. Lucida espiou pela janela. Havia uma fria linha verde-clara no horizonte: o dia ia despontando.

O silêncio e a imobilidade, interrompidos apenas por um raro grunhido ou fungada de um retrato
adormecido, eram insuportáveis. Se o ambiente pudesse ter refletido os sentimentos que a dominavam, os
quadros estariam gritando de dor. Ela andou pelo escritório silencioso e belo, respirando depressa, tentando não pensar. Mas precisava pensar... não tinha saída...

Era sua culpa que sua mãe tivesse morrido; inteiramente sua culpa. Se ela, Lucida, não tivesse sido burra
de cair na esparrela de Voldemort, se não estivesse tão convencida de que o que vira em sonho era real, se ao menos tivesse aberto a mente à possibilidade de que Voldemort, conforme dissera Hermione, estivesse apostando no prazer de Lucida de bancar a heróina...

Era insuportável, ela não pensaria no assunto, não conseguiria suportar... havia um terrível vazio em seu peito que ela não queria sentir nem examinar, um buraco negro em que Amélia estivera, em que Amélia
desaparecera; ela não queria ter de ficar sozinha com aquele enorme espaço silencioso, não conseguiria
suportar...

Um quadro às suas costas soltou um ronco particularmente alto. Mais alguns retratos se mexiam agora. O terror de ser interrogada fez Lucida atravessar a sala e segurar a maçaneta.

Ela não girou. Ela estava trancada.

– Espero que isto signifique – disse um corpulento bruxo de nariz vermelho pendurado a uma parede
atrás da escrivaninha do diretor – que em breve Dumbledore estará entre nós?

Lucida se virou. O bruxo a fitava com grande interesse. A garota confirmou com a cabeça. E tornou a puxar a maçaneta com as mãos às costas, mas ela permaneceu imóvel.

– Ah, que bom – disse o bruxo. – Tem sido muito monótono sem ele, muito monótono mesmo.

O bruxo se acomodou no cadeirão semelhante a um trono, no qual fora retratado, e sorriu bondosamente para Lucida.

– Dumbledore tem uma opinião elogiosa sobre você, como estou certo de que sabe – disse satisfeito. –
Ah, sim. Tem você em alta estima.

A sensação de culpa que enchia o peito de Lucida como um parasita monstruoso e pesado agora se
torcia e virava. Lucida não conseguia suportar isso, não conseguia mais suportar ser quem era... nunca se
sentira tão encurralada dentro do próprio corpo, nunca desejara tão intensamente poder ser outra pessoa, qualquer pessoa, ou...

A lareira vazia irrompeu em chamas verde-esmeralda, fazendo Lucida saltar para longe da porta, e olhar para o homem que girava no interior da grade. Quando a figura alta de Dumbledore deixou o fogo, os bruxos e bruxas, nas paredes, acordaram de repente, muitos deles soltando exclamações de boas-vindas.

– Obrigado – disse Dumbledore brandamente.

Ele não olhou imediatamente para Lucida, mas encaminhou-se para o poleiro ao lado da porta e retirou,
do bolso interno das vestes, a minúscula e feiosa Fawkes, que ele colocou com gentileza no borralho
morno embaixo do suporte dourado em que a fênix adulta habitualmente ficava.

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