Capítulo 11

1.3K 103 48
                                    

❁O ꜱᴇɢʀᴇᴅᴏ ᴅᴇ Dʀᴀᴄᴏ Mᴀʟғᴏʏ❁

↞ Slytherin part.2. Capítulo 11 ↠

Mais uma vez, as espirais de neve batiam nas janelas geladas; o Natal estava se aproximando. Hagrid, sozinho, já tinha feito a entrega das habituais doze árvores de Natal para o Salão Principal; guirlandas de
azevinho e franjas metálicas enfeitavam os balaústres das escadas; velas perpétuas brilhavam por dentro dos elmos das armaduras e a intervalos grandes ramos de visgo pendiam do teto, nos corredores. Grupos de garotas convergiam para baixo dos ramos de visgo quando Harry passava, o que causava
engarrafamento nas passagens; mas, por sorte, seus frequentes passeios noturnos tinham lhe dado um
conhecimento excepcional dos atalhos secretos do castelo, e faziam com que pudesse, sem muita dificuldade, navegar entre as aulas por rotas em que não havia visgos.
Rony, que em tempos passados poderia ter achado a necessidade desses desvios uma razão para
ciúmes em vez de hilaridade, simplesmente rolava de rir com tudo isso. Lucida, embora preferisse esse
novo amigo risonho e brincalhão ao Rony cismado e agressivo que vinha aturando nas últimas semanas, pagava um alto preço por tal melhora. Primeiro, Lucida tinha de tolerar a presença assídua de Lilá Brown, que parecia achar cada momento em que não estivesse beijando Rony um momento perdido; e segundo,Lucida se encontrava mais uma vez na posição de melhor amiga de duas pessoas com pouca probabilidade de voltarem a se falar. Ela revezava com Harry pra vê quem ia aturar Rony e outro iria ter que aturar Hermione.

Rony, cujos braços e mãos ainda exibiam os arranhões e cortes do ataque dos passarinhos de Hermione, adotava um tom defensivo e rancoroso.

– Ela não pode reclamar – disse a Lucida. – Andou aos beijos com o Krum. Agora achou alguém que quer andar aos beijos comigo. Bem, estamos em um país livre. Não estou fazendo nada de mais.

Lucida não respondeu, fingiu estar concentrada no livro que deveriam ler para a aula de Feitiços na manhã seguinte (Quintessência: uma busca). Decidida como estava a continuar amigo de ambos, Rony e Hermione, ela passava grande parte do tempo muito calada – Não que fosse fazer muita diferença já que a garota não estava falando muito desde de antes de Rony e Lilá.

– Nunca prometi nada a Hermione – resmungou Rony. – Quero dizer, tudo bem, eu ia à festa de Natal do Slughorn com ela, mas ela nunca disse... era só como amigo... não tenho compromisso...

Lucida virou uma página do Quintessência, consciente de que o amigo a observava. A voz de Rony foi se tornando quase inaudível, abafada pela forte concentração no livro, embora Lucida pensasse ter ouvido as palavras “Krum” e “não pode reclamar” mais de uma vez.

O horário de Hermione era tão apertado que Lucida só conseguia falar direito com a amiga à noite,
quando quem aturava Rony era Harry. Hermione se recusava a sentar na sala comunal enquanto Rony ali estivesse, então Lucida, em geral, ia ao seu encontro na biblioteca, o que significava que conversavam aos sussurros.

– Ele tem toda liberdade de beijar quem quiser – disse Hermione enquanto a bibliotecária, Madame
Pince, rondava pelas estantes às suas costas. – Não estou nem aí.

Ergueu a pena e pôs um pingo no “i” com tanta ferocidade que perfurou o pergaminho. Lucida ficou calada, e refletiu que logo sua voz desapareceria por falta de uso.

Curvou-se um pouco mais para as anotações – agora passada para o livro novo que ficou velho e mal cuidado por tanta anotação – Estudos avançados no preparo de poções e continuou a tomar notas sobre os Elixires Perenes.

Alguém se aproximara entre as estantes escuras. Elas aguardaram e, um momento depois, o rosto rapineiro de Madame Pince surgiu no fim da estante, as faces encovadas, a pele de pergaminho e o longo nariz curvo iluminados desfavoravelmente pelo lampião que ela segurava.

↞ sℓyτнєriท ⵢ Harry Potter↠『3』Onde histórias criam vida. Descubra agora