Capítulo 23

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...não posso deixar ele matar ela, não posso.

↞ Slytherin part.2. Capítulo 23

De volta à noite estrelada, Lucida e Harry carregaram Dumbledore para cima do pedregulho mais próximo e ajudaram-o a ficar de pé. Encharcada e trêmula, ainda sustentando o peso de Dumbledore, Lucida se concentrou como nunca fizera antes em sua destinação: Hogsmeade. Fechando os olhos e apertando, com toda a força, o braço de Dumbledore, ela mergulhou naquela sensação de horrível compressão.

A garota percebeu que dera certo antes de abrir os olhos: o cheiro de sal e brisa marinha haviam desaparecido. Ela, Harry e Dumbledore estavam tremendo e pingando água no meio da escura
rua principal de Hogsmeade. Por um terrível momento, sua imaginação lhe mostrou mais Inferi que surgiam dos lados das lojas e se arrastavam em sua direção, mas ela piscou e viu que nada se movia; tudo estava quieto, a escuridão era total, exceto por uns poucos lampiões e janelas iluminadas no primeiro andar.

– Conseguimos, professor! – sussurrou Lucida com dificuldade; ela percebeu, de repente, que sentia uma pontada ardida no peito. – Conseguimos! Encontramos a Horcrux!

Dumbledore vacilou de encontro a Lucida. Por um momento, a garota pensou que sua Aparatação amadora tivesse desequilibrado o professor; então viu o rosto de Dumbledore, mais pálido e úmido que nunca, à luz distante do lampião de rua.

– Senhor, está bem?

– Já estive melhor – respondeu Dumbledore com a voz sumida, embora os cantos de sua boca tentassem sorrir. – Aquela poção não era uma bebida saudável...

E, para horror de Lucida, o professor caiu ao chão.

– Senhor... tudo o.k., senhor, o senhor vai ficar bom, não se preocupe... – disse Harry em pânico

Lucida olhou em volta, desesperada, procurando ajuda, mas não havia ninguém à vista, e só conseguia pensar que, de alguma maneira, tinha de levar Dumbledore, depressa, para a ala hospitalar.

– Precisamos levar o senhor para a escola, senhor... Madame Pomfrey...

– Não – contestou Dumbledore. – É... do professor Snape que preciso... mas acho que não... posso ir muito longe no momento...

– Certo... senhor, escute... vou bater em uma porta, encontrar um lugar em que possa ficar... e então correr para buscar Madame...

– Severo – repetiu Dumbledore claramente. – Preciso do Severo...

– Muito bem, então, Snape... mas vou ter de abandonar o senhor um momento para poder... Harry ficará aqui...

Antes, porém, que Lucida pudesse fazer qualquer movimento, ela ouviu os passos de alguém correndo. Seu coração pulou: alguém vira, alguém sabia que eles precisavam de ajuda; e, ao olhar à sua volta, viu Madame Rosmerta correndo pela rua escura em sua direção, usando sandálias altas de pelúcia e um roupão bordado com dragões.

– Vi vocês aparatarem quando estava fechando as cortinas do quarto! Graças a Deus, graças a Deus, não podia imaginar o que... mas que aconteceu com o Alvo?

Ela parou de repente, ofegando, e encarou Dumbledore de olhos arregalados.

– Ele está passando mal – disse Lucida. – Madame Rosmerta, será que ele e Harry podem ficar no Três Vassouras enquanto vou até a escola buscar ajuda?

– Você não pode ir lá sozinha! Você não percebe... você não viu?

– Se a senhora me ajudar a carregá-lo enquanto Lucida vai para escola – falou Harry –, acho que podemos levá-lo para dentro...

↞ sℓyτнєriท ⵢ Harry Potter↠『3』Donde viven las historias. Descúbrelo ahora