× Fallen Angel ×

× Nicollas Wood ×

•× Izabelle ו

Olho o relógio pela milésima vez desde que todos se foram, já passam da 00h e estou cansada de ficar sentada aqui sozinha sem fazer absolutamente nada. Puxo o ar com bastante força e então decido explorar a casa. Não vou mais ficar aqui apenas por medo de encontrar Nicollas. Levanto-me, respiro fundo novamente para tomar coragem e sigo para dentro da casa.

Assim como antes, há muita gente e fumaça por todos os lados, a casa está mal iluminada e corpos dançantes por todo os lados. A luz que pisca freneticamente me causa náuseas e o cheiro é horrendo, uma mistura de suor, álcool, vomito e cigarro, tapo o nariz e continuo meu caminho até achar um rosto conhecido, preciso ir embora daqui. Sinto que morri e vim parar no inferno.

Algo alcança meu pulso e por segundos sinto-me aliviada. Sophie finalmente...

- MAS QUE PORRA FAZ AQUI? - Ah não... não... por favor não! Minha mente grita e entra em colapso enquanto eu me nego a acreditar. No entanto, sou forçada a isso quando Nicollas força-me a virar bruscamente, puxando-me pelo pulso e olhando-me incrédulo de cima a baixo.

- me solta Nicollas, não te devo satisfação - tento manter a voz firme e puxar meu braço das suas mãos, mas ele preciona-o ainda mais, tanto que chega a doer, todo meu corpo é instantaneamente tomado por medo e eu quero correr para longe dele.

- só porque está longe de casa pretende se comportar como uma vadiazinha? - ele olha-me com um sorrizinho de lado maligno, seu olhar é doentio, tento soltar-me novamente, mas ele puxa-me para o seu peito e preciona minha cintura com o braço, eu inálo sua podridão, ele fede a álcool, vômito e sexo, que nojo.

- me solta, Nicollas - tento manter o controle sobre minha voz, mas ela sai embargada, eu odeio definitivamente ser uma chorona de merda e não ter controle nem um sobre minhas emoções

- Não quer se comportar como uma vadia? Vou te tratar como uma - diz aproximando seu rosto do meu, eu sinto repulsa e tento afastá-lo inutilmente.

Nicollas põe uma das mãos na minha nuca, forçando-me a beijá-lo e eu entro em desespero, me rebato para me soltar dele. Me balanço freneticamente pelo que parece horas. Num ato impensável dou-lhe um chute com o joelho. Ele solta-me e segura seu "amiguinho" asqueroso, seu rosto fica vermelho pela possível dor que está sentindo e eu corro.

- SUA PUTA DESGRAÇADA!!! - ouço-o gritar ao subir as subir as escadas desesperadamente.

Não paro de correr até alcançar o topo, há apenas um grande corredor. Lembro-me das orientações de Allex quando perguntei onde ficava o banheiro e vou para lá.

"No final do corredor, à esquerda da última porta" foi o que ele disse. Quando enfim chego, giro a maçaneta várias vezes, mas a porta está trancada, dou socos e chutes, mas ela não abre, está travada por dentro.

- SOCORRO! ABRA POR FAVOR - choro e grito desesperada

Nicollas então surge no início do corredor e num ato de insanidade, causado pelo terror ao vê-lo ali, corro até a última porta e imploro para que esteja aberta.
Giro a maçaneta e a porta se abre, entro e tranco-a por dentro. Sento-me no chão e encosto-me à porta caso a tranca não seja o suficiente. Nicollas gritar, dá chutes e socos na porta, levo as mãos à cabeça e sinto minhas lágrimas molharem meu rosto, não vejo fim nelas.

Isto é culpa minha, tudo culpa minha! Por que eu decidi aceitar viver essa merda? Por que eu simplesmente não iguinorei a carta de aceitação nessa faculdade de merda? Por que eu aceitei vir para essa droga de festa? Por que eu sai daquele maldito banco?