× Eu (não) me importo ×

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× Allex Allen ×

Eu não sei o porquê de isso me incomodar tanto, porra eu nunca tinha sentido culpa por nada antes, quem dirá por foder alguém! Quer dizer, como eu poderia imaginar que Izabelle se incomodaria com isso e por que diabos eu me importo com o fato de ela se importar?

Merda, droga, porra, que diabos! Que mulher! Nem uma delas nunca reclamou antes... Quer dizer, algumas reclamavam sim, mas nunca me importei o suficiente para ouvir o que elas diziam e sempre esquecia um segundo depois de ouvir, algumas me odeiam por isso, nunca liguei, eu já havia conseguido o maldito prazer que eu precisava no momento e era o que importava para mim. Quem liga para birras de mulheres descobrindo que não são tão importantes assim? Eu não, não até agora...

Agora estou aqui, parado na rua ainda sem intender o que inferno acabou de acontecer e no meio de tudo, o que mais fode minha cabeça é a maldita pergunta: Por que caralho isso me afeta? Por que eu estou sentindo essa sensação desagradável de empatia? Eu detesto me sentir culpado por algo, não que eu me esforçasse realmente para não sentir, nunca precisei de tanto, eu nunca sentia remorso ou culpa por algo, até essa maldita garota chegar. Ultimamente é o que mais sinto quando ela está envolvida.

— Allex — a voz de Breeanna corta o ar invadindo minha mente. Mas que saco! Reviro os olhos e jogo a cabeça para trás, nem lembrava mais da existência dela — por que você saiu correndo assim? Fiquei preocupada —  ela gesticula com os braços no ar parando bem à minha frente. Ah me deixa em paz, mulher! Detesto essa coisa que as mulheres fazem, por que elas não podem simplesmente se manter no seu lugar? Por que elas têm a constante necessidade de tentar cuidar e investigar as pessoas? Tem a ver com algo materno ou algo assim?

— achei que poderia ter esquecido uma coisa com Izabelle — minto, quem é ela para pedir satisfações?

— com Izabelle? — ela levanta as sobrancelhas e cruza os braços repousando-os abaixo dos fartos seios, incrédula.

— é, e não é da sua conta — digo de forma ríspida, cansei de melações — vou embora — informo-lhe dando-lhe as costas.

— não vai me levar em casa? — pergunta enquanto anda atrás de mim, como uma criança chata e mimada. Eu me controlo para não ser ainda mais grosso, as vezes é inevitável, elas forçam.

— pega um táxi — a ouço parar e bater com o pé no chão, provavelmente ofendida e querendo chamar minha atenção, quem liga?

— Qual é, Allex? Primeiro você geme o nome dela enquanto me fodia e agora isto? Tá virando cadelinha? — Ela pergunta de forma ácida para me provocar.

— Vai se foder, Breeanna — Cuspo e atravesso a rua, sem me render as suas tentativas de me fazer mudar de ideia. Ela ainda grita algo, mas eu finjo não ouvir, estou com coisas de mais na mente para dar mais atenção que já dei à ela.

Entro no meu carro e ascendo um cigarro antes de ligá-lo. Odeio me sentir assim, como se não tivesse controle sobre a merda de uma situação. A voz de Izabelle soa como um eco, os olhos dela me perseguem como uma sombra e me assombram, não me deixam em paz. Eu não tive culpa.

Depois do que fiz ontem com ela senti algo estranho, uma sensação horrível de felicidade misturada com ansiedade, meia carteira de cigarro e uma carreira de snow não foi suficiente para ela me deixar em paz, não importava o que fazia, Izabelle suspirando e gemendo meu nome, depois aquela voz fraca perguntando o que era a sensação que havia sentido ecoavam pela minha mente, eu tinha que fazer algo. O cheiro sufocante do seu perfume ficou entranhado nas minhas roupas e da sua boceta nos meus dedos. Eu parecia um doente cheirando para voltar a memória de tê-los enfiado nela.

× Fallen Angel ×Onde as histórias ganham vida. Descobre agora