cap. 17 🌆

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Maratona 3/10

P.O.V Day

o caminho até o aeroporto foi completamente silencioso entre eu e Carol, mas tenho certeza que ela tava me entendendo, porque sempre fazia algum carinho na minha mão ou me olhava apreensiva com o que eu tava sentindo.

estávamos há dois meses em Portugal, super felizes, e do nada eu recebo a notícia que meu avô está morrendo, enquanto eu provavelmente não poderia me despedir dele.

<···>

passei o dia todo sem ir ao hospital, queria estar preparada pra ver meu vô lá, e eu não estava nem um pouco durante o dia.

- tem certeza que quer que eu vá pra casa? - Carol perguntou novamente, e eu concordei com a cabeça.

- eu vou ficar bem. só preciso falar com ele.

pelo que eu soube, pelo médico, assim que cheguei no hospital, é que meu avô não teria muito tempo de vida. era alguma doença que eu não prestei atenção, mas que estava matando ele e eles ainda não tinham uma noção de quanto tempo ele ficaria vivo.

- se você precisar de qualquer coisa, me liga. por favor, baby. - Carol me abraçou, e eu deixei com que aquilo me acalmasse um pouco. fechei os olhos, sentindo o cheiro de Carol e a paz que seu abraço me passava.

- eu te amo, obrigada. - disse, deixando um selinho em seus lábios, sem me importar que estávamos na recepção do hospital.

logo, minha mãe apareceu, abraçando nós duas.

- que bom que vocês vieram. - suspirou, só de olhar já sabia que ela devia estar ali há algum tempo, julgando pelas olheiras e sua aparência cansada. - não sei como ainda estamos aguentando lidar com tudo isso.

- eu imagino. - Carol falou e me olhou. - eu te amo, se cuida baby.

ela me abraçou novamente e depois se despediu da minha mãe, saindo dali. eu estava sem reação nenhuma, seria facilmente confundida com uma planta. estava abalada demais com todas aquelas informações de uma vez, e minha mãe apenas me olhava.

- vamos? tenho certeza que ele vai ficar feliz em te ver.

afirmei com a cabeça e minha mãe entrelaçou seu braço ao meu, me guiando até o quarto onde meu avô estava.

- ele... - tentei falar, mas a voz morreu em minha garganta.

- vou deixar você ficar sozinha com ele, ok?

- pode ir pra casa, mãe. eu durmo aqui hoje. - juntei todas as forças que tinha apenas pra falar aquelas palavras. - você merece descansar.

minha mãe não hesitou em aceitar, deixou um beijo sob minha testa e mandou eu ligar caso precisasse de algo.

adentrei o quarto onde ele estava, com calma, vendo ele entretido com alguma coisa na janela, um sorriso fraco nasceu em meus lábios quando vi ele se virar para mim e sorrir ao notar minha presença.

- estava esperando por você, minha querida. - ele sorriu, me chamando pra perto, e assim fiz. me sentei na cadeira ao lado de sua cama. - oh, não. não me olhe com esses olhinhos tristes, querida.

&quot;F.R.I.E.N.D.S&quot; - Dayrol Onde histórias criam vida. Descubra agora