"F.R.I.E.N.D.S" - Dayrol

cap. 19 🌆

Maratona 5/10

P.O.V Carol

uma semana já havia se passado desde que aconteceu o enterro do avô de Day, ela lidou bem com isso, mas teve umas duas crises de choro ao comentar sobre ele. é totalmente compreensível, além de estar recente, Day era muito próxima do avô dela. falar desse assunto deixaria qualquer um sensível.

mas enfim, hoje é o nosso último dia aqui, vamos voltar pra Portugal amanhã e Day disse que tinha que resolver algumas coisas pendentes aqui. enquanto eu, mudei de ideia sobre o meu livro e recomecei. na verdade, eu queria que fosse algo mais autêntico, que também fale sobre eu e Day, mas diferente de uma história.

o que mais me deixava boba, era que Day desde o dia que eu entreguei o colar ela não tirou por um instante. é confuso ver que uma pessoa que sempre foi tão sua amiga, agora é nada menos que a sua namorada. mas é um confuso bom. o engraçado, é que Day não era nada do tipo que usa esse tipo de colar, mas ainda assim ela usa e fica sorrindo sempre que eu comento sobre.

me sentei sob a mesa da minha antiga escrivaninha e abri o notebook, colocando no meu projeto para escrever mais um pouco enquanto estava sozinha.

"os olhos profundos, carrega consigo a imensidão do oceano
poderia jurar que o mar agora é castanho,
tão escuro que poderia afogar até mesmo os peixes
profundo
e eu me afogo
afogo e não me canso
afogo um pouco mais

um vício
encará-los e tentar, em vão, descobrir seus mistérios
posso afirmar, sou viciada
e o vício não sairia de mim nem que me tratassem
milhares e milhares de vezes

as ondas do seu oceano...
sua brisa me refresca
ao mesmo tempo que me faz sentir
como se estivesse em pleno verão carioca

não me canso de olhá-los."

escrevi tudo, com um sorriso em meu rosto enquanto tentava, em vão, procurar as palavras que pudessem fazer algum sentido.

- olha só, se não é a minha escritora favorita, escrevendo algo. - ouvi a voz de Day atrás de mim e me virei vendo a mesma parada na porta, com um sorriso em seu rosto. - vem cá, quero te levar num lugar.

- agora?

- sim, senhorita.

neguei com a cabeça, rindo baixinho e pude escutar sua risada enquanto desligava o notebook. me levantei e antes de ir até a mesma encarei meu reflexo no pequeno espelho que havia no quarto, estava apresentável pra qualquer que fosse o lugar, então caminhei até a morena, segurando sua mão e entrelaçando nossos dedos.

- você não se cansa de ser linda não? - perguntou enquanto caminhávamos pra fora de casa e dei uma risada, negando com a cabeça.

senti quando Day me roubou um selinho, antes de abrir a porta, saindo junto comigo de casa.

<···>

depois de alguns longos minutos caminhando, chegamos onde Day havia me levado, eu não tinha a mínima ideia de onde a gente tava, mas a vista era linda.

- baby, essa vista é maravilhosa. - disse, observando a vista que dava pra ver boa parte da cidade.

- essa nem é a melhor parte. - ela disse, me fazendo virar pra ela e arquear uma sombrancelha vendo seu sorriso divertido em lábios.

Deus do céu, como que podia uma pessoa ser tão linda?? custava ter algum defeito pra foder menos com o meu psicológico sempre que eu encaro ela? custava dar menos vontade de beijar ela?

pareceu até que Day havia lido meus pensamentos quando nossos lábios se colidiram, em um beijo calmo. soltei sua mão apenas para abraçar sua cintura, enquanto Day envolveu seus braços sob meus ombros. nossas línguas se embolavam, e sempre que se colidiam me causava um arrepio com o choque entre elas.

ao encerrar o beijo, Day deixou alguns selinhos em meus lábios antes de se afastar um pouco e me olhar com um sorriso, que também era presente nos meus lábios.

- prometo que você vai gostar, ruivinha. - Day disse, deixando outro selinho em meus lábios. - só me espera um tempinho aqui.

balancei minha cabeça em afirmação e a vi se virar e caminhar rápido seja lá pra onde ela tava indo.

P.O.V Day.

como era nosso último dia no Brasil, inventei uma desculpa de que precisava resolver algumas coisas e preparei uma noite pra mim e Carol no melhor lugar, bom, em termos. era bem simples, mas continuava sendo o melhor lugar.

era um ponto mais alto da cidade, completamente verde, uns dos poucos lugares assim. havia pedido ajuda pra Vitão, pra que pudesse passar a noite com Carol ali, pedi pra que ele conseguisse arrumar o trailer que meu pai tinha quando ainda era criança e levasse ele pra lá. era um pouco velho, mas meu pai sempre cuidou bem então não foi tão difícil pra que algum mecânico desse um jeito.

- obrigada maninho, de verdade. - disse, sorrindo enquanto observava que ele havia arrumado tudo dentro do trailer.

- por nada, maninha. - me encarou por um tempo, de braços cruzados e um sorriso no rosto. - quem diria em?

- pois é. - soltei uma risada nasal. - mas a gente tá aqui né.

- enfim, eu tô indo. curte o dia, depois me conta. - saímos do trailer e me despedi dele.

já tava tudo certo, o trailer tava posicionado com que a janela ficasse virada para a Lua que logo apareceria quando estivesse anoitecendo, e havia preparado algumas comidas pra passarmos a noite lá. longe de qualquer coisa, só nós duas.

P. O. V Carol.

demorou um pouco até que Day voltou e me abraçou por trás, me fazendo tomar um leve susto mas ao perceber que era ela me virei.

- e aí?

- e aí que agora eu quero que você feche esses lindos olhinhos e eu vou te guiar. - Day disse e eu neguei com a cabeça, rindo baixinho daquele mistério todo.

assim como ela pediu, fechei os olhos.

- pronto, fechei. - disse, ouvindo ela rir baixinho.

- quantos dedos tem aqui? - perguntou e eu ri, suspirando.

- sério? eu tô de olhos fechados.

- vamos mocinha, quantos dedos tem aqui?

- sei lá, três?

- nossa, eu pensei em três. - Day disse rindo e eu neguei com a cabeça. - tá, não tinha nenhum. vamos.

- nunca entendi isso de perguntar quantos dedos tem pra saber se você tá de olho aberto, porque se você tivesse espiando, também não ia dizer quantos tinham. - disse enquanto caminhávamos.

- nunca pensei nisso. - riu, me fazendo rir também, percebendo que paramos de andar. - pronto, pode abrir.