10. VELOZES E FURIOSOS

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"Boa tarde", caminho até vovó, sentada em uma das poltronas da sala de estar de nossa casa enquanto lê uma revista, e deposito um beijo em sua bochecha

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"Boa tarde", caminho até vovó, sentada em uma das poltronas da sala de estar de nossa casa enquanto lê uma revista, e deposito um beijo em sua bochecha. A manchete na capa da revista diz: Bram King em maus lençóis: herdeiro bilionário da Fármacos King é detido após jovem morrer de overdose em uma de suas festas.

"Boa tarde, querida", ela me responde, sorrindo. "Você se sente melhor depois de descansar da viagem?".

Assinto, logo depois ocupando um lugar no sofá de frente para ela.

"Não estou mais enjoada", garanto.

Passar horas em uma viagem de carro com os meus primos foi divertida até a parte em que comecei a querer vomitar. Longas distâncias sempre me deixaram nauseada, mas o combo de uma longa distância e a insanidade de Cassiopeia ao volante conseguiu um efeito quase catastrófico.

"Que bom", vovó diz. "Sua prima ligou e disse que vem às cinco para levá-la à madame Katrina. Cassiopeia quer que você também se arrume por lá. Tudo bem para você?".

Sei no que ela está pensando. Está tudo bem para mim se as pessoas que trabalham lá virem as manchas e relevos na minha pele? A resposta é não, mas vovó me olha com tanta ansiedade que me obrigo a assentir. Digo a mim mesma que posso dar um jeito de ficar sozinha na troca de roupas.

"São quase três", observo, vendo as horas no meu celular após pegá-lo no bolso da camisa do meu pijama. "Vou subir de novo e tomar um banho. Pode pedir para me levarem algo para comer lá em cima, daqui uma hora?".

"Claro, querida".

Levanto-me de meu lugar no sofá e volto a seguir pelo labirinto de corredores até a ala dos quartos. Pelo fato de nossa casa ser uma tentativa moderna de um modelo antigo, sendo uma das poucas construções mantidas desde o período de pré-colonização, ela acaba sendo enorme e cobrindo bastante terreno. Por um lado, isso significa muito espaço. Por outro, qualquer um se perderia fácil dentro dela.

No corredor do meu quarto, outras três portas de correr se destacam, mas elas dificilmente são abertas. Desde que passaram a morar em Dominique, Caellum e Cassiopeia passam mais tempo no palácio e Cepheus em colégios. Eles quase sempre perambulam por aqui, mas como visitas. Nenhum deles parece muito propenso à ideia de viver nessa casa e acho que é pela lembrança do tio Jun.

Pensando que às vezes também gostaria de ter outro lugar para onde ir, empurro a porta do meu quarto e entro. Ele é o maior dentre os localizados nesse corredor, já que sou a única a, de fato, viver aqui. Há uma cama de dossel com uma colcha roxa e seis travesseiros no centro do cômodo, janelas encortinadas de um lado, portas de um closet do outro, uma penteadeira com espelho em oposição à cama e uma porta solitária que dá para o banheiro bem ao lado.

Caminho até as portas duplas do closet e as abro, apertando o interruptor para acender as luzes. Depois, caminho dentro dele à procura do que vestir para sair com Cassie, mas logo chego à conclusão de que não existem muitas opções diferentes em se tratando de alguém que sempre tenta se cobrir ao máximo.

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora