13. ENCRENCA

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Tenho quase certeza de que estou presenciando em primeira mão um momento que ficará gravado na História de Orion e fará com que alunos do ensino médio percam o sono para estudar e serem avaliados a respeito, mas enquanto os Greenhunter e os Feng, ...

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Tenho quase certeza de que estou presenciando em primeira mão um momento que ficará gravado na História de Orion e fará com que alunos do ensino médio percam o sono para estudar e serem avaliados a respeito, mas enquanto os Greenhunter e os Feng, famílias inimigas há séculos, dividem uma mesa de jantar pela primeira vez em muito tempo, tudo o que consigo fazer é encarar o meu prato intocado e divagar sobre como saí dos braços de Henry e vim parar aqui.

Sinto-me como uma prisioneira em fuga que foi pega pela carcereira e voltou para a prisão, sendo a carcereira a minha própria avó. Como eu previa, ela sentiu minha falta quando sumi do salão e então saiu me procurando pelo palácio com Cepheus. Depois de realizarem alguns interrogatórios com os funcionários, ambos acabaram me encontrando no coreto justo quando tudo parecia ter se resolvido entre Henry e eu.

Vovó ficou furiosa com o que viu. Eu nunca a havia visto perder as estribeiras dessa maneira e gritar coisas tão horríveis para mim e Henry. Cepheus até tentou ajudar, mas não conseguiu fazer muito. Nada impediu Feng Yan An de praticamente me arrastar do jardim para cá, impedindo-me de tentar explicar o que acontecia. Foi humilhante. Pior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

Depois de me trazer de volta para o salão enquanto xingava Henry pelo trajeto inteiro e ameaçava contar tudo para vovô e espalhar ainda mais o caos, chegando até mesmo a me comparar com a Xin Yu, vovó só parou de me torturar quando Cassie apareceu e interviu.

Minha prima disse que cuidaria de mim enquanto vovó esfriava a cabeça e então me levou a um lavabo. Assim que Cassie fechou a porta e me perguntou o que aconteceu, eu desabei. Contei a ela sobre Henry e então pedi que ela me ajudasse a vê-lo para tentar explicar tudo, mas Cassiopeia me impediu e disse que eu estava transtornada demais e que fazer isso só pioraria as coisas com a vovó.

Não sei quanto tempo ficamos no lavabo, mas quando saímos todos os convidados haviam seguido para a mesa em que o jantar fora servido e então Cassie e eu entramos no salão enquanto Timotheo IV discursava sobre a importância do evento e ocupamos cadeiras próximas a Yan An, que ela havia guardado.

Não olhei para ninguém até agora. Tenho certeza de que todos devem saber que algo aconteceu, porque o meu comportamento é uma denúncia e tanto, mas ninguém faz perguntas, o que é um alívio. Estão todos concentrados em negócios e mais negócios. Ou pelo menos é isso o que eu acho até sentir uma leve batida em meu pé debaixo da mesa. Quando ergo a cabeça, encontro Cepheus com cara de culpado.

"Sinto muito", seus lábios formam sem emitir som algum.

Eu não o respondo. Não é como se ele tivesse culpa. Não falei sobre Henry para ninguém e não passou pela minha cabeça que vovó pudesse ser tão hostil se descobrisse a respeito da relação entre ele e eu.

"Você se tornou rei muito jovem, majestade. É realmente admirável que tenha conseguido lidar com um país quando a sua vida estava em completo caos. Muitos reis perderam o trono por bem menos", ouço Patrick Maximoff comentar durante a conversa que ocorre entre os representantes do país e meus avós. "A morte do seu pai foi um choque, mas a morte da rainha Elisa tão pouco tempo depois e o nascimento prematuro do príncipe Timotheo...", ele deixa a questão no ar, como se ela falasse por si só.

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Where stories live. Discover now