12. PASSEIO AO LUAR

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De alguma forma, Henry e eu encontramos uma saída após perambularmos pelo palácio

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De alguma forma, Henry e eu encontramos uma saída após perambularmos pelo palácio. No caminho, pedimos ajuda a alguns funcionários aturdidos que encontramos e acabamos na cozinha caótica da residência. Depois disso, ar fresco. E frio. O jardim imenso do palácio se abre para nós e perambulamos por ainda alguns metros antes de entrarmos no labirinto citado pelo príncipe Timotheo.

À essa altura, por causa da andança, meus pés equilibrados em saltos altos estão me matando, mas finjo estar tudo sob controle enquanto ouço Henry me contar o motivo do atraso nada sutil dos Durkheim para o jantar.

"Eu sinto muito", é tudo o que consigo formular após sua narrativa de como a mãe apareceu no prédio do pai de surpresa e causou a maior confusão, gerando uma discussão entre ela, lorde Durkheim, lady Sara e Tobias. "De verdade, Henry".

"Está tudo bem agora", o que ele diz não concorda com o modo como ele está, um tanto distante e sério agora que ficamos sozinho. "A minha mãe o meu pai foram longe demais, em todos os sentidos possíveis. A Sara não merecia passar por algo assim depois de tudo", noto quando ele cerra os punhos, frustrado. "Por sorte, meu pai conseguiu fazer com que a coisa toda ficasse entre nós e não vasasse para a mídia. Assim que eu convenci a minha mãe de voltar para o hotel, viemos para o palácio em carros separados. Lady Sara com os filhos. Meu pai e eu. Um pesadelo".

É quase um milagre que eu não tropece enquanto andamos, pois me pego observando muito mais a Henry que o caminho que nós dois seguimos. Hoje ele está vestindo um terno elegante, cinza, com o blazer aberto. Por dentro dele, uma camisa branca, porém sem colete ou gravata. O tipo de roupa que faria vovó desmaiar de tão inapropriada, mas o pensamento que me toma é que um smoking é que parece ser inadequado em se tratando de Henry, e isso me faz sorrir.

"De qualquer forma, agora todos estão no salão fingindo que nada aconteceu, mas eu não pude manter a pose por muito tempo. Ficar perto de Sara estava me dando vergonha demais para suportar, então resolvi procurar por você. Foi quando eu te encontrei com o príncipe", volto a ouvir Henry tagarelar e o vejo virar o rosto para me observar também.

Aos poucos, um sorriso se abre em seu rosto belamente moldado pelo cabelo comprido, que cai em cachos nas orelhas. Os fios são grandes o suficiente para estarem na altura do pescoço e meus dedos formigam para tocá-los, mas sei que não posso. Por isso, acabo virando o rosto e impondo certa distância.

"Vai se ofender se eu te disser que acho o seu pai o pior tipo de homem do mundo?".

"Por que eu me ofenderia com a verdade? Ele traiu a esposa e também enganou a amante, que, por sinal, é a minha mãe".

"A questão da mentira e o modo como ele age de maneira indiferente é o que me faz pensar isso, não exatamente a traição", pego-me explicando. "Não consigo condenar o seu pai por tudo".

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Where stories live. Discover now