21. LORDE HENRY, DA CASA DURKHEIM

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O resto da semana é marcado pela rotina de sempre: aulas, estudos extracurriculares, conversas com Joe e refeições com o pessoal

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O resto da semana é marcado pela rotina de sempre: aulas, estudos extracurriculares, conversas com Joe e refeições com o pessoal. Nesses dias, os desvios que ocorrem do usual ficam por conta de uma discussão com Carrie ao telefone (pelo motivo de sempre: dinheiro), um aviso do meu pai de que minha presença em sua casa é requisitada no sábado e encontros furtivos com Amelia na ponte do lago.

Como nós dois já esperávamos, manter segredo sobre nossa relação está se saindo uma tarefa complicada. Muitas vezes eu me pego bisbilhotando Mia durante as refeições e lhe lançando olhares e sorrisos repletos de significado, o que a faz me "repreender" depois. Como agora, quando a encontro em nosso cantinho e ela arqueia a sobrancelha para mim.

"Você é um péssimo ator, sabia?".

"Você anda me falando muito isso ultimamente", estando ciente de como evitar levar uma bronca, pego Mia desprevenida e a prendo em um abraço. Ela tenta se soltar no início, mas depois cede e só me olha de cara feia. "Pode não me repreender dessa vez? Eu juro que estou tentando", faço minha melhor cara de cachorrinho abandonado na chuva, a qual sei que convence qualquer um com o mínimo de coração. "Mas acontece que o refeitório é o único outro lugar em que posso te ver. Eu tento focar em outras coisas, mas é só me distrair um pouquinho e, quando dou por mim, estou te observando. É como se você fosse o Norte para o qual a agulha da minha bússola sempre aponta".

Por um momento, Amelia me olha como se não pudesse acreditar em tamanha idiotice, mas, no momento seguinte, ela balança a cabeça em negação e ri.

"Só te perdoo porque vamos ficar o final de semana inteiro sem nos ver", ela diz, em tom de aviso.

"Obrigado por sua benevolência, Princesa de gelo", rebato, ensaiando uma mesura.

Ela revira os olhos, sua marca quase registrada. Depois, me dá um beijinho no canto da boca, o que é claramente uma provocação para que eu a beije de verdade. Isso é algo que nós dois estamos ficando bastante experientes com a prática, aliás.

"É uma droga que precise ir para Minerva", Amelia fala, tão logo quebramos o beijo.

"Eu concordo plenamente, apesar de um lado meu confessar que estou ansioso para saber como é o lugar sob a tutela dos Durkheim. É algo do qual tive curiosidade desde o momento em que descobri minhas raízes verdadeiras".

"Minerva é um condado bonito. Tem vários afluentes que desaguam no mar do Sul e paisagens montanhosas. Você vai gostar. Emmaline, a capital, é repleta de lugares interessantes para se conhecer. Tem a praia mais bonita do país".

"Seria perfeito se você fosse comigo. Poderíamos ter um primeiro encontro", as palavras me escapam antes que eu pense muito a respeito de como elas serão recebidas, o que me faz xingar a mim mesmo em pensamento quando a expressão de Amelia muda de divertimento para culpa. "Ei...".

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora