18. PERDA

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Agora consigo entender muito bem a razão de Cepheus ter se apaixonado tão intensamente por Ren, a ponto de me abandonar para segui-lo: mais insistente do que o meu primo, só o namorado dele

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Agora consigo entender muito bem a razão de Cepheus ter se apaixonado tão intensamente por Ren, a ponto de me abandonar para segui-lo: mais insistente do que o meu primo, só o namorado dele.

Meu plano para o final de semana consistia em ficar a maior parte do tempo no meu quarto, aproveitando o benefício de um celular para ouvir bastante música e assistir um episódio ou outro de alguma série criminal sangrenta e me fazer de doida sobre Henry. Porém, eu mal pude começar a colocar o plano em prática, porque Cepheus me ligou bastante cedo e eu nem ao menos consegui xingá-lo em pensamento por me acordar quando era a primeira vez em semanas que nós nos falávamos:

"Miaaaaaa", ele choramingou do outro lado da linha assim que atendi. "A Cassie disse que você recebeu o celular ontem, então por que não me ligou, hein? Eu sou menos que nada para você? Ainda está brava por eu ter ajudado SEM QUERER a vovó a te achar com o seu namorado secreto naquele jantar dos Greenhunter?".

"É claro que não, Ceph", eu jamais o culparia por isso. "Só estive um pouco ocupada ontem", chorando até cair no sono, feito uma idiota.

"Não soou muito convincente. Você tem certeza?", ele parecia receoso de verdade, então me esforcei para não revirar os olhos com seu drama.

"Sim, eu tenho", com um bocejo, cocei os olhos e me espreguicei em seguida. "O que importa aqui é: por que você me ligou tão cedo?", fiz a pergunta premiada ao conferir o relógio digital na minha escrivaninha, notando que era pouco mais de seis da matina de um sábado. Era bom que Cepheus tivesse um ótimo motivo.

"Duas coisas", ele disse. "Quero saber se já falou com o digníssimo lorde Henry e resolveu tudo entre vocês e...".

"Não quero falar sobre o Henry", sem pensar muito a respeito, eu o interrompi. Só de ouvir e falar o nome dele, eu já sentia um nó se apossando da minha garganta.

"Ah, não. Vocês brigaram?".

"Tecnicamente", se considerarmos a última vez com que nos falamos, já que eu não tive coragem de abordá-lo de novo e tentar resolver isso depois de descobrir que ele terá um encontro justo com a Beatrice... Sim, nós brigamos. "Ele já até marcou um encontro com outra garota".

"Que babaca. Sinto muito, Mia".

"Está tudo bem", juntei todas as minhas habilidades de atuação para falar essa única frase e ainda assim...

"Tudo bem para alguém que não é você. Agora que eu presto atenção, a sua voz está fanha e esse é um grande indicativo de que andou chorando", Cepheus me censurou. "O que planeja fazer hoje, sozinha aí? Comer besteira e ver aquelas séries bizarras de crimes nojentos?".

"É claro que não", eu pigarrei, de repente tendo bastante noção de que o plano era um tanto bobo.

"Sei", obviamente, Cepheus não acreditou nem um pouco em mim. "Então se está me dizendo que não planejou nada deprimente para hoje, o que pretende fazer no fim do mundo que é Northenrose? Você ao menos recuperou a permissão de sair do campus da Alewood?".

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Where stories live. Discover now