11. JANTAR

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Olho-me nos espelhos de corpo inteiro que cobrem cada canto das paredes, incerta sobre como me sinto

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Olho-me nos espelhos de corpo inteiro que cobrem cada canto das paredes, incerta sobre como me sinto. A garota que me encara de volta tem olhos azul-esverdeados, que são opacos, e cabelo louro que cai em cachos até a cintura, presos de modo elaborado por uma tiara prateada no topo da cabeça. Seu rosto é pálido e fino, mas foi iluminado pela maquiagem bem-feita. Além disso, ela usa um vestido longo, prateado e com flores da mesma cor bordadas no tecido. A parte de cima dele cobre todo o torso, ombros e braços. A de baixo é uma saia que vai se abrindo aos poucos, tornando-se maior até os pés, que calçam uma sandália prateada, de saltos mais altos do que ela está acostumada.

"Pronta, Mia?", a voz de Cassiopeia soa hesitante do lado de fora do provador, fazendo-me lembrar que a vida não parou para que eu ficasse me contemplando no espelho e que há pessoas me aguardando lá fora para um evento.

"Só um minuto", é o que respondo, porém não saio do lugar. Eu havia sido convicta quando disse que não existia a menor possibilidade de um vestido fazer tanta diferença sobre como me sinto, mas quanto mais me olho... "Eu me sinto bonita", murmuro, o que torna o pensamento mais real.

As únicas cicatrizes visíveis agora são as das mãos, mas elas parecem mínimas e logo serão escondidas por luvas também. Sem tê-las sob a vista, eu quase posso fingir que não existem e olhar para mim mesma com carinho e atenção. Não sou um colírio para os olhos como Cassie, mas também tenho certo charme. Decido que gosto do meu nariz e da maneira como ele se franze quando eu sorrio. E também do formato das minhas sobrancelhas.

"Amelia Feng!", a voz de Cassiopeia me desperta outra vez.

"Já estou indo!".

Obrigo-me a parar de perder tempo. Desvio o olhar do meu reflexo e levanto um pouco a barra da saia para caminhar até a porta, a qual abro.

"Finalmente!", no corredor, sou saudada pela imagem avassaladora de Cassiopeia Feng.

O vestido dela é bem mais simples que o meu: totalmente preto, com corte reto, mangas ombro a ombro e uma fenda curta em um dos lados da saia, que vai até um de seus joelhos. Por outro lado, as joias que Cassie usa ganham destaque e os saltos a deixam tão alta que chega a ser intimidante. Enquanto a analiso sem vergonha alguma, noto um detalhe:

"Você tirou o colar. Por quê?".

"Era simples demais", ela dá de ombros, fingindo desinteresse, pois logo trata de mudar de assunto e deixa bem óbvio que não foi por isso: "você está pronta agora? Não quer mais mudar nada? Parando para analisar, o outro vestido sugerido pela Lizzie era mais bonito mesmo...".

"Ele era revelador demais", rebato, mas, no fundo, concordo que era mais bonito. Em outra vida, sem um corpo tão feio, talvez eu o usasse.

"Mia...".

"As outras meninas já estão prontas também?", a interrompo, sabendo o que ela dirá e não querendo ter esse tipo de conversa agora.

Cassie assente.

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Where stories live. Discover now