O Amor é uma "Droga"

Capítulo 6

Ashley Marshall

Depois de ter sido flagrada por Sophia, resolvi fugir um pouco daquele barulho. Havia uma sacada com uma vista legal, decidi ficar ali, até que olhei por cima do meu ombro esquerdo e notei alguém me observando na porta de entrada...

— Algum problema? — Perguntei ao rapaz misterioso em um tom de irritação

— Nenhum. — Obtive uma resposta imediata, mas o que eu realmente queria saber era seu nome.

Eu fiquei totalmente imóvel, olhei diretamente para todos dançando atrás dele, enquanto ele me encarava. Depois de passar horas encostada na sacada, resolvi entrar e procurar as meninas, mas ele se pois na minha frente e logo em seguida fechou a porta atrás de nós.

— O que está fazendo? — Perguntei me aproximando mais dele, e logo em seguida notei que Sophia estava aos beijos com Joey, realmente aquilo foi uma surpresa para mim.

— A gente não vai conseguir conversar com esse barulho. — Ele falou segurando meus ombros e me tirando completamente do transe.

— O que você quer? — Dei um leve suspiro e tentei encara-lo.

— Eu sou o Emmett, e eu moro aqui sozinho. — Ele deu de ombros e passou para a beira da sacada.

Depois de ouvir "moro sozinho", me perguntei se ele teria percebido as minhas espionagens...

— Sério? — Respondi friamente, pois eu não estava nem um pouco interessada em manter aquela conversa sem sentido.

Assim que me virei de costas para ele, tentei abrir a porta, mas a trava tinha uma senha e obvio que ele não iria abrir, pois sua intenção era me manter ali...

— Porque a pressa? — Ele se direcionou para um dos sofás perto da sacada e fez um leve sinal com a mão. — Senta aqui, por favor!

Eu não tive outra escolha a não ser me sentar ao seu lado, apesar do meu incomodo, Emmett parecia bem tranquilo e não se importou de passar aquelas últimas horas da festa comigo na sacada.

— Mora sozinho mesmo? — Perguntei apenas para não passar mais horas em silêncio, apenas olhando para o nada.

— Sim! — Ele deu um leve suspiro e continuo. — Meus pais moram em Londres.

Assim que ouvi sua confissão, percebi uma leve tristeza em seus olhos e logo me perguntei o que seria.

Depois de alguns minutos, um dos meninos bateu levemente a porta e isso me causou um alivio, pois não aguentava mais ficar ali...

— O que houve? — Emmett seguiu em frente até a porta principal tentando passar pelas pessoas que ainda se encontravam dançando e alguns estavam completamente bêbados.

Onde elas estão?

Me perguntei já com o coração acelerado e todas aquelas pessoas se esbarrando, mal dava para ver as coisas até que o barulho parou e eu olhei diretamente para a porta e vi dois policiais conversando com Emmett e um dos meninos.

Depois de todos saírem do apartamento, notei que as meninas já haviam saído e para minha surpresa, me deixaram lá.

— Suas amigas se foram! — Emmett sussurrou em meus ouvidos assim que eu me direcionei para a porta.

— O que estava acontecendo aqui? — Perguntei apontando para a porta principal.

— Eram policiais. — Ele respondeu tranquilamente abrindo um dos armários.

— E você acha isso normal? — Perguntei em um tom de ironia, pois eu ainda não tinha me dado conta de que minhas amigas haviam me deixado para trás.

— Aqui é normal. — Emmett respondeu ainda sem me olhar diretamente. — Você tem onde ficar?

Depois daquela pergunta, me dei conta de que só havia nos dois ali, pois eu não estava com minha bolsa, e sinceramente foi a pior coisa que aconteceu...

— Acho que deixei minha bolsa com Júlia! — Afirmei, e tentei manter minha calma, pois eu não queria passar a noite com um desconhecido.

— Se quiser enviar um SMS. — Ele apontou para o celular dele em cima da bancada, e eu não tive outra escolha, a não ser avisar ao Tomás.

"Fiquei presa no apartamento de um amigo, você está em casa?"

Foi a única mensagem que enviei depois de me livrar totalmente do celular dele, até reparar em uma guitarra perto da porta do quarto.

— É sua? — Perguntei já com ela em minhas mãos.

— Sim, eu tocava! — Ele afirmou e para minha sorte, Tomás respondeu o SMS...

"NÃO ESTOU EM CASA"

Isso foi uma facada em meu peito, e tive que disfarçar para que ele não percebesse o meu incomodo.

Depois de tomar um chocolate quente, ele se sentou na janela da sala e observou o céu.

— Noite linda. — Ele comentou olhando diretamente nos meus olhos.

— O Tomás não está em casa. — Respondi com uma decepção na voz.

— Não vou mentir, achei ótimo! — Ele afirmou se direcionando para o quarto. — Eu só tenho uma cama.

Eu ainda não estava acreditando no que estava acontecendo, nunca havia dormido com um garoto antes...

— Sério, porque eu não estou surpresa. — Afirmei em um tom sarcástico me sentando na beira da cama e colocando alguns travesseiros entre nós.

Assim que o silêncio vagou, dei uma leve espiada para o lado e observei que ele se encontrava apenas com um short colado e quase nu. Isso me tirou o sono por alguns minutos até que então adormeci...

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Beijos e até o próximo capítulo...