Soraya
Acordei e fiquei olhando aquele quarto.
As paredes brancas e um clima pesado, não estava em total consciência.
Vi o Tuiu ali dormindo, fiquei olhando por alguns minutos, ele é um homem bem bonito e me parece ser diferente desses monstros.
Tentei puxar assunto mas foi sem sucesso, ele está bem mais fechado.
Ele saiu para chamar o médico e quando o mesmo voltou eu não entendia nada do que era dito entre eles.
Senti um vazio mais forte do que eu naquele momento.
É difícil se manter firme por tanto tempo. Ele veio até mim e passou sua mão em meu cabelo.
Tuiu: ta chorando porque ?
Soraya: eu não aguento mais tudo isso, eu preferia estar morta. - disse entre soluços.
Tuiu: para de besteira po. - me abraçou.
A muito tempo eu não sentia o calor de verdade em um abraço.
Pela primeira vez em praticamente um ano sem a minha liberdade eu senti novamente o que era conforto.
Nos olhamos e não dissemos mais nada, seus olhos passeavam analisando todos os detalhes do meu rosto.
Soraya: Tuiu, eu vou morrer... De qualquer forma uma hora eles vão me matar, me ajuda, por favor, eu te imploro.
Eu apertava ele, puxava sua camisa e ele tentava me acalmar.
Passei a ficar agitada, transtornada.
Eu não sabia o que pensar mais.
Eram mil coisas em um só minuto.
Tuiu: enfermeira. - gritou.
Eles entraram correndo, tentaram me segurar e eu continuei a me debater.
Eu sentia meu corpo dolorido, mas isso era de menos comparado a tudo que estava sentindo em meu coração.
Aplicaram algo em meu braço e eu passei a sentir meu corpo dormente, meus olhos lacrimenjando e paralizada só mantive meu olhar nele até não ver mais nada.
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Art.149
General Fiction"Perigosa é a mulher que aprende a jogar e pensa igual ao maldito homem"