Art.149

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Caroline

xxx: eu não admito tanta humilhação. - soltou a fumaça.

Caroline: olha... - tentei tocar nela.

xxx: eu não preciso da sua simpatia!

Caroline: ta bom. - me afastei.

xxx: foi muita burrice minha... - começou a chorar.

Caroline: Ana como você ia saber ? - questionei.

Ana: eu tenho uma filha... Aquela que se diz minha mãe nunca entendeu, Lisandra nunca quis me entender. - começou a olhar para todos os lados.

...

Ana: só de pensar e lembrar da voz do Rogério me da dor de barriga. Mas apesar desse inferno hoje, antes parecia real, toda aquela bondade, aquele zelo, aquela versão boa que ele me fez criar... Sonhos e mais sonhos! Me fez esquecer quem realmente ele é... Assassino, criminoso. Que ódio de mim. - disse alterada.

Caroline: um homem por mais ruim que seja nunca deixa de ter seu charme. - olhei para ela que estava aflita.

Ana: aquilo foi humilhação. - balançou a cabeça.

Caroline: eu sei.

Ana: como sabe ? - me olhou.

Caroline: quando eu era mais nova era normal minha familia se reunir, meu tio sempre me olhava mas até ai eu achava normal, era só uma criança, não via maldade até ele vir até meu quarto... E abusar de mim. Eu pedia socorro e ninguém me ouvia, ele me machucava, eu reclamava e ele dizia que era isso que ele queria mesmo, tentei contar para meu pai e ele não acreditou, ninguém acreditou! Eu fiquei como uma mentirosa e os abusos passou a ser constantes. - disse deixando as lágrimas rolarem.

Ana: desculpa... - abaixou a cabeça.

Ficamos em silêncio por um bom tempo.

Ana: não acho que isso seja diferente. Mas você acha que é possível encontrar sua dignidade de novo ?

Caroline: eu acho sim, não importa quantos homens toque em você, ninguém pode te tirar isso. - nos abraçamos.