56| A Batalha Final

12 3 1
                                    

Algo que nunca fora mencionado ao público, mas era enfatizado para todos os participantes, era que deveríamos pegar cristais especiais, nas plataformas douradas da arena, pois, caso não o fizéssemos, nossa vitória estaria anulada e nossas armas, forjadas por ferreiros da Embaixada, não funcionariam, portanto isso era obrigatório. Daria uma maior alegria ao público, se nós percorrêssemos todo espaço montado, tentando não morrer.

Seria inútil tentar usar a espada, já que sua lâmina não funcionaria, a não ser que o cristal fosse posto no espaço vazio do punho, então simplesmente a jogue no chão.

O público fez um barulho de surpresa em uníssono.

Ben vestia quase o mesmo traje que eu, porém as botas eram de metal acobreado, e ele usava uma máscara do Shiefy, um animal da mitologia pandorana, com cabeça e corpo de gato, cauda de uma raposa do outono, olhos de cristal e pelagem de raposa, também. Suas características eram a travessura, a trapaça e a mente brilhante. 

Esse ano, a arena fora disposta em elevações, suspensas por algum tipo de magnetismo ou fios invisíveis a olho nu.

Terra amarelada com areia cobria o chão. 

Círculos suspensos, sustentados por hastes, foram dispostos como uma escada. No total eram oito, formando um caracol para o céu. No último círculo, havia uma plataforma, lisa, reta, retangular e estreita, que dava em um cilindro flutuante, não muito grande, azul metálico.

Depois do cilindro, haviam cordas, suspensas de uma plataforma em cima, que pareciam cipós, e embaixo, um grande tanque de água, com mais obstáculos dentro e paredes transparente, facilitando a visualização da plateia de quem nadasse nele.

Haviam duas plataformas douradas: uma no ar, que só era acessada caso conseguíssemos passar os cipós, e outra, dentro do tanque que deveria ter uns quatro ou cinco metros de profundidade.

Ao longo do percurso, haveriam mais armas, com facas, adagas, arco e flechas, e também haveriam cordas, óculos de mergulho e talvez garrafas de água.

Ben parecia atordoado, ao disparar para as escadas da plataforma mais baixa na arena.

Fiz o mesmo.

Um, tentaria convencer Ben a arranjar uma maneira de escapar desses jogos. Tramaríamos algo, igualmente na última edição.

Dois, caso não consiga persuadi-lo, tentarei faze-lo lembrar de nossa vida, o que passamos e aonde chegamos. Tentarei lutar com Ben, enquanto ganho tempo com as palavras.

Três, por fim, caso nenhuma das opções anteriores funcionem, morrerei com ele nesta arena, onde tudo começou, e onde tudo irá acabar, para o azar da Primeira Dama. Não darei a ela o gostinho de vitória. Dois não podem ganhar dessa vez, porém, dois podem perder.

Corri para a mesma plataforma que Ben, o mais rápido que consegui. Kimmy aplicara pomadas, me dera remédios, inclusive colocara curativos em mim, contudo, meus músculos ainda doíam.

Subi a plataforma e alcancei Ben.

— Ben! Você precisa meu ouvir, é a única forma de vencermos isso, juntos, sem mortes — digo, porém ele me ignora completamente, e segue e frente.

Ele parecia mais pálido que o normal, e mais magro também.

Será que usaram o mesmo tipo de tortura nele, que usaram em mim? 

Um mar de hastes vermelhas, o topo sem depressões, estava diante de nós. Com distancias consideráveis, caso alguém distraído tentasse ir de um para o outro sem calcular a medida correta, atingiria o chão duro de areia em cheio.

Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now