13| Levantando suspeitas

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Durante a tarde, voltei para a Embaixada para treinar com Hester, seguindo o cronograma diário.

— Você precisa ter foco. De novo! — Mandou Hester, se afastando e circulando ao meu redor.

Inspirei fundo e revirei o ataque.

Estávamos treinando luta corporal. Segundo ela eu obtive pequenos avanços.

Esqueci de pensar na defesa, portanto fui golpeada na lateral da barriga.

Cambaleei para trás.

— Primeira coisa que eu te disse quando começamos — exigiu.

— Defesa — respondi, arquejando.

— Defesa é essencial, é a prioridade, antes de se quer pensar em atacar, lembre-se sempre da defesa. De novo! — instruiu ela, me puxando para o centro do tatame.

Eu estava pingando puro suor, estávamos a horas treinando sem parar.

— Preciso de tempo — falei, tendo plena consciência de que mais cinco minutos ali me fariam cair dura no chão.

— Irá pedir tempo quando estiver lutando para sobreviver? "Oh, por favor me dê um tempo para respirar, depois pode me matar como preferir!" — disse ela, afinando a voz até ficar irritante para me imitar.

Eu precisaria de todas as minhas forças para não cair no chão no primeiro soco dela.

Hester avançou, golpeou no ar graças ao meu desvio. Tive a chance de acerta-la se surpresa nas costas.

Braços retos, porém não completamente rígidos para não quebra-los. O golpe foi certeiro, ela caiu para frente.

Em menos de um segundo eu estava no chão também. Hester me deu uma rasteira e caí de costas no chão.

Não tive tempo de sentir a dor, a treinadora já partia para cima de mim com força a todo vapor.

Bloqueei com o antebraço. Tentei um sopapo em sua lateral, contudo fora em vão. Ela recuperou o fôlego rapidamente e golpeou minha costela.

Perdi o ar, não conseguia respirar.

Senti uma dor irradiar no final das costelas esquerdas.

— Joy? Está tudo bem? — disse Hester, ajoelhada ao meu lado.

Eu queria dizer algo, tentei, mas nenhum som saiu de minha boca, apenas um suspiro arrastado.

Minhas bochechas queimaram e eu estava suando mais.

Entrei em desespero, eu não estava conseguindo respirar. 

— Calma, mantenha a calma — pediu Hester, como se isso fosse adiantar de alguma coisa.

A equipe médica disposta na sala veio em seguida.

Uma moça colocou uma máscara de respiração em mim.

Cuidadosamente me levantaram e me puseram em uma maca.

Em pouco tempo minhas pálpebras se fecharam e não abriram mais.

°°°

Acordei na enfermaria.

Hester e Celine aguardando sentadas.

— Calma — disse Hester, quando fiz menção à me levantar.

— Está melhor? — Perguntou Celine.

— Acho que sim — falei, ainda sentindo resquícios de uma imensa dor.

— Os médicos conseguiram reparar o dano rapidamente, não fraturou nada, apenas levou uma pancada forte numa área já prejudicada... — explicou Celine, segurando minha mão.

Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now