22| Última noite

11 5 0
                                    

Já era noite e fiz como Carter recomendou.

Desci para o hall principal da embaixada e logo me ajudaram com as malas.

—  Aqui, pode levar essa, é a ultima —  aviso a um dos seguranças que me ajudava.

Assim que ele sai, vou até um dos muitos motoristas dispostos a levar qualquer um da embaixada para qualquer lugar.

Entro no carro.

—  Boate Celeste, por favor —  digo o endereço e saímos em seguida.

Com sorte, não seria identificada por ninguém.

Coloquei um sobretudo, uma echarpe cobrindo pescoço e cabeça, e óculos escuro. Praticamente tudo era preto, o que facilitaria me mesclar as sombras.

Chegamos na boate e vejo uma fila enorme do lado de fora.

Pessoas vestidas com roupas muito chamativas e de todas as cores possíveis, eram fotografadas por paparazzi. 

Era tanto exagero, que nem precisavam de luz no local, a propria roupa das pessoas já fazia o trabalho de refletir luz.

Ultrapassei todo tumulto e cheguei até o a mulher que controlava a entrada.  Fiz como Carter pediu, apenas abaixei o óculos e a moça logo mudou o semblante.

— Joyce Ayales. Por favor, seja rápida — peço a moça, que me entrega uma credencial VIP.

Coloco os óculos de novo e dou um breve sorriso.

A música alta, pessoas dançando e garçons oferecendo bebidas coloridas estão por toda parte. De fato é contagiante, mas não para mim. Preferiria mil vezes estar no meu quarto conversando com Kimmy, ou explorando os milhões de lugares na Embaixada.

Subo para o segundo andar e procuro a porta azul que Carter tanto mencionou.  Acho a mesma e fico parada ao lado dela. Agora é só esperar.

— Joy?—  ouço uma voz familiar.

—  Carter? —  abaixo os óculos, para que ele possa me ver.

Ele levanta levemente o capuz e faz um sinal para segui-lo.

Bem, qualquer pessoa que tentasse nos seguir teria desistido.

Fomos pelo centro da pista de dança, e depois entramos numa sala.

Estava escuro, então precisei tirar os óculos.

Enfim saímos da boate pelos fundos. Subimos uma escada externa, que aparentemente levaria para o topo do prédio.

Chegamos no terraço e finalmente posso tirar a echarpe. Carter faz o mesmo e tira o capuz.

— Mirabolante seu plano de vir até aqui —  afirmo e ele ri.

— Vinha aqui quando queria respirar, longe dos problemas da embaixada — conta.

A vista era incrível.

 — Parte amanhã, não é?  —  pergunta, já sabendo a resposta.

— São só alguns meses, passa rápido  —  tento ser otimista.

Ele segura minha mão e continuamos a observar a noite sobre nós.

 — Por que raios, a Primeira Dama decidiu te enviar para lá? Afinal de contas, você nem fala hyntzkii — fala.

Hyntzkii ? — pronuncio com dificuldade, tropeçando nas letras.

— Sim, a língua falada em Conrad, no sul do continente. 

— Ah.

— Ela é sua tia, não é — minha vez de perguntar, já sabendo a resposta.

— Sim. 

— E você falou com ela? Sobre mim? — perguntei.

— Não, isso levantaria suspeitas.

— Tem razão. Enfim, vamos aproveitar esta linda noite. Tenho até o amanhecer —  digo sorrindo.

—  Pois então, não vamos partir antes do primeiro raio de sol surgir —  diz, sorrindo e em segida me beija.

Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now